domingo, 22 de fevereiro de 2015

Pesquisa afirma: casar engorda

Conhece aquele ditado popular que diz que animal castrado engorda, pois bem, fique sabendo que taxa de obesidade entre os casados é 60% maior que a dos solteiros. Será que casamento faz mal à saúde?
 


Mudar o estado civil pode acrescentar alguns — ou muitos — quilos na balança. Não é lenda: o casamento tem ‘potencial’ para engordar e aquilo que parecia teoria da sua tia chata ganhou o embasamento de pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. A taxa de obesidade entre casados é 60% maior do que a dos solteiros.

De acordo com o levantamento com 2,4 mil pessoas de todo país, divulgado no início do ano, entre os comprometidos 21% sofriam do excesso de peso, contra 13% do outro grupo. Há várias causas, entre elas trocar a pelada com os amigos ou a academia com as amigas por jantares românticos. “Quando casa, a pessoa muda os hábitos e tende a ser mais sedentária. Muitas vezes, prioriza a vida profissional e financeira e deixa a saúde de lado”, diz Luiz Vicente Berti, chefe do conselho fiscal da sociedade e responsável pelo estudo.

Mas há outras razões que não têm relação com o comportamento do casal. Luiz Vicente explica que, até os 30 anos, o corpo ainda está em formação e a queima de calorias é maior. Depois desse período, a tendência do organismo é ‘estocar’ gordura e a perda de peso fica difícil.

Além dos riscos já conhecidos da obesidade — diabetes; apneia do sono; hipertensão e problemas no fígado, joelho e coluna — novos males podem aparecer na hora de ter um filho. Mães obesas correm mais risco de diabetes gestacional, o que pode fazer com que o bebê nasça com muito peso (mais de 4 kg), porém com organismo frágil.

“A mãe pode ter também hipertensão na gestação que pode levar à pré-eclâmpsia, uma doença grave”, alerta, acrescentando que, com o excesso de peso, é mais difícil engravidar. “Ocorre uma alteração que aumenta a taxa de hormônios masculinos. Quando emagrece e tudo volta ao normal, a mulher fica mais fértil”.

Na hora de emagrecer, o companheirismo do parceiro é imprescindível, aponta Ana Cristina Belsito, endocrinologista do Hospital São Vicente de Paulo. Ela lembra que, muitas vezes, o homem tem mais facilidade na perda de peso. “Se apenas um membro do casal está em dieta, o outro pode acabar boicotando. É importante que os dois se estimulem” declara. Mas, se a dieta não for consenso, Ana Cristina recomenda restaurantes com bufê, em vez de rodízios.

De acordo com o levantamento, metade dos obesos mórbidos não se reconhece como tal. Luiz Vicente explica que o primeiro parâmetro para saber se a pessoa está ou não com muitos quilos a mais é o Indice de Massa Corporal (IMC), calculado pelo peso dividido pelo quadrado da altura. Se o resultado da conta passar de 30, a pessoa já tem obesidade grau 1. A partir de 40, já é obesidade mórbida e é indicada a cirurgia de redução de estômago. “O lazer do brasileiro é comer e não andar de bicicleta, por exemplo. Isso interfere no sobrepeso”.

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