De acordo com a Organização Mundial da Saúde, doença já atinge 7,4% dos brasileiros, cerca de 14 milhões de pessoas.
Rio
- O policial civil Reinaldo Leal, de 42 anos, sempre foi o maior
comilão entre os amigos. “Ih, o Reinaldo vai comer 20 pedaços”,
brincavam quando iam a um rodízio de pizza. Mas, em 2010, a vida de Leal
passou por uma mudança drástica. Ao perceber que havia perdido 20
quilos e que a sensação de sono e sede constantes estava muito além do
normal, fez exame para checar o índice de glicose (açúcar) no corpo. O
resultado, que deve ser, no máximo, em torno de 125 mg/dl (miligramas
por decilitro), expôs um número bem maior: 500 mg/dl.
Leal
descobriu o diabetes, que atinge hoje 8,5% da população adulta no
mundo, o equivalente a 422 milhões de pessoas, segundo dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o índice de diabéticos
chega a 7,4% (14 milhões de pessoas). O policial encarna o perfil das
vítimas “preferidas” da doença: homens com mais de 40 anos, acima do
peso e sedentários. O estudo mostrou que a parcela de homens com
diabetes aumentou de 4,3%, em 1980, para 9% em 2014. Já a população de
mulheres diabéticas foi de 5% para 7,8%.
A
doença pode se desenvolver em pessoas de qualquer idade. Mas a
probabilidade de se manifestar depois dos 40 anos é bem maior. O
crescimento superlativo do número de diabéticos em todo o mundo — quatro
vezes maior do que era em 1980 – pode ser entendido como um reflexo de
hábitos alimentares, muito fundamentados no consumo de gorduras,
carboidratos e alimentos industrializados.
A
partir da descoberta, Leal passou a equilibrar a alimentação. No almoço,
metade do prato é ocupada por salada, enquanto a outra metade é
dividida entre um carboidrato e uma proteína, tudo minuciosamente
calculado. “Você descobre o significado do alimento e passa a perceber a
má alimentação dos outros”, comenta o policial, que cortou de forma
radical o consumo de refrigerantes. No lugar do pão, veio a tapioca.
Para consumir carboidrato, a batata doce se tornou uma boa opção.
O
cuidado com a alimentação, o medicamento correto e as atividades
físicas são os três pilares da vida dos diabéticos, que devem saber
conciliar todos os fatores. Hoje, Reinaldo pedala de Copabana, onde
mora, até Botafogo, seu local de trabalho. Voltou a frequentar a
academia, onde faz musculação e exercícios aeróbicos. Além da rotina
mais saudável, há um hobby indispensável para Reinaldo manter-se ativo e
mais relaxado: a música.
Guitarrista e
vocalista de uma banda de heavy metal, ele cita a função como uma fuga,
válvula de escape da rotina ordinária. “Apesar de não ser uma atividade
física, gera prazer, diminui o estresse”, explica. “Outras pessoas jogam
xadrez, dama, videogame... Cada um encontra o seu cantinho do
esquecimento”, completa. Para Leal, porém, a motivação maior para mudar
de vida veio de casa: “Quero ver meu filho (de cinco anos) crescer”.
Complicações são evitadas com controle desde o início
De
acordo com a OMS, os níveis elevados de açúcar no sangue já representam
uma das principais causas de morte no mundo: cerca de 3,7 milhões por
ano. O controle adequado da doença desde o início pode retardar ou
evitar complicações severas, como alterações nos rins (insuficiência
renal), nervos (neuropatia), vasos sanguíneos (insuficiência
arterial/venosa), olhos (retinopatia) e coração (infarto do miocárdio).
Apresidente
da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-RJ),
Flávia Conceição, destaca que a falta de atividade física é um dos
agravantes para a doença. É comum achar, porém, que exercícios só servem
como prevenção, e que, uma vez descoberta a doença, não adiantam mais
de nada. Não é verdade.
Praticar atividades
físicas, de modo regular, ajuda no aproveitamento da glicose pelos
músculos e proporciona um aumento da sensibilidade à insulina (hormônio
que permite a entrada de glicose nas células), além de contribuir para a
prevenção de problemas. “Muitos acreditam que não poderão mais levar
uma vida ativa, relacionando a prática de esportes a crises de
hipoglicemia (quando a taxa de açúcar no sangue diminui drasticamente)”,
explica a endocrinologista Rocio Riatto Della Coletta, da Novo Nordisk
Brasil.
O ideal é misturar atividades aeróbicas
— que contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares, a perda
de peso e o controle da glicemia — com exercícios de resistência, como a
musculação, que garantem a manutenção da massa muscular e potencializam
a capacidade de armazenamento de glicose, reduzindo o açúcar no sangue.
Muitos
diabéticos acham que apenas tomar remédios afasta a necessidade de
fazer uma dieta alimentar. Para mudar essa realidade, médicos de todas
as regiões do Brasil vão vestir aventais de chefs de cozinha e trocar
bisturis e estetoscópios por panelas e talheres. Vão ensinar pacientes
de diabetes a controlar a doença com dicas nutricionais. A ação é
desenvolvida pelo departamento de nutrição da Sociedade Brasileira de
Diabetes e o Grupo Servier.
Fonte O Dia
Vou ler com atenção ! Essa matéria é muito interessante ,!!!
ResponderExcluirVou ler com atenção ! Essa matéria é muito interessante ,!!!
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