Muitos querem mudar para uma alimentação melhor e mais saudável, evitando a tentação dos fast food.
O Dia
Rio
- Ficar incomodado com os quilos a mais é um comportamento que atinge a
maioria da população mundial. Cerca de 50% das pessoas se consideram
obesas ou com sobrepeso e querem emagrecer. E, para perder peso,
planejam mudar a alimentação (75%), consumindo frutas (41%), vegetais
(39%) e frutos do mar (25%), segundo pesquisa norte-americana. Mas a
intenção não condiz com atitudes reais. Apesar de as vendas de produtos
saudáveis terem aumentado 5% em dois anos, houve crescimento de 2% no
consumo de guloseimas.
Estudo indica intenção de investir em produtos naturais, e tentação de comer ‘porcarias’
O
estudo da Nielsen, que entrevistou 30 mil voluntários de 60 países pela
internet, mostrou que há a intenção de ficar saudável: 57% dos
consumidores estão escolhendo comidas naturais e frescas. Mas tudo
parece ir por água abaixo quando os mesmos pesquisados admitem querer
comprar bolos (47%); sorvetes e congelados (44%) e batata-frita e
salgadinhos (38%).
Segundo a endocrinologista Ana Cristina
Belsito, apesar de saberem mais sobre os benefícios de alimentos
orgânicos e naturais, muitas pessoas não conseguem adotar o estilo de
vida, o que justificaria o aumento da obesidade. Nos últimos 30 anos,
diz a pesquisa, 28% dos adultos e 47% das crianças ficaram acima do peso
ideal. “Elas não conseguem ter tempo para preparar comida saudável. O
acesso ao fast-food é mais fácil, principalmente pelas crianças. O ideal
é cortar o açúcar e a gordura, que são desnecessários
nutricionalmente”, analisa a endocrinologista do Hospital São Vicente de
Paulo.
Além do novo cardápio, a população pretende emagrecer com
a ajuda de atividades físicas (72%), pílulas de dieta (11%),
medicamentos prescritos pelo médico (7%) ou outros métodos (6%).
Entre
os artifícios, Ana Cristina afirma que nada substitui os exercícios e a
dieta. Mas, assim como a alimentação, a especialista explica que o dia a
dia corrido não permite que as atividades físicas sejam praticadas
corretamente. “As pessoas estão mais sedentárias, gastam menos energia.
Pegam elevadores, andam de carro e compram pela internet. Elas podem até
dizer que fazem atividades físicas, mas isto ocorre de forma irregular,
sem efeito de emagrecimento”, aponta, acrescentando que o recomendado é
que as empresas incentivem a prática de exercícios e façam uma
conscientização sobre os alimentos saudáveis.
Esperança em gerações futuras
O
comportamento saudável predomina nas gerações jovens. O estudo mostra
que 31% das pessoas até 21 anos estão dispostas a pagar caro por comidas
naturais. E essa porcentagem cai ao longo das faixas etárias: apenas
23% dos entrevistados entre 50 e 64 anos e 15% dos com mais de 65 anos
pretendem comprar produtos orgânicos com valores altos. A
endocrinologista Ana Cristina afirma que o novo cardápio deve ser
adotado desde a infância, para as crianças já se acostumarem a ingerir
alimentos ideais para uma boa saúde. A especialista ressalta que, na
fase adulta, fica mais difícil de modificar a rotina alimentar. “É
preciso de mais disciplina e uma ajuda da família, para apenas comprar
produtos naturais. Requer mais esforço para se acostumar a comer aquele
determinado tipo de alimento. É importante também que os pais não criem o
hábito nos seus filhos de comer apenas biscoitos e doces”.
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