sexta-feira, 29 de julho de 2016

Rio das Ostras quer ser referência no turismo do Rio


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Conhecida por ter as mais belas praias e por realizar o segundo maior festival de Jazz do mundo, só perdendo para Nova Orleans (EUA), a cidade faz planos para atrair mais visitantes. Uma boa oportunidade para você que está por aqui para as Olimpíadas.

Estudo desenvolvido em parceria entre a Prefeitura de Rio das Ostras e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) ajuda a traçar o perfil do turismo local. O levantamento, desenvolvido durante três anos, constatou que um em cada quatro turistas chega da capital. A pesquisa levou em consideração a presença de visitantes no verão, Carnaval, festival de jazz e no encontro anual de motociclistas.

Juntos, causaram um impacto econômico de R$ 57,3 milhões no município. A maior movimentação financeira ocorreu no verão, com R$ 26,7 milhões, o equivalente a 46,6% desse total. Mas o índice preocupa, já que registrou queda em comparação com os anos anteriores. A retomada do crescimento do turismo será um dos assuntos discutidos na décima etapa regional do Mapa Estratégico do Comércio, do Sistema Fecomércio, que ocorrerá no município entre hoje e amanhã.

A estratégia da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo é de atrair visitantes de outros estados. Uma parceria firmada com uma associação de empresários ligados a atividades turísticas e uma empresa de transporte rodoviário garantiu a divulgação de dois vídeos institucionais de Rio das Ostras nos ônibus de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. As filmagens, que mostram as praias e principais pontos turísticos, será divulgada nos próximos dias.

A iniciativa pode ser estendida para linhas de ônibus de municípios de outros estados, como Minas Gerais e Espírito Santo. “Tivemos uma queda, por conta da crise. Mas a situação volta a melhorar com um panorama mais favorável na economia do país. Estamos buscando soluções com a elaboração de um plano de marketing para buscar novos mercados”, afirma a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Carla Ennes.

Para Marcelo Ayres, presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindicomércio) de Rio das Ostras, o município deve ser tratado como referência turística. “O foco é esse. Temos a obrigação de qualificar a mão de obra para oferecer melhores condições para o crescimento do turismo”, avalia.

Cuidado: Dieta de adolescentes é de 'alto risco'

Segundo pesquisa inédita feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com o Ministério da Saúde, alimentação dos jovens brasileiros pode causar problemas cardiovasculares, renais e obesidade

                           Ensine seu filho os hábitos saudáveis na cozinha
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Uma pesquisa inédita feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o Ministério da Saúde, mostra que adolescentes seguem uma dieta de alto risco para problemas cardiovasculares, renais e obesidade. A lista de problemas é extensa: refrigerante é o sexto alimento mais consumido, só metade toma mais de 5 copos de água por dia, 80% consomem sódio em excesso e todos ingerem menos cálcio e vitamina E do que o adequado. O trabalho tem por base um inquérito com estudantes de 12 a 17 anos, feito em 1.247 escolas espalhadas pelo País.

“Vivemos em uma transição do padrão africano, onde a fome era prevalente, para o padrão americano, onde a obesidade predomina”, afirmou a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção à Saúde, Fátima Marinho. A epidemiologista considera que o fenômeno identificado agora entre adolescentes já ocorre há alguns anos na população adulta. “Nossa tarefa é tentar reverter esse padrão, sobretudo com população mais jovem.” 

O conjunto de hábitos retratado na pesquisa preocupa. Mais da metade faz refeições sempre ou quase sempre na frente da TV. Quando não é o prato de comida, é o salgadinho. Dos entrevistados, 40% disseram que comem petiscos enquanto estão com o aparelho ligado e 73,5% passam duas horas ou mais vendo TV ou no computador. “Trabalhos mostram que, quando a pessoa faz refeições com companhia, há uma tendência maior de se prestar atenção no que se está comendo, reduzindo excessos”, afirmou a coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa.

Arroz e feijão. A boa notícia está na permanência do hábito brasileiro de colocar no prato arroz e feijão. São os itens de alimentação mais consumidos pelos jovens, com 81,75% e 67,95%, respectivamente. No entanto, doces e refrigerantes, com 44,97% e 39,33%, por sua vez, estão mais bem colocados do que frutas e hortaliças (33,97%). No Nordeste, o consumo de frutas e hortaliças é tão baixo que não figura entre os 20 alimentos mais usados.

O padrão entre adultos é ainda mais desanimador. Estudo feito por telefone com moradores com mais de 18 anos das capitais do País mostra que 19% do brasileiros têm o hábito de consumir refrigerantes e sucos artificiais e 20% consomem doces 5 vezes por semana ou mais. O hábito reflete diretamente na obesidade: 18,6% são obesos - em 2010, eram 15%.

A estudante Morgana Miranda, de 18 anos, por exemplo, diz que toma refrigerante todos os dias e o hábito a acompanhou durante toda a adolescência. “Até penso em tomar suco, mas vou comer uma batata frita e não combina.” Já na casa da estudante Tifany Ito, de 17 anos, sempre tem suco de caixa, diariamente. “Fazer suco natural dá muito trabalho.”

Endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Tarissa Petry diz que, por praticidade, brasileiros estão deixando de consumir alimentos naturais, mas que isso pode trazer sérias consequências para a saúde. “Estamos diagnosticando a obesidade cada vez mais cedo. Esses jovens vão ter diabete, hipertensão, enfarte e AVC mais cedo também.”

Propaganda. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou que a propaganda de alimentos ricos em sal, açúcar e gordura e com excesso de álcool poderia ser “aprimorada”, sem dizer, no entanto, o que poderia ser feito. Mas assinou uma portaria que proíbe, a partir de hoje, a venda, promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados, ultraprocessados, com excesso de açúcar, gordura e sódio dentro das unidades do ministério. O mesmo vale para eventos patrocinados e ele espera que a medida seja replicada por outros órgãos de governo. / COLABOROU PAULA FELIX

DICAS PARA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

1) Descascar mais, desembalar menos.

2) Faça compras em locais onde há oferta de alimentos in natura.

3) Procure comer em companhia. Quem faz isso, presta mais atenção no que consome, evitando excessos.

4) Não coma na frente da TV, usando o celular ou jogando. Esse hábito aumenta o risco de comer sem necessidade.

5) Quando comer fora de casa, procure restaurantes nos quais você mesmo monta o prato. Comece pela salada.

6) Seja crítico. Nem tudo o que a indústria diz ser saudável faz de fato bem à saúde. 

7) Sucos artificiais, por exemplo, têm baixo teor de nutrientes. Achocolatados, alto teor de sódio.

8) Se possível, cozinhe e ensine as crianças a cozinhar.

Que tal ser diferente no mundo da fantasia?

Venda de 'caudas de sereia' rende faturamento de até R$ 60 mil por mês. Empresária investiu R$ 140 mil no desenvolvimento do produto. Produto inicialmente pensado para o público infantil conquistou adultos.

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Para realizar o sonho de princesa da filha, uma designer de São Paulo decidiu investir na fabricação de caudas de sereia e criou uma marca exclusiva.
 
Primeiro, com a insistência da filha Giulia, Luana Schrappe precisou importar dos Estados Unidos a tal “cauda de sereia”. O produto chegou, Giulia se encantou, mas quando entrou na água descobriu que não dava para fazer todos os movimentos que queria.

Luana percebeu uma oportunidade de negócio. Com a ajuda de uma arquiteta, ela começou a fazer protótipos até chegar ao modelo ideal. A missão era melhorar a performance na água e garantir a segurança das crianças.

A empresária investiu R$ 140 mil no desenvolvimento do produto, que já está em processo de patente. As vendas pela internet chegam a render R$ 60 mil por mês.

O produto, inicialmente pensado apenas para o público infantil, acabou conquistando também mulheres adultas. Hoje, essas vendas já representam 40% do faturamento da marca. O preço é de R$ 329.

A invenção acabou rendendo outro tipo de negócio, para os fotógrafos, que agora fazem book da sereia. A empresa de Luana ainda nem completou um ano, mas as vendas já superaram as expectativas.

CONTATO:

SIRENITA
Telefone: (11) 3044-5527 /(11) 99242-5656

Alimentos que dão saciedade e tornam a dieta mais prazerosa

                     

                         

Alimentos integrais ajudam a controlar a fome. Só não esqueça de beber muita água. Veja detalhes importantes.

Entrar na dieta pode até ser fácil — o difícil é continuar nela. A fome fora de hora é um dos empecilhos para se manter firme no objetivo de perder alguns quilinhos. Mas alguns alimentos podem ajudar a controlar o apetite, promovendo saciedade, além de acelerar o metabolismo.

— São os alimentos sacietógenos, que agem diretamente no estômago, tornando a digestão mais lenta e também reduzindo a absorção de lipídeos — explica a nutricionista Sinara Menezes da Nature Center, que acrescenta: — É necessária ingestão diária deles para que estes alimentos desempenhem seu papel.

Os alimentos com baixo índice glicêmico levam a uma liberação mais lenta de insulina pelo pâncreas, na tentativa de manter níveis adequados de glicose circulante, explica a nutróloga do Hospital do Coração, em São Paulo, Maysa Guimarães:

— Esta manutenção da glicemia impede que a fome apareça logo após a ingestão alimentar e, consequentemente, há um prolongamento da saciedade.

O hormônio responsável pela saciedade é a leptina, que controla a ingestão alimentar e o aumento do gasto energético. Sua ação diminui o apetite e aumenta a queima calórica pela melhora do metabolismo, explicam as especialistas.

— Pessoas com alta concentração de tecido adiposo (gorduras), porém, tendem a ter resistência ao hormônio, o que prejudica o envio de sinais ao sistema nervoso central sobre a saciedade e dificulta o controle da dieta — diz Sinara.

Entre a fruta e o suco, fique com o primeiro: alimentos sólidos promovem maior sensação de saciedade.

— Alimentos na forma sólida, geralmente, produzem maior sensação de saciedade do que na forma líquida, devido as etapas de degradação enzimática, bacteriana e mecânica — explica Alessandra Coelho, presidente da Comissão de Especialidades Associadas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Saiba quais são os alimentos

AVEIA E FRUTAS CÍTRICAS — Alimentos ricos em fibras solúveis, assim como feijão e cenoura, exigem mais tempo de mastigação e permanecem mais tempo no aparelho digestivo. Além disso, formam uma substância viscosa ao entrar em contato com a água no estômago, retardando seu esvaziamento.

GRÃO DE BICO E ARROZ INTEGRAL — Neles, e também no brócolis e no espinafre, encontra-se o aminoácido triptofano, que é essencial na produção de serotonina (hormônio do prazer). Uma dieta com base nesses alimentos beneficia a comunicação neural e o humor e evita a compulsão por doces e alimentos gordurosos como fuga para situações de estresse e ansiedade.

CHÁ VERDE E GENGIBRE — são chamados alimentos termogênicos, capazes de favorecer o controle de temperatura corporal, aumentando o gasto calórico e da queima de gorduras. Além disso, eles aumentam a sensação de disposição e estimulam áreas do cérebro responsáveis pelo estado de atenção e saciedade.

CEREAIS INTEGRAIS E LEGUMINOSAS, COMO A LENTILHA — Por terem baixo índice glicêmico, liberam açúcar no sangue de forma mais lenta. Com isso, prolongam a saciedade e a oferta de energia.

Outras dicas para controlar o apetite

DEPOIS DE ACORDAR — Evite sair de casa sem ingerir o café da manhã.

ANTES DA REFEIÇÃO — Inicie as refeições principais com um prato de verduras: dão saciedade, pelas fibras, além de vitaminas e minerais. Tempere com limão e azeite.

SE TIVER FOME — Coma frutas e oleaginosas entre as refeições, para manter níveis glicêmicos controlados e evitar picos de insulina.

CARBOIDRATOS — Prefira os carboidratos integrais, ricos em fibras e que aumentam a saciedade.

EXERCITE-SE — Pratique atividade física regularmente.

ÁGUA — Beba bastante líquido diariamente.

Veja como tirar mancha da parede

Alguns truques, caseiros e bem simples, são suficientes para remover diversos tipos de sujeiras. Dicas que ajudam a tirar diversos tipos de manchas das paredes.

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Manchas nas paredes são praticamente inevitáveis, porém com alguns truques básicos e caseiros é possível limpar a sujeira! Por isso, o ZAP em Casa selecionou algumas dicas de como tirar mancha da parede.

A gestora de recursos humanos Arielle Babadobulos já está mais que acostumada a encontrar riscos e marcas de mãos nas paredes de seu apartamento. Mãe de Gabriel, de quase dois anos de idade, ela conta que basta qualquer distração para encontrar o filho fazendo arte. “Uma vez ele pegou uma caneta da minha bolsa e riscou os batentes das portas. Daí o negócio foi limpar, não teve jeito”, relembra ela, que costuma a usar sapólio diluído em água. Tudo é removido com um pano seco.

Segundo o gerente de treinamento da rede de limpeza profissional House Shine, Osvaldo Logo, a primeira recomendação é a manutenção constante na limpeza da parede. “Se deixar encardir ou deixar secar a sujeira secar fica mais difícil. Portanto, quando sujar, limpe de imediato”, orienta. O fundador da empresa de limpeza profissional Limpeza com Zelo, Renato Ticoulat, recomenda ainda um jeito específico de retirar a nódoa. “A mancha não deve ser limpa de dentro para fora para que ela não se espalhe e aumente de tamanho na superfície”, completa.

Veja as dicas dos especialistas na hora de limpar manchas das paredes:

Manchas em paredes brancas: duas soluções de limpeza são válidas. A primeira – e mais simples – é a utilização de detergente comum e água morna. Para paredes com manchas mais complexas, utilize uma mistura com a mesma quantidade de vinagre branco e água morna. Nos dois casos utilize um pano de microfibra ou um pano branco macio. Faça movimentos leves, evitando retirar a pigmentação.

Marcas de mãos e manchas de gordura: utilize detergente comum e água morna. No caso da sujeira de gordura, deixe o detergente agir por mais tempo e repita a ação.

Marcas de lápis: para a limpeza de lápis comum (grafite), utilize uma borracha branca, aplicada com delicadeza. Faça com cuidado, pois pode danifica a pintura.

Marcas de lápis de cor ou canetinha: para limpeza em paredes brancas use um solvente (com álcool ou acetona). O segredo, neste caso, é evitar ampliar o risco. Por isso, é fundamental o uso de um cotonete ao aplicar o solvente. “É quase um trabalho de arte. A dica é realizar um pequeno teste em um cantinho da parede antes de iniciar a limpeza”, ensina Osvaldo. Em paredes coloridas, o procedimento acima pode danificar a pintura. A recomendação, no caso de paredes coloridas, é optar pot tintas laváveis.

Mofo: utilize uma mistura com a mesma quantidade de vinagre branco ou peróxido e água morna. Repita a operação até que as nódoas escuras sejam eliminadas. Em casos de manchas mais severas, um pouco de água sanitária diluída em água pode ajudar.

Fonte Zap

Bares de uma europa mais quente

Portugal, Espanha e o reencontro com o sabor dos botequins cariocas, na viagem feita por colunista de O Globo. Muito bacana para você ter uma idéia das suas férias.

Que tal um bilhar em Lisboa?


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Depois de nove meses viajando pelo mundo, visitando bares exóticos de todos os tipos, experimentando bebidas de diferentes qualidades e comendo petiscos das mais variadas tendências gastronômicas, nada melhor do que voltar para casa... Casa? Alto lá! Ainda estava na Península Ibérica. Faltavam alguns milhares de quilômetros para poder me refastelar no sofá de casa, ao lado da patroa.

Mas é que não dá para negar que rodar os bares, cantinas, bodegas, tascas, garrafeiras e comedorias de Barcelona, Madri e Lisboa tem, sim, um gostinho caseiro. Afinal, reside nas tradições patrícias e galegas a alma dos botequins mais cariocas. Viver essa ancestralidade in loco é um prazer em todos os sentidos, especialmente para o viajante boêmio. E mais ainda quando este é o último trecho da viagem...

Depois de Portugal e Espanha, tirei uns dias de folga em Paris, Cardiff e Londres, e desta última cidade peguei um avião — um dos quatro únicos em mais de 60 mil quilômetros de peripécias por 38 países — e finalmente voltei para o Rio. Minha Volta ao Mundo em 80 Bares, caro leitor, tinha chegado ao fim.

Barcelona: do sofisticado à velha boemia popular

Barcelona, o coração da Catalunha, não é conhecida só pelas curvas orgânicas, coloridas e misteriosas da genial arquitetura de Gaudí. A cidade na beira do Mediterrâneo também é famosa por tesouros como a cozinha molecular do chef Ferran Adriá e a mixologia inovadora do mestre dos bartenders Javier de las Muelas, só para citar dois exemplos. Alta gastronomia, drinques de primeira, arte, arquitetura...

A cidade é um sonho para quem a visita em busca de cultura e experiências sofisticadas. O que não significa que a boa e velha boemia popular fique em segundo plano por aqui. Muito pelo contrário. Em terras barcelonesas, bodega boa, velha, barata e divertida é o que não falta. Algumas são capazes até de deixar muito boêmio brasileiro com os olhos marejados, tal é a semelhança que guardam com alguns de nossos balcões mais queridos.

Sem talher, nem frescura

Uma delas é Can Paixano, bar que, pode-se dizer, é uma espécie de primo do Cervantes, o clássico dos sanduíches da Prado Júnior. Primo ainda mais popular e democrático. Localizado perto da região portuária (vizinho à famosa Barceloneta), o Can Paixano é uma casa de vinhos e espumantes (uma “xampanyeria”, na língua catalã) que funciona também como loja.

Até seis da tarde, a frequência é de comportados fregueses em busca de rótulos locais e de outras regiões do país e da Europa. A partir daí, a bodeguita assume sua personalidade mais pitoresca: a de clássico bar portuário, especializado em tapas e sanduíches feitos na hora, com queijo manchego, “jamón serrano”, morcelas e outros embutidos. Tudo servido sem talher nem frescura, em singelos pratinhos, direto no balcão.

A bebida, consumida em doses industriais por uma clientela que mistura jovens, um bom número de gente mais velha e alguns intrépidos turistas, é vinho e espumante, claro. Cerveja, nem pensar. Mas à noite (só até as 22h em ponto, quando todos são gentilmente expulsos), a bebida é vendida em doses generosas, em simpáticas taças retrô, a preços de emocionar de tão baratos.

Com essa fórmula — que inclui sanduíches fartíssimos e igualmente baratos, carregados no patê de fígado, salames, presuntos e queijos — a festa é garantida. Mas é preciso quase gritar para se fazer ouvir, tamanho o zum-zum da turma que bate papo dentro do velho salão salpicado de garrafas vazias e pernas de porco penduradas.

Montse: bodega de 120 anos

Bagunça latina das boas se repete em outro ponto da cidade — desta vez a partir das 22h e sem hora para acabar — no Marsella. No centro do boêmio e multicultural bairro de El Raval, o Marsella é um dos mais antigos e decadentes bares de Barcelona. De fato, é decadente desde a inauguração, em 1820. Mas muito elegante. Especializado em absinto e outras bebidas pesadas, o que falta em comida sobra em alegria, despojamento e ambiente.

Os tetos descascados e os espelhos manchados remontam à época em que o salão era frequentado por Ernest Hemingway, quando o escritor americano esteve por lá cobrindo a Guerra Civil espanhola, nos anos 30. O absinto corre solto. Mas no maioria das bodegas espanholas, a bebida oficial não é vinho, cerveja ou absinto. É vermute. Nas mais típicas, o vermute de barril, servido sempre ao lado de simpáticas garrafas de sifão com água gasosa.

As bodegas em Barcelona são como os pés-sujos no Rio. Algumas sequer têm nome, mas quase todas têm um poder quase irresistível de atrair quem gosta de bar antigo. A maioria se espalha entre o Bairro Gótico, nas imediações do Museu Picasso, El Raval e o Barrio Chino, a área mais barra pesada da cidade, mas ainda assim relativamente segura e divertida.

Ali, por exemplo, pode-se esbarrar com preciosidades como a Bodega Montse, de mais de 120 anos, que funciona como uma máquina do tempo rumo à História de Barcelona e da cultura catalã, com suas paredes lotadas de recortes, fotos, cartazes e objetos antigos. Isso de um lado. Do outro é o paredão de barris de vermute que domina o lugar. A graça está em transitar entre eles, com um copo na mão e um pincho na outra. Mas com moderação, porque o vermute — com sua simpática azeitona — pega que é uma maravilha...
Madri: touros, vermutes e História

Em quase todos os dias do ano, Madri é um mar de turistas. Ou um rio, que flui entre o Museu do Prado, a Porta do Sol e a Plaza Mayor. Nesse vaivém de gente, lojas, restaurantes e uma plêiade de atrações, é preciso olho vivo para descobrir os genuínos botequins e fugir das armadilhas. O mais recomendável é se afastar do burburinho. Nem sempre dá tempo, é certo. Só que mesmo lá, no meio da confusão, verdadeiras pérolas da cultura boêmia espanhola estão à espera do visitante mais atento.

Uma delas se “esconde” nas barbas da Plaza Mayor, a principal atração turística da cidade, a poucos metros do pátio principal. E oferece uma inesquecível experiência pelos costumes da Andaluzia, a terra das touradas, no sul da Espanha. Os chifres e cabeças de touro, aliás, estão por toda a parte no estreito e caloroso salão do La Torre del Oro, o mais tradicional bar andaluz de Madri.

Resistindo ao generalíssimo

Mais impressionantes ainda são as fotos de touradas. Façanhas de toureiros — e chocantes imagens dos dias em que quem ganhou foi o touro — lotam as paredes. Dentro do balcão, atendentes orgulhosos não perdem a chance para divulgar os costumes de Sevilha em pleno coração de Madri. O caldo de piripi, típico andaluz, é servido de graça a quem chega, com tapas de frutos do mar e muito, muito presunto ibérico. Há uma parede deles, à espera do freguês, no fundo do bar. Irresistível.

A tradição andaluz do La Torre del Oro só não é maior do que o orgulho cidadão impregnado em outro bar bem próximo dali — este no quarteirão da Porta do Sol —, pouco notado por estrangeiros, mas que funciona como uma meca etílica, gastronômica e política para espanhóis de outras cidades, que adoram reverenciá-lo. É a Casa Labra, espécie de Bar Luiz madrilenho, onde fundou-se clandestinamente, em 1879, o Partido Socialista Operário Espanhol, que mais tarde viria a ser um dos centros da resistência civil ao regime franquista, nos anos 30.

A Labra é um paraíso para os amantes de vermute (lá servido no barril, fresquinho), mas também do chope e de umas tapas que lembram muito os petiscos brasileiros. Os bolinhos de bacalhau (leva batata, como aqui) estão entre os mais famosos de Madri. Mas são os pastéis, idênticos aos nossos e raros na Espanha, que geram as grandes filas na porta do bar. Elas só não são maiores que as aglomerações no balcão, onde garçons e clientes disputam a atenção dos bartenders por um copo de chope ou vermute. Um clima de saudável confusão, como só os bares espanhóis — e os cariocas — sabem nutrir.

Lisboa, atrás de fado, vinho, bacalhau e amor

A versão lisboeta das nossas despretensiosas rodas de samba na Lapa são as sessões de “fado vadio” nos tradicionalíssimos bares de Alfama e do Bairro Alto. Correr as vielas e ladeiras da capital portuguesa em busca das melhores apresentações é um costume que pode render a oportunidade de se relacionar mais profundamente com sua cena boêmia.

Pois que uma noite de fado numa tasca como a do Chico, que tem filiais nos dois bairros, é uma experiência inesquecível. As performances de músicos e cantores, quase sempre semi-profissionais, mas de talento indiscutível, são o ponto de partida para uma noite que pode ser regada a um bom vinho verde, um regional alentejano ou ainda algo das margens do Rio Douro... Além de delícias simples como morcela na brasa e “pastéis” de bacalhau (é assim que os lisboetas chamam os bolinhos).

Como a Francesinha, não há

Conhecer Lisboa sob a ótica da boemia e da gastronomia é um pouco como ler o parágafo acima. Não há um objetivo muito claro que não seja sair e caminhar — “a esmo”, como dizem os patrícios — em busca de maravilhas escondidas por trás de azulejos e portas de madeira. Que podem ser os pastéis originais da Antiga Confeitaria de Belém, desde 1837 pertinho da Torre de Belém e do Monumento aos Descobridores. Ou uma autêntica francesinha: apesar do nome, o sanduíche mais lusitano que há, feito com bife, linguiça, presunto, molho de tomate e queijo gratinado.

Conta-se que o prato foi ideia de um cozinheiro português que, depois de uma temporada em Paris, resolveu homenagear as mulheres francesas com uma comida que fosse ao mesmo tempo voluptuosa, cheirosa, farta e úmida. Uma das melhores francesinhas da cidade pode ser comida no bar O Tachinho, que fica a poucos metros de um outro símbolo de Lisboa: a Casa Fernando Pessoa, onde exposições e um centro de estudos, entre outros espaços, preservam a memória do poeta fingidor.

A alguns minutos de bonde dali, pode-se conhecer as novas maravilhas do recém renovado Mercado da Ribeira, que oferece uma viagem a todas as microrregiões gastronômicas e vinícolas do país. Logo acima do Ribeira, duas pérolas da boemia lusa: a Garrafeira Alfaia, no Bairro Alto, bar do simpático Pedrão, oferece o melhor bacalhau a Bráz que já comi na vida e a não menos instigante alheira de caça de Mirandela, com grelos salteados, feita para se comer gemendo.

Tudo harmonizado com uma seleção equilibrada de vinhos brancos, tintos e do Porto, servidos num clima de boteco brasileiro que é impossível não se sentir em casa. Para finalizar, Pedrão oferece uma prova dos melhores aguardentes e digestivos portugueses, entre os quais o Licor de Merda, que segue sendo o meu favorito. À base de leite, baunilha, cacau e canela, o licor nasceu (com este nome mesmo) em 1974, como forma de “homenagear” os políticos e militares que até então sustentavam a ditadura portuguesa, derrubada pela Revolução dos Cravos naquele mesmo ano.

Poucos metros abaixo da Garrafeira Alfaia, um bar feito para se permitir: a Pensão Amor, na subida da famosa Rua do Alecrim, no centro, é popular entre a juventude e por isso mesmo costuma virar boate após a meia-noite. A decoração mescla inspirações clássicas com obras românticas e objetos tão contemporâneos que flertam com a bizarrice. Apesar da boa oferta de cervejas artesanais, a Pensão Amor aposta mesmo na coquetelaria, com misturas coloridas e de cunho afrodisíaco. Uma pitada da Lisboa moderna, para ninguém dizer que o relato dessa Volta ao Mundo em 80 Bares é coisa de coroa careta. Pelo menos, não tanto...

Os dois últimos trechos da minha volta ao mundo, entre a França, a Inglaterra e o País de Gales, foram os mais turísticos da viagem. Pela primeira vez em nove meses, não me dediquei a incursões diárias a bares e botequins. Fiz o que todos os turistas comuns fazem: museus, monumentos, parques, teatros, restaurantes, cafés e... bares?! Oh, meu Deus, lá vamos nós de novo!

Paris: rumo à boemia juvenil

Paris tem a sua Lapa, e não me refiro a Montmartre e Pigalle, que trouxeram ao mundo os shows de strip-tease e outros marcos hedonistas. Infelizmente, uma noite no café Le Chat Noir contemporâneo não é mais a mesma coisa de quando Pablo Picasso por lá desenhava nos guardanapos para pagar as contas, ao lado de um Toulouse-Lautrec caindo de bêbado se enfiando debaixo da saia das dançarinas de cabaré.

O café é um dos endereços icônicos da boemia romântica do século XIX que viraram atrações um pouco duvidosas no meio do baixo meretrício turístico de Pigalle. Mas tomar um vinho no Chat Noir — respirando um pouco do ambiente onde Debussy se apresentava em começo de carreira — antes de subir as vielas e ladeiras de Montmartre para jantar, ainda é uma opção digna.

Aliás, uma opção tão digna quanto, já lá em cima, pedir uma massa e um vinho nacional no La Taverne de Montmartre, uma casa que remonta à Idade Média e ainda preserva o forno onde, por séculos, eram forjados estribos e freios de cavalos.

Mas a Lapa contemporânea de Paris — que reúne jovens, boemia e muita música — fica nos arredores da estação do metrô de Parmentier, no bairro de Folie-Méricourt, bem próximo do Bataclan, a mítica casa de shows que sofreu o infame atentado terrorista ano passado. Ali os botequins se multiplicam, no clima do improviso e criatividade que só os bares latinos são capazes.

Por lá pode-se começar a noite tomando um drinque no L’Orange Mécanique (que do nome ao cardápio, passando pela decoração e pela trilha sonora, homenageia o filme clássico de Stanley Kubrick) e terminar em meio às paredes semidestruídas e pichadas do Au Petit Garage Boucherie, um típico pub parisiense, mas muito mais descontraído e caótico que seus similares ingleses. Nas mesas, a turma nem bebe muito (outra diferença flagrante entre os boêmios franceses e ingleses). Mas canta, abraça, beija, ri e conversa muito. Ah, les jeunes...

País de Gales 2 x 1 Inglaterra

Ainda faltava dois meses para a Euro 2016 começar quando circulei por entre os bares de Londres e Cardiff, a capital do simpático (e agora mais famoso) País de Gales, que abiscoitou uma inédita semifinal no torneio. No entanto, assim como a torcida mundial ficou encantada com o futebol dos galeses — e um tanto aborrecida com o mais-do-mesmo apresentado pelos ingleses — eu também confesso que, no meu placar, a boemia galesa me pareceu mais divertida que a dos seus poderosos vizinhos.

É claro que dizer que os pubs londrinos são mais-do-mesmo seria uma cavalar injustiça. A cena boêmia à beira do Tâmisa guarda surpresas e um sem-fim de novidades. A última delas é a febre do gim: antigas e novas destilarias se espalham pela cidade, fabricando a bebida mais popular da Inglaterra com requintes de sofisticação, à vista dos clientes, e a servindo em opções de drinques que deixariam James Bond na dúvida se escolheria mesmo “apenas” um dry martini. Um desses locais é o City of London Distillery. Encravado no centro da cidade desde 2012, a destilaria trouxe de volta ao coração de Londres uma tradição que estava perdida há mais de 200 anos: bares fazerem seus próprios gins. Não por acaso, é hoje uma das mecas dos amantes da bebida na cidade.

Mas Cardiff, caro leitor, Cardiff é outra história... Para começar, a cidade é um dos paraísos das despedidas de solteiro na Europa. O preço da bebida, mais em conta que no resto do Reino Unido, atrai ingleses, escoceses e irlandeses para farras que se estendem madrugada adentro nos finais de semana, aquecidas por um outro fator importante: a proliferação dos cassinos. Eles estão em cada esquina, estimulando a turma a beber. Não é dos ambientes mais salutares, reconheço, e é comum ver a garotada largada pelo chão nas manhãs de sábado e domingo, especialmente no verão. Mas os bares são fantásticos, fazer o quê?

Um deles reunia, no dia em que lá estive, um punk de cabelo moicano, um homem vestido de Papai Noel estilizado, um desempregado e um executivo impecavelmente bem vestido conversando em volta de diversos pints de cerveja. Tratava-se do The City Arms, o mais antigo watering hole da cidade. O bar, que é considerado um dos 30 melhores de todo o Reino Unido, só vende cervejas fabricadas no País de Gales e é um dos expoentes da Campaign for Real Ale (Camra), movimento de consumidores que defendem a valorização das microcervejarias britânicas.

Calcula-se que, por conta da atuação cada vez maior das grandes cervejarias no mercado das artesanais, mais de cem pequenos fabricantes estejam fechando suas portas por mês no Reino Unido. Bares como o City Arms, e outros espalhados pelo pequeno país, seguram o bastão da resistência. Assim como no futebol, no mundo dos bares o País de Gales é o Davi combatendo Golias.
Serviço

Publicidade

BARCELONA

Can Paixano. Carrer de la Reina Cristina 7

Marsella. Sant Pau 65

Bodega Montse. Arc Sant Agusti 5

MADRI

Torre del Oro. Plaza Mayor 26

Casa Labra. Calle de Tetuán 12

LISBOA

Antiga Confeitaria de Belém. Rua Belém 1.300

O Tachinho. Rua 4 de Infantaria 6D/E

Mercado da Ribeira. Avenida 24 de Julho 49

Garrafeira Alfaia: Rua do Diário de Notícias 125

Pensão Amor: R. do Alecrim 19

PARIS

Le Chat Noir. 68 Boulevard de Clichy, Pigalle.

La Taverne de Montmartre. 25 Rue Gabrielle, Montmartre.

L´Orange Mecanique. Rue Jean Pierre Timbaud 72, Folie Mericourt.

Au petit Garage. Rue Jean Pierre Timbaud 63, Folie Mericourt.

LONDRES

City of London Distillery. 22-24 Bride Lane, The City.

CARDIFF

The City Arms. 10-12 Quay Street, Castle Quarter.

Férias nos bares boêmios da Europa

Romantismo e boemia encontrados por colunista do Globo em Praga, Veneza e Roma.

              Praga
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Três das cidades históricas mais lindas do mundo, Praga, Veneza e Roma costumam fazer parte do roteiro de qualquer casal em primeira, segunda ou vigésima quinta lua de mel pela Europa.

Faz sentido: as fontes, as pontes, as praças, os músicos na rua, os restaurantes à meia luz nas vielas centenárias, quando não milenares... Tudo se apresenta como um convite ao romance, a um vinhozinho ao cair da tarde, ao queijinho comprado no mercado da esquina para ser levado ao quarto do hotel, depois de passar uma tarde inteira de museus e monumentos. Assim são essas cidades.

Mas comigo precisou ser diferente. Acompanhado de minha digníssima, que interceptou a fase europeia ocidental da minha “Volta ao Mundo em 80 Bares”, desci de trem de Praga a Roma, com uma escala para o Ano-Novo em Veneza, em busca da boemia dessas cidades. E um pouco de romance também, que ninguém é de ferro. Eis o que encontramos.

Praga tem andado mais turística que nunca. Reflexo dos preços mais em conta e do clima meio pesado em sua maior concorrente, Paris, por conta dos recentes atentados. Isso às vezes parece gerar um clima quase carioca nas ruas tchecas, lotadas de estrangeiros (principalmente russos), não raro alvo fácil para pequenos golpistas, taxistas malandros, cambistas espertalhões. Nos fins de semana de qualquer época do ano, grupos passeando de segway pelas ladeiras de Mala Strana — o espetacular centro histórico — chegam a incomodar.

Também há que se ter cuidado com os muitos espetáculos de teatro negro (que se passam no escuro com jogos de luz e sombras), marionetes e orquestra de câmara, que se espalham pela cidade, mas poucos valem o preço caro do ingresso. Porém, se tem alguma coisa em Praga em que se pode confiar sem medo são os bares. São inúmeros, cheios de qualidades, têm a melhor cerveja Pilsen do mundo, belos drinques de absinto e são de uma liberalidade total quanto ao tabagismo. Lembra uma Europa dos anos 1970. Uma experiência bacana, mesmo quando se volta para o hotel com a camisa fedendo a fumaça de cigarro.

FESTA EM ABRIGO ANTIBOMBAS

O U Sudu é um desses típicos bares tchecos. A pequena entrada no térreo de um prédio residencial no centro da cidade não dá a dimensão do que se vai encontrar lá dentro: um espaço imenso que se espalha pelo subsolo onde um dia os moradores protegeram-se de bombas. Na verdade, são três bares ali, separados por estreitos corredores sem janelas. No fim de cada corredor, balcões generosos, em que jovens atendentes passam a madrugada servindo cerveja e generosos copos de bebida enquanto se divertem dançando, batendo papo com os clientes e... fumando.

E se os funcionários fumam, imagina os clientes? O ar é denso. Mal dá para ver a parede do fundo. Mas em troca do ambiente pouco salubre, ganha-se um clima de festa constante, com grupos de todas as idades sempre comemorando algo. A Pilsner Urquell, a cerveja Pilsen mais antiga do planeta, é o carro-chefe nas torneiras.

Mas os shots de absinto também circulam intensamente. Apesar de ter sido inventado na França, o absinto — ou a “fada verde”, originalmente feito com láudano (substância psicoativa) e mais de 60% de álcool — tornou-se um tipo de símbolo de Praga. Graças à influência de escritores como Franz Kafka e outros intelectuais libertários que lá viveram entre os séculos XIX e XX. O absinto de hoje é mais leve e não contém láudano. Mas segue influenciando corações e mentes, principalmente de turistas, em centenas de bares, lojas e museus dedicados à bebida. O Absintherie impressiona com mais de 60 rótulos deste e de outros spirits, servidos puros ou na criativa carta de drinques.

A presença de Kafka em Praga não é tão evidente quanto a do absinto, mas também é poderosa e vai além do emocionante museu em sua homenagem, da histórica casa em que viveu na Cidade Velha ou mesmo do seu túmulo no Cemitério Judeu. Penetra o universo dos bares também. A casa em que o escritor nasceu, próxima ao deslumbrante relógio astronômico, hoje é um simpático café temático em homenagem ao escritor e serve lanches, doces típicos, taças de vinho tcheco e drinques com absinto.

E o Café Louvre, onde Kafka se reunia frequentemente com amigos para jantares privados entre 1905 e 1907, continua imponente no centro da cidade. Atrai turistas de todas as partes do mundo, interessados nos vestígios do escritor expostos nas paredes, na ótima comida e nos drinques. Adivinha à base de quê?

SERVIÇO

Casa de Franz Kafka. U Radnice 5, Cidade Velha.

U SUDU. Vodičkova 677/10, Cidade Velha.

ABSINTHERIE. Jílska 7, Cidade Velha.

Veneza: Pequeno dicionário boêmio

Bar, cantina, bacaro, bacareto, cicheteria, osteria, enoteca, enobar... Não me sai da cabeça o fascínio que foi conhecer todos os tipos de estabelecimentos etílico-gastronômicos que se espalham pelos canais de Veneza, a cidade do amor. Esqueça as gôndolas e os vaporetos: há que se andar, atravessar pontes, subir escadas, dobrar quebradas, perder-se por horas em becos e vielas para conhecer ao menos um décimo desses lugares maravilhosos para os sentidos. E uma passada d’olhos no dicionário também é importante: as classificações são inúmeras. E as diferenças, sutis.

Bacaro. É o boteco. Para muitos, a alma da boemia veneziana. O balcão da happy hour, onde se encosta para beber uma ombra (pequena taça de vinho) ou cerveja. No balcão, os cichetti (cichetto, no singular), que são petiscos individuais (bolinhos ou canapés), muitas vezes vêm de graça (principalmente em happy hours). Os bacari são pequenos e discretos, mas costumam ter balcões confortáveis e mesas do lado de fora. Lotam no verão. O Bacaro Risorto, a uns 300 metros da Piazza San Marco, é dos mais tradicionais. O Paradiso Perduto é o clássico das madrugadas. E o Al Timon, o preferido dos dias de sol, com gente comendo e bebendo nos barcos ancorados no canal em frente. Mas há uns 200 bacari mais em Veneza. A graça é garimpá-los.

Bacareto. Pequeno boteco. São os “pés-sujinhos” de Veneza. Para mim, os melhores. Minúsculos, quase sem espaço para mais do que cinco fregueses do lado de dentro e mesinhas ou tamboretes — ou nada — do lado de fora. São comuns nas fondamentas, as vielas que beiram os canais secundários da cidade, onde a turma se acomoda nas muretas. São estabelecimento bem familiares, onde muitas vezes a comida se limita aos taglieri, pratinhos com frios e queijos, e às ombras de vinho regional. Nada mais. Paraísos na Terra.

Cicheteria. É o bacaro especializado em petiscos (os cichetti). Costuma oferecer um mar de petiscos de balcão, quase sempre montados em forma de canapés. De deixar tonto o marinheiro de primeira viagem. A La Patatina, especializada em friturinhas, é memorável.

Osteria. É um pequeno restaurante de comida local, que serve tanto petiscos quanto pratos mais elaborados. A princípio são casas simples, mas em Veneza as osterias podem ser mais sofisticadas também. Como o termo “comida local” varia de cidade para cidade na Itália, a osteria, em Veneza, está muito associada aos frutos do mar. Osterias também são ótimos lugares para beber. É onde se costuma encontrar vinhos com o melhor custo-benefício e também as melhores happy-hours, onde o spritz (de Aperol ou de Campari, à escolha do freguês) corre abundante. Numa boa osteria, por meros € 5 pode-se passar das 16h às 19h comendo sem parar uma infinidade de cichetti, com ombras a menos de € 2 e spritz a cerca de € 5. A Osteria Antica Adelaide é um desses templos. Parece bom? É melhor.

Enobar. Nessa categoria costumam se encontrar os bares mais sofisticados da cidade, mas nem sempre. Geralmente são gastrobares que focam suas baterias nos bons vinhos italianos e petiscos de mais alto gabarito. É o caso do excelente Enobar Ostinati. Para paladares mais simples, como o meu, é preciso só tomar cuidado com os exageros de sofisticação, que podem sair desnecessariamente caros numa cidade onde qualquer presuntinho cru já é divino. Nos enobares da Piazza San Marco, meros dois cafés e duas águas podem sair por quase € 30. É vero...

SERVIÇO

Bacaro Risorto. Fond. Osmarin 4.700.

Pardiso Perduto. Fondamenta della Misericordia 2.340.

Al Timon. Fond. Ormesini 2.754.

La Palatina. Campo San Polo 2.741.

Osteria Antica Adelaide. Cannaregio 3.728. Calle Priuli Racheta.

Enobar Ostinati. Calle del Magazen 5.586.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Paixão por motociclismo lota a capital federal


Foto: Sidney Barros

Brasília recebe até o final do mês o maior encontro de motociclistas da América Latina e o terceiro maior do mundo.

Para os apaixonados em viajar em duas rodas, os encontros de motos são um excelente motivo para percorrer as estradas e conhecer os destinos brasileiros. Até o 31/7, Brasília espera receber cerca de 650 mil pessoas no já tradicional encontro de motos do Centro-Oeste, o XIII Brasília Capital Moto Week.

Segundo a organização do evento, essa edição conta com a presença de 1500 motoclubes do Brasil e de países da América Latina, dos Estados Unidos e da Europa.

Em uma estrutura de 150 mil metros quadrados, no Parque de Exposições da Granja do Torto, haverá o Espaço Lady Bikers, Moto Kids, paintball, luta livre e globo da morte.

A exemplo dos anos anteriores, haverá o tradicional passeio motociclístico no sábado, dia 30, às 15h30. Consagrado como um dos principais acontecimentos do Brasília Capital Moto Week, o passeio vai percorrer os principais cartões postais de Brasília. No ano passado, 30 mil motos, segundo a Polícia Militar, participaram do passeio, formando um pelotão de cerca de 12 quilômetros de extensão ao longo das ruas e avenidas brasilienses.

O último dado levantado pelo Ministério do Turismo (2013) mostra que cerca de 48,6 mil pessoas fizeram mais de 160 mil viagens de moto. A maior parte delas a lazer. 

E os motociclistas já estão na estrada. Weschei de Jesus Ferreira, 32 anos, microempresário de Taboão da Serra, São Paulo, é integrante do moto club “Cobras de Farmácia”. O grupo existe há 16 anos. Eles estão a caminho de Brasília, com previsão de chegada no próximo dia 27. São oito motociclistas, que sairão de São Paulo e farão um tour pelas cidades de Curitiba, Ribeirão Preto, Uberaba, Uberlândia, Caldas Novas e Brasília. “É o segundo ano que vamos para a capital federal. Nossa motivação é a distância, o evento e poder reencontrar os amigos que fizemos viajando pelo país”.

Motociclismo de aventura - E tem muito motociclista que vem de longe para o Moto Capital. Foram 3,5 mil km de Manaus a Brasília, 600km off road no meio da floresta amazônica pela BR-319, percorridos por Genghis de Souza Lima, de 43 anos (piloto desde os 19) e seu grupo. Motociclista de profissão, ele é um dos três integrantes do moto grupo 100% Amazônia. Retornaram esse ano à capital federal para reencontrar os velhos amigos e fazer novos. “Já conhecemos todas as capitais do Brasil e várias cidades da América do Sul”, conta. 

Percorreram os estados do Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Depois de Brasília, vão à Chapada dos Veadeiros, Jalapão, Chapada das Mesas, passarão pela BR Transamazônica, ”Km 0”, em Cabedelo/PB, Natal, Ceará, Lençóis Maranhenses e Belém. No total, serão 10mil km percorridos, em trinta dias.

Três cidades de SC estão entre as 10 mais visitadas por estrangeiros

Florianópolis - Ponte Hercílio Luz

Ranking da Demanda Turística Internacional foi publicado na quarta (20/7). Florianópolis, Bombinhas e Balneário Camboriú ocupam 2º, 6º e 9º lugares.

O Ministério do Turismo divulgou nesta semana um ranking que mostra que três cidades catarinenses estão entre os dez principais destinos escolhidos para turismo de lazer por estrangeiros em 2015. O Brasil recebeu 6,3 milhões de turistas estrangeiros no ano passado.

Conforme a Demanda Turística Internacional, Florianópolis é o segundo destino mais buscados por estrangeiros no país, com 18,8%, atrás apenas do Rio de Janeiro, com 32,6%, e à frente de cidades como Foz do Iguaçu (PR) e São Paulo.

Em sexto lugar está Bombinhas, com 7,6%. É a primeira vez em 18 anos que a cidade do Litoral Norte aparece nesta listagem. O nono destino turístico mais escolhido por estrangeiros é Balneário Camboriú, com 4,1%.

Ainda segundo o Ministério do Turismo, os argentinos foram os que mais visitaram o Brasil, com de 2 milhões de turistas. Isso representa um aumento de 19,2% com relação 2014. Conforme o ministério, isso explica o aumento de cidades do Sul no ranking, já que as cidades são próximas à fronteira sul.

As praias do país foram o destino preferido para 69,4% dos turistas estrangeiros. Ao todo, 95,5% dos turistas afirmaram devem retornar ao país. A pesquisa entrevistou 35.133 turistas estrangeiros.

Veja 10 destinos para viajar nos feriados olímpicos




Quem decidir fazer as malas durante os Jogos pode economizar até 30% em pacotes promocionais saindo o Rio de Janeiro, de acordo com a operadora CVC. Escolha um refúgio para chamar de seu!

Agosto será bem especial para os cariocas. Além de receber os Jogos Olímpicos Rio 2016, os moradores da cidade terão três feriados prolongados num curtíssimo espaço de tempo: dia 5 (sexta-feira, abertura dos Jogos no Maracanã), dia 18 (uma quinta-feira, quando ocorre a prova de triatlo) e dia 22 (a segunda-feira após o encerramento do evento). Para completar, as férias escolares também foram transferidas de julho para agosto.

Quem optar por fi car longe das Olimpíadas e curtir esses dias viajando pode se dar muito bem e ainda economizar. De acordo com Monica Severien, gerente regional de vendas da CVC, como agosto é um mês de baixa temporada, os pacotes de viagem estão até 30% mais em conta, se comparados com os valores de julho.

– Os cariocas têm buscado destinos no Nordeste, Serra Gaúcha e Cidades Históricas, além de países vizinhos, como Argentina, Chile e Uruguai, todos eles com preços mais baixos nessa época – diz Monica.

Ainda não decidiu para onde ir? Confira abaixo 10 destinos para aproveitar os feriados olímpicos:


  • Natal – 5 dias

Se você, como bom carioca, não consegue viver sem dias ensolarados – inclusive no inverno –, a dica é aproveitar a promoção e conhecer Natal, conhecida por ter sol o ano todo. A Praia de Ponta Negra, que abriga o celebrado Morro do Careca, e a Praia de Genipabu, onde a diversão é curtir um passeio radical de buggy pelas dunas, são dois dos principais pontos turísticos da capital do Rio Grande do Norte.

Quanto custa: a partir de R$ 944, em até 12 vezes sem juros.

O que inclui: passagem aérea e hospedagem com café da manhã.

  • Maceió – 5 dias

Imagine uma paisagem caribenha em pleno Nordeste. Uma das grandes atrações de Maceió é Maragogi, conhecida como o “Caribe Brasileiro” por causa de suas águas transparentes e calmas, coqueiros e piscinas naturais deslumbrantes. Outro passeio bacana pertinho da capital de Alagoas é a Praia do Francês, com seu mar azul-turquesa que mescla trechos de ondas fortes e outros de águas bem tranquilas.

Quanto custa: a partir de R$ 880, em até 12 vezes sem juros.

O que inclui: passagem aérea, traslado, hospedagem com café da manhã e passeio à Praia do Francês.

  • Fortaleza – 5 dias

Pretende viajar com a família? Com a namorada? Ou vai acompanhado de amigos? A capital cearense é um destino certo para qualquer uma dessas situações. São dezenas de praias, calmas ou agitadas, e paisagens de tirar o fôlego, além de passeios de buggy por dunas, lugares para fazer compras, bares e ótimos restaurantes. Para agradar à garotada, a dica é tirar um dia para conhecer o Beach Park, o maior parque aquático da América Latina.

Quanto custa: a partir de R$ 1.048, em até 12 vezes sem juros.

O que inclui: passagem aérea e hospedagem com café da manhã.

  • Porto de Galinhas – 5 dias

É praticamente impossível se controlar, não sacar o celular para fazer fotos de Porto de Galinhas e postar nas redes sociais, deixando os amigos cheios de inveja. Com seu mar tranquilo e piscinas naturais cristalinas, cheias de peixes e corais, não é à toa que a praia sempre apareça nas listas das mais lindas do país. No vilarejo, dá para praticar mergulho, passear a pé ou encarar um passeio de buggy por toda a orla.

Quanto custa: a partir de R$ 958, em até 12 vezes sem juros.

O que inclui: passagem aérea e hospedagem com café da manhã.

  • Serra Gaúcha – 5 dias

Para quem quer curtir um friozinho em um passeio por atmosfera europeia ou perto da lareira, com uma taça de vinho na mão, agosto é o mês perfeito para conhecer a Serra Gaúcha, já que as temperaturas nessa época não costumam fi car radicalmente baixas. Além de Gramado, Canela e Nova Petrópolis, vale dar uma esticada até Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos, para visitar algumas de suas vinícolas.

Quanto custa: a partir de R$ 998, em até 12 vezes sem juros.

O que inclui: passagem aérea, traslado, hospedagem com café da manhã e passeio por Gramado.

  • Cidades Históricas (MG) – 4 dias

Conhecer as Cidades Históricas de Minas Gerais é uma emocionante viagem no tempo. Ouro Preto parece uma pintura barroca, com suas ladeiras de pedra, construções históricas, igrejas e obras de arte. A pacata Tiradentes, fundada em 1702, possui um dos conjuntos arquitetônicos mais bonitos do Brasil e, em agosto, costuma abrigar um festival de cultura e gastronomia. Congonhas do Campo já vale o passeio só para ver as obras de arte de Aleijadinho.

Quanto custa: a partir de R$ 718, em até 12 vezes sem juros.

O que inclui: transporte rodoviário em ônibus de turismo, guia acompanhante, hospedagem com café da manhã e passeios a Tiradentes, Ouro Preto, Gruta de Maquiné e Congonhas do Campo.

  • Vale da Mantiqueira (MG) – 4 dias

Quem tem criança, sabe: não há nada melhor do que viajar para um lugar com infraestrutura e apoio, inclusive monitores para distrair a garotada. Se você se sente atraído pela ideia de descansar de verdade, a dica é um hotel fazenda. O Vale da Mantiqueira, em Virgínia, sul de Minas Gerais, tem cachoeira, piscinas adulto e infantil, campo de futebol, quadras, lago, playground e equipe de recreação. E o mais bacana: tudo está incluso no preço.

Quanto custa: a partir de R$ 1.098, em até 12 vezes sem juros.

O que inclui: transporte rodoviário em ônibus de turismo, guia acompanhante e hospedagem com pensão completa.

  • Buenos Aires – 4 dias

Taí uma viagem curta – são apenas duas horas e meia de avião – bem interessante para fazer em casal para curtir o frio de agosto. Com sua elegância e arquitetura europeias, Buenos Aires tem bons restaurantes, cafés com mesinhas nas calçadas, shows de tango e ótimos vinhos. É um destino bastante procurado por brasileiros, que se espalham para fazer compras no centro da cidade e visitar o famoso bairro da Recoleta, entre outras atrações.

Quanto custa: a partir de R$ 1.128, em até 12 vezes sem juros.

O que inclui: passagem aérea e hospedagem com café da manhã.

  • Santiago – 5 dias

De qualquer lugar de Santiago se tem uma bela visão da Cordilheira dos Andes. No inverno, o cume das montanhas costuma ficar coberto de neve, o que deixa a paisagem ainda mais incrível. A elegante capital chilena é tomada por ruas arborizadas, praças, shoppings, prédios históricos e parques, como o Cerro San Cristóbal, de onde se vê toda a cidade. Se quiser aproveitar a viagem e encarar a montanha, as estações de esqui El Colorado e Fallones ficam a cerca de 45 minutos.

Quanto custa: a partir de R$ 1.780, em até 12 vezes sem juros.

O que inclui: passagem aérea e hospedagem.

  • Punta del Este - 5 dias

Já imaginou passar dias bem diferentes, em meio ao glamour dos caça-níqueis, roletas, black jack e pôquer, como se estivesse em Las Vegas? Nesse pacote, você se hospeda no Conrad, um dos mais famosos, bonitos e luxuosos hotéis cassinos da América Latina. Ele fica em Punta del Este, antiga vila de pescadores do Uruguai que hoje abriga mansões e iates e tem uma vida noturna bem agitada.

Quanto custa: a partir de R$ 1.743, em até 12 vezes sem juros.

O que inclui: passagem aérea, traslado, hospedagem no Conrad Resort & Casino Hotel com café da manhã e passeio panorâmico.

Fonte: CVC