segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Rede Blue Tree de hotéis e sua habilidade ao receber
A fundadora e presidente da rede Blue Tree Hotels, Chieko Aoki, fala sobre a habilidade de hospedar as pessoas com mais habilidade. Para quem ainda não tem uma dica de onde passar o Réveillon 2016 é bom saber que a empresa tem promoções especiais para a passagem de ano.
A rede tem 9 hotéis na Região Sudeste, sendo 3 no Rio de Janeiro; 5 hotéis no Sul do país; mais 1 hotel no Nordeste e outros 4 nas regiões Norte e Centro-Oeste. As promoções para a passagem de ano estão disponíveis a partir de R$ 800 (Florianópolis), R$ 180 (Manaus); R$ 176, R$ 7.108, R$ 319, R$ 559 e R$ 171, em São Paulo; R$ 120 (Rio Verde), R$ 247 (Macaé). R$ 1.170 (Embú das Artes); R$ 830 e R$ 845, no Rio Grande do Sul.
Veja a entrevista especial feita pela revista Meio & Mensagem com a executiva do hotel:
Durante a entrevista que concedeu a Meio & Mensagem num de seus hotéis — considerado referência para toda a rede —, Chieko Aoki passou uma imagem de elegância e comedimento, retrato forte da cultura japonesa que está na origem, nos traços, no nome (Aoki significa árvore azul e daí a derivação para o inglês Blue Tree que nomeia a rede de 23 hotéis) e também nos movimentos finos e econômicos. Esse conjunto, no entanto, mais revela do que esconde: é nos pequenos gestos que a “essência”, palavra repetida por Chieko durante toda a conversa, transparece — a recusa da água servida no copo (“prefiro a garrafa”); a redução do tom de voz (já discreta naturalmente) ao ouvir conversas no andar (para não incomodar eventuais hóspedes); e, já no hall, para a finalização da sessão de fotos, uma última e definitiva ação — ela mesma arruma e alinha a poltrona na qual tomou assento para o derradeiro retrato. É na soma desses gestos que se compreende a qualidade e o princípio que Chieko imprime à rede.
Ao se expressar e executar movimentos demonstra, sem o menor pudor, o “treinamento da chatice”, como define a empresária, que é falar e repetir o tempo todo para a equipe sobre a essência do que deve ser o serviço que vende. A própria Chieko adota um mantra de Madre Teresa de Calcutá para reclamar para si essa essência de receber e hospedar profissionalmente. Na prática, é intangível. Mas é tão verdadeiro quanto um perfume de mulher que fica no ambiente: essência, seja de serviço ou de aroma, é para ser sentida.
ENTREVISTA
Meio & Mensagem: Como a rede Blue Tree Hotels transforma a hospitalidade inerente do brasileiro em atendimento profissional de qualidade?
Chieko Aoki; O Brasil recebe bem. O que precisa é colocar de forma mais organizada, disciplinada, com certo treinamento e entender melhor o outro. Porque o brasileiro, em geral, recebe muito bem. Principalmente aos que já conhece. Quando não conhece e são culturas diferentes, precisa entender que não é do mesmo jeito. A essência é a mesma, mas as formas são diferentes. O brasileiro é essencialmente hospitaleiro, é muito amigável, muito cordial, mas precisa ter um processo de treinamento, de organização, de atitudes, do momento certo de ser mais ou menos expansivo. Tem de ser cordial sempre com o cliente. É como no uniforme que veste. Faz parte. E que o resultado não seja tão disciplinado. Afinal, não somos japoneses, que são bastante disciplinados. O brasileiro tem seu jeito. Não pode perder o estilo mais livre e natural e, por outro lado, tem de estar ajustado a uma forma mais organizada.
Na sua perspectiva de empresária, como é navegar nessas ondas de altos e baixos?
- Não tem problema, é assim mesmo. Faz parte. Quando você vê que tem bolha, tem de se preparar porque alguma coisa pode acontecer. Não é porque você tem dinheiro que gastará tudo. Não é porque você não tem dinheiro que irá morrer. Para tudo tem de se planejar, enxergar e se preparar. É a história da cigarra e da formiga. Tem de ter o equilíbrio. Às vezes, o governo não tem dono. Mas as empresas têm dono. E não se pode contar com que o dinheiro caia do céu. Não sei de governo porque não sou governo. Não sei dos detalhes. Portanto, não posso dizer senão vira crítica de quem nem entende do negócio. Mas posso dizer do empresário. Que tem de cuidar do seu bolso, do seu pedaço, do seu amanhã, do seu hoje. E não é só seu. Tem de pensar em toda a sua equipe, saber que você é uma bicicleta, em movimento, não pode parar.
O Airbnb, assim como o Uber para o setor taxista, e o Netflix, para a TV, tem provocado a ruptura da forma tradicional de serviços de hospedagem, onde desaparece a figura intermediária do agente que opera a hospedagem de pessoas. Como a senhora avalia o aplicativo?
- Acho bom. Essencialmente, todo concorrente é bom porque te faz sair da zona de conforto. Porque se não é o Airbnb, será outro que surgirá amanhã. Então, inventa você o outro. É a lei do mercado. O mercado tem altos e baixos, tem sempre gente inventando coisas. Se você não inventa, tem outro que inventará. Você também pode inventar. Por que você não inventa? Em vez de parar para achar que os outros estão tirando o seu mercado, tira você o mercado dos outros. Ninguém está te amarrando ou te proibiu de fazer isso. Vivemos num país democrático, o mundo é democrático. Então faça! Ou, se não quer fazer isso, faça melhor aquilo que você já faz. Para que não tomem seu espaço.
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