A
Organização Mundial de Saúde (OMS) determinou que o consumo diário de
açúcar deve diminuir significativamente. Adultos e crianças devem
consumir no máximo 50 g por dia ou, idealmente, 25 g por dia, o que
significa, aproximadamente, 2 colheres de sopa OU 6 colheres de chá não
cheias de açúcar. Veja texto publicado pela médica Ana Escobar, no G1.
Há
vários tipos de açúcar: sacarose, o mais conhecido, e que comumente
utilizamos no dia a dia; a frutose, que está nas frutas, e a lactose,
que vem do leite. Na recomendação da OMS não se incluem, na conta
diária, o açúcar proveniente das frutas nem do leite.
Quando
ingerimos estes açúcares, a digestão os transforma em glicose, que é o
principal combustível das células. Nosso cérebro, por exemplo, não vive
mais de 5 minutos sem glicose. É o seu combustível essencial. Quando
falta glicose no sangue, apresentamos os desagradáveis sintomas de
hipoglicemia: tremedeira, suor frio, tonturas, enjoo, moleza, sensação
de desmaio ou até o desmaio propriamente dito. Recém nascidos sem
glicose podem até ter uma crise convulsiva.
O açúcar, portanto,
é essencial à vida. Por isso, vale de novo a pergunta: então por que a
OMS nos manda restringir o uso de açúcar a uma quantidade mínima?
Simples
assim: porque não é o açúcar que faz mal. É a quantidade que ingerimos
que, em excesso, prejudica a saúde. A ingestão média de açúcar dos
brasileiros está em torno de 150 g por dia. Isso é muito. O ideal, como
já dissemos, situa-se abaixo de 50 g por dia, ou seja, um terço do
consumo médio. Idealmente, deveríamos consumir um sexto do consumo
diário médio, o equivalente a 25 g.
Vamos entender quais são os efeitos deletérios do açúcar em excesso no organismo.
Comemos
um bolo, por exemplo. O açúcar é digerido, transforma-se em glicose
que, por sua vez, entra na corrente sanguínea. Muito bem. Só que de nada
adianta ficar circulando pelo sangue, ela precisa entrar nas células
para agir. Quem “abre as portas” das células para a glicose é a
insulina, hormônio liberado pelo pâncreas.
Dona Chica e o esposo, que
é agricultor, preparam juntos a embalagem dos pãesMuita ingestão de
glicose, muita produção de insulina. Glicose em excesso, insulina em
excesso. Resultado: aumentamos excessiva e desnecessariamente de peso, o
que compromete várias funções do organismo e, mais que isso, passamos a
desenvolver uma certa resistência à insulina.
Assim, precisamos
cada vez de mais insulina para guardar a glicose que continua chegando,
conforme continuamos a consumi-la. Em algum tempo, a chance de
desenvolvermos diabetes é muito grande. Obesidade e diabetes caminham
juntas com várias outras morbidades, como hipertensão e doenças
cardiovasculares, que, juntas, deterioram a qualidade de vida de todas
as pessoas.
Por isso, está certíssima a OMS em determinar a
diminuição da ingestão diária de açúcar, para todas as pessoas, desde
crianças pequenas.
Fique atento, pois o problema não é o açúcar
que colocamos no café, no leite ou no bolo. É o açúcar que NÃO vemos e
que está embutido em alimentos como massas, pães, bolachas, ketchup,
refrigerantes e tantos outros. Preste atenção nos rótulos e faça as
contas.
Não pense que adoçar seus alimentos hoje é garantia de uma doce vida no futuro!
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