segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Sou gordinha, e daí?

                           

Blog orienta mulheres acima do peso a terem autoestima. Jovem de Bauru criou site para incentivar leitoras: 'É preciso se aceitar'.'Grande Mulheres' virou um dos principais do segmento plus size no Brasil.

Com o objetivo de aumentar a autoestima e promover a aceitação das mulheres que estão acima do peso, a jornalista de Bauru (SP) Paula Bastos, de 32 anos, está chamando a atenção na internet após criar a página "Grandes Mulheres",  que traz informações variadas sobre moda e comportamento para mulheres gordinhas. Para sua surpresa, o blog se popularizou e hoje é um dos mais acessados que abordam o segmento plus size do Brasil.

Segundo Paula, a ideia surgiu ao pensar em seu tema para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em 2008. “Eu não entendia porque a mídia insistia em tratar a brasileira como se apenas um biotipo existisse e queria falar de moda e comportamento para mulheres que não se encaixavam no ‘padrão de beleza’ tido como ‘desejável’ na atualidade. Então, como não vi nenhum portal voltado para esse público, tive a ideia de criar um. Convidei mais duas amigas e desenvolvemos o projeto. Depois de muita pesquisa e estudo na área de comunicação digital, surgiu o 'Grandes Mulheres'."

Depois do TCC, as duas amigas de Paula se desligaram do site e ela resolveu transformá-lo em um blog para poder compartilhar suas experiências pessoais, contar suas histórias de superação e promover a autoestima.

“Resolvi transformar o site, que era apenas um site informativo, em um blog para que eu pudesse compartilhar minhas experiências, colocar opiniões e incentivar as mulheres, que são fora do padrão que a sociedade dita, a se amarem e se aceitarem. Foi então que o 'Grandes Mulheres' se transformou em um blog e tem como principal objetivo ajudar as mulheres que pensam que o corpo determina quem você é e que só serão felizes se forem magras”, afirma.

Popularização

A partir dessa mudança, a página se popularizou. Muitas mulheres passaram a entrar em contato com ela para compartilhar suas histórias e ela mesmo passou a postar fotos dela para dar dicas de moda. Nas redes sociais, a fama também chegou. A página do Facebook, por exemplo, passou a ter mais de 700 mil curtidas e o Instagram tem quase 20 mil seguidores. Além disso, este ano o blog foi um dos 10 finalistas do concurso da Petite Jolie- We Love Fashion Blog, que teve mais 1.300 mil blogs de moda inscritos de diversos lugares do país.

“Com o 'Grandes Mulheres' eu pude ter contato com essas mulheres de diversos lugares do Brasil e pude ajudá-las de certa forma. São tantas histórias tristes que conheci, que chorei várias vezes. Histórias de mulheres que sofrem depressão por pressão dos filhos e marido. Eu sempre falo que se quando eu fosse adolescente tivesse um blog como o meu,  eu acho que iria me aceitar mais e não precisaria sofrer tanto”, conta.

Aceitação

Paula conta que desde sua adolescência sofre preconceito por ser acima do peso e chegou, inclusive, a parar no hospital por fazer dietas sem acompanhamento de um nutricionista.  Segundo ela, sua autoestima só aumentou ao começar a escrever para o blog.

“Sofri muito quando era adolescente, justamente porque minhas amigas eram magras e ninguém da minha família era gordo. Sempre me achei um lixo, que não ia conseguir nem dirigir carro e que não ia ter sucesso profissional. Na vida adulta esse preconceito é mais velado, mas ainda existe e muito. O blog ajudou primeiramente a mim", acredita.

Paula diz que passou a se aceitar. "Sou uma pessoa totalmente diferente de quando eu era quando eu comecei a escrever para o "Grandes Mulheres". Passei a me aceitar mais e a me amar da maneira que sou. Agora quero passar isso para outras mulheres”, afirma.

Para a jornalista, a sociedade ainda precisa aceitar as pessoas que são gordas e precisa respeitá-las. “A sociedade entende que se você é gorda é porque você não se importa com a saúde e te rotula de desleixada. Mas, muitas vezes, a pessoa sofre algum tipo de problema emocional, tem dificuldade para emagrecer ou problemas com hormônio. É preciso criar mais respeito com as pessoas, pois muitos não têm ideia de como a gente sofre. Quantos pensamentos passam pela nossa mente ao reparar nos olhares das pessoas nos julgando. É tudo muito difícil.”

Saúde
Apesar de promover a aceitação do corpo, Paula ressalta que também aconselha todas as mulheres que acessam o "Grandes Mulheres" a irem ao médico e procurar manter uma alimentação saudável.

“Muitos falam que eu faço apologia a obesidade, o que não é verdade. Eu incentivo as pessoas a se aceitarem,  se amarem como são e que tenham consciência que a felicidade não depende do corpo que você tem. Mas não deixo de enfatizar que o mais importante é a saúde. Não é porque você se aceita que não vai mais se preocupar com a alimentação, mesmo porque a obesidade pode gerar doenças graves. Eu mesmo procuro fazer exercícios físicos, procuro não ganhar mais peso e sempre faço exames de rotina. A saúde sempre deve estar em primeiro lugar."

jorge luiz Seraphino Lopes

jorge luiz Seraphino Lopes

21 de nov (Há 2 dias)


para mim
Chef Felipe Bronze: "  Gastronomia une todo mundo"

Ele volta ao ar em dose dupla em 2016 em dois programas culinários, o 'Que Seja Doce' e o 'The Taste', ambos no GNT. Mas alerta: "Tem um lado chato de gourmetizar tudo: atrapalha a simplicidade de uma certa comida, que é boa justamente por ser simples". Entrevista foi dada a Bruno Astuto, da revista Época.

Graças ao sucesso do programa 'Que Seja Doce', Felipe Bronze já está gravando a segunda temporada do reality gastronômico do GNT, que estreia no ano que vem. "O nível dos confeiteiros está ótimo", afirma. Ao mesmo tempo, o chef está se dedicando a outro reality do gênero, a versão brasileira do 'The Taste', ao lado dos colegas André Mifano e Claude Troisgros.

"Na edição passada, tivemos 240 cozinheiros inscritos, desta vez foram 600. Estamos interessados em elevar o nível dos participantes, não em esculhambar com eles como acontece em alguns programas de culinária". Felipe reinaugura em breve o restaurante Oro, no Rio, e está procurando local em Miami para abrir a primeira filial em solo americano. "Agora a cozinha de vanguarda, que pratico há 10 anos, vai ao encontro do melhor da culinária tradicional", promete o chef, que bateu um papo com a coluna:

Quais as novidades da segunda temporada do 'Que Seja Doce'?

O que posso adiantar do 'Que Seja Doce' é que essa segunda temporada está ainda mais gostosa, o nível dos confeiteiros está incrível. Estamos interessados em elevar o nível dos cozinheiros e não esculhambar com eles, como as vezes acontece em alguns programas do gênero. Já gravei 18 episódios em julho, da primeira temporada, e agora estou fazendo mais uma leva de 30 da segunda, que estreia ano que vem. Acabando essa maratona tenho só quatro dias livre e já volto ao estúdio para gravar a nova temporada de outro programa culinário, o 'The Taste Brasil'.

Como vê o sucesso dos realitys gastronômicos?

Gastronomia é uma forma de conexão entre as pessoas. É um dos poucos assuntos que une todo mundo: cada um tem um doce preferido, um prato que mais gosta, algo que detesta comer...carne mal passada, bem passada, ovo com gema mole, gema dura. Comida é, portanto, um assunto que interessa a todos. Talvez por isso que esses programas culinários têm feito tanto sucesso, todo mundo se interessa pelo assunto.

Hoje os chefs viraram estrelas, celebridades mesmo. A que atribui isso?

As pessoas estão cada vez mais preocupadas com o que estão comendo e os chefs têm uma função importante aí, em desbravar os alimentos, mostrar o que pode ser feito com cada alimento. Os profissionais responsáveis por esses momentos de alegria que é comer bem começaram a despertar interesse e ganhar visibilidade. Isso tem a ver com a evolução da profissão, que está cada dia mais respeitada e profissionalizada.

O que acha do fenômeno da gourmetização? Hoje em dia tem até pipoca gourmet...

Tem um lado muito chato de gourmetizar coisas gostosas: atrapalha a simplicidade de uma certa receita, de uma certa comida, que é boa justamente por ser simples. Existe muito excesso e acho a gourmetização em geral uma chatice. Mas não se pode confundir a gourmetização com a atenção. Dizer que um brigadeiro é gourmet, acho ruim para o doce. Mas se ele é feito com um chocolate mais gostoso, com maior qualidade, feito com mais atenção, acho simplesmente uma evolução natural do brigadeiro. Ele não precisa de um aposto, é só o bom, velho e delicioso brigadeiro. Só que feito com mais atenção. Frescura demais na cozinha atrapalha.

Como vai ser seu outro programa, o 'The Taste'?

O programa já é um sucesso nos Estados Unidos, Canadá e Alemanha. Nessa segunda temporada venho expectativa total, pois na primeira meu time foi o vencedor. Soube que o nível dos cozinheiros aumentou exponencialmente e o prêmio, desta vez, é de R$ 100 mil.

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