segunda-feira, 11 de abril de 2016

Diabetes: mudança no estilo de vida e remédios ajudam bastante

                    

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, doença já atinge 7,4% dos brasileiros, cerca de 14 milhões de pessoas.
                    

Rio - O policial civil Reinaldo Leal, de 42 anos, sempre foi o maior comilão entre os amigos. “Ih, o Reinaldo vai comer 20 pedaços”, brincavam quando iam a um rodízio de pizza. Mas, em 2010, a vida de Leal passou por uma mudança drástica. Ao perceber que havia perdido 20 quilos e que a sensação de sono e sede constantes estava muito além do normal, fez exame para checar o índice de glicose (açúcar) no corpo. O resultado, que deve ser, no máximo, em torno de 125 mg/dl (miligramas por decilitro), expôs um número bem maior: 500 mg/dl.

Leal descobriu o diabetes, que atinge hoje 8,5% da população adulta no mundo, o equivalente a 422 milhões de pessoas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o índice de diabéticos chega a 7,4% (14 milhões de pessoas). O policial encarna o perfil das vítimas “preferidas” da doença: homens com mais de 40 anos, acima do peso e sedentários. O estudo mostrou que a parcela de homens com diabetes aumentou de 4,3%, em 1980, para 9% em 2014. Já a população de mulheres diabéticas foi de 5% para 7,8%.

A doença pode se desenvolver em pessoas de qualquer idade. Mas a probabilidade de se manifestar depois dos 40 anos é bem maior. O crescimento superlativo do número de diabéticos em todo o mundo — quatro vezes maior do que era em 1980 – pode ser entendido como um reflexo de hábitos alimentares, muito fundamentados no consumo de gorduras, carboidratos e alimentos industrializados.

A partir da descoberta, Leal passou a equilibrar a alimentação. No almoço, metade do prato é ocupada por salada, enquanto a outra metade é dividida entre um carboidrato e uma proteína, tudo minuciosamente calculado. “Você descobre o significado do alimento e passa a perceber a má alimentação dos outros”, comenta o policial, que cortou de forma radical o consumo de refrigerantes. No lugar do pão, veio a tapioca. Para consumir carboidrato, a batata doce se tornou uma boa opção.

O cuidado com a alimentação, o medicamento correto e as atividades físicas são os três pilares da vida dos diabéticos, que devem saber conciliar todos os fatores. Hoje, Reinaldo pedala de Copabana, onde mora, até Botafogo, seu local de trabalho. Voltou a frequentar a academia, onde faz musculação e exercícios aeróbicos. Além da rotina mais saudável, há um hobby indispensável para Reinaldo manter-se ativo e mais relaxado: a música.

Guitarrista e vocalista de uma banda de heavy metal, ele cita a função como uma fuga, válvula de escape da rotina ordinária. “Apesar de não ser uma atividade física, gera prazer, diminui o estresse”, explica. “Outras pessoas jogam xadrez, dama, videogame... Cada um encontra o seu cantinho do esquecimento”, completa. Para Leal, porém, a motivação maior para mudar de vida veio de casa: “Quero ver meu filho (de cinco anos) crescer”.

Complicações são evitadas com controle desde o início

De acordo com a OMS, os níveis elevados de açúcar no sangue já representam uma das principais causas de morte no mundo: cerca de 3,7 milhões por ano. O controle adequado da doença desde o início pode retardar ou evitar complicações severas, como alterações nos rins (insuficiência renal), nervos (neuropatia), vasos sanguíneos (insuficiência arterial/venosa), olhos (retinopatia) e coração (infarto do miocárdio).

Apresidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-RJ), Flávia Conceição, destaca que a falta de atividade física é um dos agravantes para a doença. É comum achar, porém, que exercícios só servem como prevenção, e que, uma vez descoberta a doença, não adiantam mais de nada. Não é verdade.

Praticar atividades físicas, de modo regular, ajuda no aproveitamento da glicose pelos músculos e proporciona um aumento da sensibilidade à insulina (hormônio que permite a entrada de glicose nas células), além de contribuir para a prevenção de problemas. “Muitos acreditam que não poderão mais levar uma vida ativa, relacionando a prática de esportes a crises de hipoglicemia (quando a taxa de açúcar no sangue diminui drasticamente)”, explica a endocrinologista Rocio Riatto Della Coletta, da Novo Nordisk Brasil.

O ideal é misturar atividades aeróbicas — que contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares, a perda de peso e o controle da glicemia — com exercícios de resistência, como a musculação, que garantem a manutenção da massa muscular e potencializam a capacidade de armazenamento de glicose, reduzindo o açúcar no sangue.

Muitos diabéticos acham que apenas tomar remédios afasta a necessidade de fazer uma dieta alimentar. Para mudar essa realidade, médicos de todas as regiões do Brasil vão vestir aventais de chefs de cozinha e trocar bisturis e estetoscópios por panelas e talheres. Vão ensinar pacientes de diabetes a controlar a doença com dicas nutricionais. A ação é desenvolvida pelo departamento de nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes e o Grupo Servier.

Fonte O Dia

2 comentários:

  1. Vou ler com atenção ! Essa matéria é muito interessante ,!!!

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  2. Vou ler com atenção ! Essa matéria é muito interessante ,!!!

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