É uma questão de saúde pública: a vida solitária pode virar uma epidemia no futuro. Nunca tantas pessoas viveram tão solitárias no mundo como atualmente. Nunca tantas pessoas viveram tão solitárias no mundo como atualmente
Que a solidão faz mal à saúde, isso não é novidade para ninguém. Nas últimas décadas, as pesquisas científicas já associaram os males de ficar só, especialmente na velhice, a uma incidência maior de doenças, como distúrbios cardiovasculares, problemas de imunidade e depressão. Agora, pesquisadores atribuem à vida solitária danos à saúde tão sérios quanto a obesidade, entre eles, encurtar a longevidade. O estudo da Brigham Young University, nos Estados Unidos, alerta que a solidão e o isolamento social afetam a expectativa de vida de forma tão severa quanto outros maus hábitos da vida moderna. “O efeito é comparável à obesidade, uma questão de saúde pública”, disse a principal autora do estudo, Julianne Holt-Lunstad. O levantamento envolveu o cruzamento de dados de mais de três milhões de pessoas e foi publicado na revista científica Perspectives on Psychological Science.
“Está na hora de levarmos nossos relacionamentos interpessoais mais a sério", enfatizou a pesquisadora. E isso vale especialmente para as pessoas que optam por viver sozinhas, contingente que só nos Estados Unidos passou de 17% para quase 30% desde os anos 70. Nunca tantas pessoas viveram tão solitárias no mundo como atualmente. Com esse fenômeno em ascensão, os especialistas esperam uma epidemia de solidão no futuro. Os pesquisadores concluíram até aqui que as chances de morte por pessoas isoladas socialmente é cerca de 30% maior.
No estudo da Brigham Young University, a definição de solidão vai desde estar rodeado de pessoas, mas sentir-se sozinho, até viver isoladamente de fato. Independente de qualquer um desses fatores, o impacto na longevidade é o mesmo. E mais: os efeitos físicos muitas vezes podem ser mais graves entre os jovens do que entre os mais velhos. Isso porque embora os idosos estejam mais propensos a ser sós e a ter riscos maiores de mortalidade, a morte prematura relacionada à solidão afeta sobretudo pessoas com menos de 65 anos. Já o suporte social, ao contrário, tem efeitos positivos à saúde e pode adicionar anos à vida de uma pessoa. E não acredite naquela centena de amigos das redes sociais: a superficialidade dessas relações não conta pontos se a ideia é reverter os danos físicos e emocionais da solidão.
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