Além de ser perigoso para os animais, os adultos tem que ter cuidado também com as crianças, que podem até morrer envenenadas.
Para professora da USP, as plantas podem decorar casas e
apartamentos desde que permaneçam em locais de difícil acesso aos
animais, evitando que eles comam ou entrem em contato com elementos
tóxicos
O uso das plantas ornamentais é
bastante comum para complementar decoração de casas e apartamentos - mas
elas podem fazer mal a cães e gatos, podendo levar até à morte.
Pensando nisso, quatro grupos de alunos da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo, liderados
pela professora Silvana Lima Górniak, realizaram uma lista com as
espécies que podem causar intoxicação dos pets e quais são os sintomas
que devem ser observados.
De acordo com
Górniak, é comum que os animais de estimação comam plantas e grama. "De
maneira geral, os animais não são herbívoros, mas esse é um
comportamento corriqueiro para gatos e, principalmente, cães. Quando são
muito jovens, podem comer plantas por causa do crescimento dos dentes,
mas quando crescem podem acabar ingerindo folhas e flores por busca de
novas aventuras ou, até mesmo, para chamar atenção dos donos", explica
Silvana.
Devido a esse comportamento, a
professora acredita que o conhecimento da toxicidade das plantas
ornamentais pode evitar que cães e gatos sejam injuriados por elas. "Não
significa que as pessoas não possam ter essas plantas em casa. O ideal é
saber quais delas possuem substâncias tóxicas e deixar longe do alcance
dos animais. Mas, em caso de intoxicação, mesmo que o dono não saiba o
que fez mal ao pet, é importante leva-lo ao médico veterinário e
informar o tipo de plantas que possui em casa. Dessa forma, o
profissional pode identificar melhor qual pode ser a causa da
intoxicação", disse Górniak.
Confira abaixo as 15 plantas ornamentais que são tóxicas aos animais de estimação:
Comigo-ninguém-pode
Devido à beleza de suas folhagens e pela crença popular de que a
planta traz proteção ao lar, a Diffenbachia sp é facilmente encontrada
nos lares brasileiros e é campeã como causadora de intoxicação em
animais. Seus mecanismos de toxicidade são múltiplos e as substâncias
encontradas na planta, como o oxalato de cálcio, irritam as mucosas de
animais e humanos. A intoxicação pode ocorrer por ingestão de qualquer
parte da planta ou por contato com a pele. Os sintomas variam desde
edema e irritação da mucosa, até asfixia e morte, sempre causando dor
intensa. “Essa planta foi a campeã de ingestão por cães e gatos. É
conhecida pela beleza de suas folhas e facilidade de cultivo, mas quando
em contato com os animais, pode levar à morte facilmente por asfixia.
Para se ter noção, meia folha é o bastante para matar um humano”, disse a
professora da USP Silvana Górniak.
Copo-de-Leite
O Zantedeschia aethiopica possui o mesmo mecanismo de toxicidade que a
Comigo-ninguém-pode, com o mesmo princípio ativo – o oxalato de cálcio.
A ingestão dessa planta por animais de estimação pode causar irritação
das mucosas, dor severa e edema de glote.
Antúrio
Todas as partes da planta Anthurium spp possuem oxalato de cálcio, um
princípio ativo que oferece riscos à saúde dos animais. Os principais
sintomas são queimação de mucosas, inchaço da boca, lábios e garganta,
edema de glote, asfixia, náuseas, salivação, vômitos e diarreia.
Avenca
A planta Adiantum capillus-veneris, que não é nativa do Brasil, é
bastante cultivada como planta medicinal e pela crença popular de
espantar o mau-olhado. A ingestão dos brotos da Avenca, no entanto, pode
causar câncer nos animais.
Azaleia
A Azalea sp é considerada um símbolo da cidade de São Paulo, sendo
encontrada facilmente nos lares como planta ornamental. Seu princípio
ativo é a andromedotixina, uma substância que, quando ingerida, pode
causar distúrbios digestivos durante até 6 horas após o consumo, além de
provocar disfunções cardíacas.
Bico-de-papagaio
A Euphorbia-pulcherrima possui uma seiva leitosa tóxica, chamada
látex irritante, que em contato com a pele dos animais, pode causar
lesões cutâneas e conjuntivite. A ingestão dessa planta pode causar
náuseas, vômitos e gastroenterite em gatos e cachorros.
Coroa-de-Cristo
O conhecido arbusto espinhoso, Euphorbia milii, encontrado em jardins
e calçadas, possui como substância tóxica o látex irritante, substância
que ao entrar em contato com o animal de estimação – seja pela pele, ou
ingestão – pode causar reações inflamatórias como inchaço, dor e
vermelhidão.
Espada-de-são-jorge
A Sansevieria trifasciata é uma planta ornamental muito utilizada nos
lares brasileiros pela crença popular de que traz prosperidade. No
entanto, a Espada-de-são-jorge possui substâncias de alta toxicidade.
Entre os males que pode causar aos animais de estimação está a
dificuldade de movimentação e de respiração devido à irritação da mucosa
e salivação intensa.
Espirradeira
A Nerium oleander, mesmo que bastante utilizada como ornamento em
jardins, contém substâncias tóxicas em todas as partes da planta. Esses
princípios ativos podem causar arritmias, vômitos, diarreia, ataxia,
dispneia, paralisia, coma e morte em humanos e animais domésticos. Os
sintomas de intoxicação pela Espirradeira podem ser observados de 1 a 24
horas após a ingestão.
Fumo-bravo
A planta Solanum mauritianum, com altos níveis de toxicidade, tem
como principal composto a Solasodina – presente em toda planta, mas mais
concentrada nos frutos. A ingestão do Fumo bravo pode causar diarreia,
inflamação do duodeno (parte inicial do intestino delgado), elevação das
enzimas hepáticas, gastrite, náuseas, sintomas neurológicos e vômitos
em cães e gatos que a ingerirem.
Lírio e Lírio-da-Paz
Muito encontradas nas casas brasileiras como plantas ornamentais,
todas as partes do Lilium sp e do Spathiphyllum wallisii são tóxicas. A
ingestão das plantas pode causar irritação oral e de mucosas, irritação
ocular, dificuldade de engolir e até problemas respiratórios em casos
mais graves. Ainda podem aparecer como sintomas da intoxicação pelo
Lírio/Lírio da paz alterações nas funções renal e neurológica.
Maconha
O principio ativo na maconha, ou Cannabis sativa é o
tetrahydrocannabinol (THC), que deve agir no sistema nervoso central. Os
sintomas são depressão, desorientação, perda da coordenação muscular e
coma. Normalmente se desenvolvem entre 1 e 3 horas após a ingestão. De
acordo com Silvana Górniak, professora da USP, a inalação da fumaça da
queima da maconha pode ainda dilatar a pupila dos cães e gatos, causando
fotofobia. “Muitas vezes os proprietários de animais domésticos gostam
de oferecer a eles tudo que é comum ao humano. Nos Estados Unidos
tiveram muitos casos de intoxicação de cães e gatos pela inalação da
maconha, que, dependendo do tempo de exposição, pode até matar os
animais”, disse a médica veterinária.
Mamona
O princípio ativo tóxico do Ricinus communis é a ricina, que está
presente nas sementes da planta. Os sintomas da ingestão da mamona
acontecem no sistema nervoso e podem ser observados aproximadamente após
24 horas da ingestão. O animal pode apresentar vômitos, diarreia,
produção excessiva de saliva, sensibilidade abdominal, cólicas, sangue
nas fezes, hipertermia e desidratação. A intoxicação em animais ocorre
frequentemente por ingestão de óleo de rícino, torta de mamona, ou
resíduos da planta usados como adubo.
Violeta
O
caule e as sementes da Viola odorata são altamente tóxicos. A ingestão
dessa comum planta de ornamentação pode causar, na ingestão de altas
doses, severas gastrites, depressão circulatória e respiratória, além de
vômitos e diarreias. Os princípios ativos tóxicos são violinha, acido
tânico e salicílico.
Tomate verde
A
substância tóxica do Solanum lycopersicum é chamada tomatina e é
encontrada em altas concentrações nas folhas e frutos verdes – mas se
transforma em substância inerte nos frutos maduros. A ingestão do tomate
verde pode causar arritmias cardíacas, dificuldade de respirar,
salivação abundante, diarreia e vômitos.
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