As terríveis bolsinhas que ficavam na cintura, tanto de homens como de mulheres, e que marcaram época nas décadasde 80 e 90, estão de volta depois de fugirem de uma espécie de "túnel do tempo". Eram usadas por policiais para esconder documentos, armas de pequenos calibres, e depois viraram uma febre entre gays do sexo feminino, tornando-se símbolo de masculinidade. Mas precisamente, aquelas que se vestiam como homens. Atualmente, no mundo das lésbicas, muito poucas tem esse esteriotipo. No entanto, as bolsinhas de cintura viram moda de novo em versões coloridas, metalizadas, estampadas, assinadas por Chanel, Alexander Wang, Moschino, Louis Vuitton, e vendidas na Quinta Avenida de Nova York (EUA).
Que a moda é cíclica, você já sabe. É só reparar na quantidade de vezes que os estilistas recorrem a sucessos dos anos 60, 70, 80 e 90 - entre outros - para criar suas coleções atuais. Pense no número de coisas consideradas cafonas que foram ressuscitadas e ganharam sobrevida graças a esse ciclo da moda. Pois está acontecendo de novo. Agora é a vez da pochete. Símbolo brega nas últimas décadas, ela ressurge em novas cores, formas, texturas, estampas e adornos e, nessa temporada, volta (acredite!) como objeto de desejo.
A peça foi ressuscitada com a onda esportiva que tomou o mundo fashion na temporada de verão 2014. Nesta estação, a passarela de alta-costura da Chanel foi invadida por joelheiras, capacetes, cotoveleiras e… pochetes. Superdecorados, os modelos logo apareceram em looks da cantora Rihanna. Em seguida, o estilista Alexander Wang juntou o utilitarismo presente na sua coleção à praticidade de se carregar tudo em uma bolsa acoplada à cintura, e colocou os pequenos modelos de couro na passarela. Feitos para levar só o necessário. Desde então, o acessório apareceu em marcas como Marc by Marc Jacobs, Moschino, Anna Sui, Rag&Bone e Elizabeth & James, confirmando a tendência.
O retorno da peça foi muito bem recebido pelas editoras de moda das revistas brasileiras que, desde o ano passado, adotaram a pochete como "it-acessório". A diretora de redação da Elle Brasil, Susana Barbosa, uma das primeiras a aderir, conta que gosta de usar o seu modelo da Chanel com roupas mais elegantes, como peças de alfaiataria e vestidos longos. “O mais legal é tirar a bolsa do contexto esportivo”, diz ela. “Para muita gente a pochete ainda é cafona, mas, quando uma marca como a Chanel faz esse acessório, ele vira um statement”, completa. “Não acho que seja uma peça para vítimas da moda!”.
Outra editora que também adora sua pochete da Amapô, desfilada na última São Paulo Fashion Week, Larissa Lucchese, da Marie Claire, acredita que o acessório precisa ter algo atual. “Uma cor diferente ou algum material inusitado, para trazer modernidade e ficar com cara de ‘novo’”, comenta. A diferença é que a pochete de Larissa vem disfarçada de bolsa, ou seja, é feita para usar no ombro.
Quem não quer se arriscar e investir em um modelo moderninho pode apostar nas dicas de Verena Figueiredo, designer de acessórios da marca Santa Lolla, que destaca a praticidade das pochetes. “Gosto de amarrar minhas bolsas Chanel do modelo 255 pequeno na cintura. Qualquer bolsa pode virar pochete, é só ser pequena e estruturada”, afirma ela. “Para quem não quer ousar demais e mergulhar nos anos 90, vale a pena investir em modelos mais clean, não tão volumosos ou com materiais esportivos”, diz ela.
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