segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Água do mar para beber que contém 63 minerais para a saúde


Empresa de Bertioga, no litoral paulista, transforma água do mar em potável e produz 16 mil litros por dia. Água tem mais minerais que a comum, que só contém 12 tipos. Beber desta água melhora ainda mais as funções dos rins e do fígado. A garrafa terá o preço três vezes maior que a comum, afirma matéria do G1.

Em meio à grave crise hídrica que atinge o estado de São Paulo, muitas pessoas pensam em alternativas para não ficar sem água. Uma empresa em Bertioga, no litoral de São Paulo, criou um método próprio de dessalinização da água do mar que, além de remover o sal, consegue manter 63 minerais importantes para o organismo humano presentes no mar.

O G1 visitou também a sede da fábrica e acompanhou todo o processo de dessalinização. A água já foi até engarrafada, mas os empresários aguardam a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a vender o produto no Brasil. Segundo um estudo de uma pesquisadora ligada à Universidade Paulista (Unip) e Universidade de São Paulo (USP), a água não oferece riscos e pode ser consumida normalmente.

Um dos responsáveis pela criação do processo de dessalinização, o empresário Annibale Longhi conta que buscava também uma forma de recuperar os minerais perdidos no dia a dia por meio da água. “Uma célula em equilíbrio deve conter cerca de 100 minerais. Ao longo da vida, você vai perdendo isso.” Por isso, Longhi começou a fazer experiências para encontrar um produto que não tivesse sal em grande quantidade e que fosse saudável.

Após um longo período de análises, ele descobriu que o mar guarda os minerais necessários para o corpo. “Na água do mar encontramos 63 minerais que ajudam o sistema celular. A água vendida nos supermercados tem, no máximo, 12 minerais. Porém, para o corpo ficar saudável, precisa de muito mais”, explica.

Produção da água

Com os resultados em mãos, o empresário, junto com o engenheiro Silvio Paixão, criou um laboratório piloto para desenvolver projetos e começar os testes.

Há três anos, eles montaram um sistema de dessalinização da água. Ela é retirada do mar, a cerca de 30 metros de profundidade, e passa por um processo de tratamento de quatro fases. Metade da água retirada do mar se transforma em potável. A outra metade volta para o oceano, com concentração maior de sal. Esta água é descartada em vários pontos para não comprometer o meio ambiente (veja o vídeo no fim da reportagem).

Após o tratamento, a água permanece com os 63 minerais naturais que o corpo necessita. De acordo com Paixão, o pH 7,5 da água do mar é mantido. O pH é a medida que indica a acidez, a neutralidade e a alcalinidade de uma solução. Sete é o valor neutro. Um pH mais perto de 0 indica acidez e mais perto de 14, alcalinidade.

“Como nós não adicionamos nada, só retiramos o cloreto de sódio, o pH permanece o mesmo. O pH é uma coisa muito importante quando se trata de saúde humana. Essa água nunca vai trazer problemas para o corpo. O rim e o fígado funcionam até melhor”, afirma.

No laboratório em Bertioga, é possível produzir uma grande quantidade das garrafas de água. A fábrica tem condições de fazer até 33 mil garrafinhas por dia, totalizando 16 mil litros do produto, o que daria cerca de 1 milhão de unidades por mês. Enquanto uma garrafa de água mineral com 300 ml custa, em média, R$ 1,50, em Santos, uma garrafinha de água dessalinizada pode chegar a custar duas ou três vezes mais.

Pesquisa

A biomédica Lucia Abel Awad, com o apoio da USP e da Unip, realizou um estudo de cerca de três anos sobre a água fabricada em Bertioga. “Primeiro fizemos testes em camundongo e ratos, com protocolos que obedecem aos critérios da Anvisa. Avaliamos questões hematológicas, renais, hepáticas e sinais clínicos. Fizemos todos os testes para saber se a água produzia algum efeito maléfico ou benéfico no organismo desses animais. Os animais não apresentaram problemas. Concluímos que a água não tem efeito tóxico e que pode ser tomada sem restrições”, diz ela.

Por enquanto, os empresários já têm a autorização da Anvisa para produzir e exportar a água. Segundo eles, há compradores na Alemanha (Galeria Kaufhof) e na França (La Grande Epicerie), onde o produto também passa por análise, de acordo com a legislação europeia.

“Já passamos pelos processos de análise química e microbiológica. Estamos na fase da radioatividade. Passando por isso, nosso produto será aceito em toda a Europa”, explica Paixão.

No Brasil, a água 63 Water Vital Minerals está sob análise da Anvisa para a comercialização. A pesquisa realizada pela universidade foi incluída na série de documentos e exames laboratoriais solicitados pelo órgão. “Superamos a demanda da Anvisa e estamos aguardando a análise. Entregamos todo esse material no começo de 2014 e estamos esperando a aprovação”, afirmou o engenheiro

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