quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

"Disneylândia do sexo" em SP vai sair do papel

                            

Parque erótico terá roda gigante privê e trem erótico, diz empresário. 'Erotikaland' foi idealizada por empresários e deve custar R$ 150 milhões, e será inaugurado em 2017 na região de Piracicaba (SP). Empresários garantem que não será uma Sodoma e Gomorra.


Roda gigante privê, trem fantasma erótico, piscinas e labirinto também com motivos sexuais. Os equipamentos são algumas das atrações que fazem parte de um projeto inusitado e ambicioso: o “Erotikaland”, um parque temático previsto para ser construído até o final de 2017 na região de Piracicaba (SP). Com orçamento de até R$ 150 milhões, a “Disney do sexo”, como definem os idealizadores, pretende ser um complexo para homens e mulheres que queiram se divertir e passar por experiências ligadas apenas ao tema.

De roda gigante com cápsulas de vidro onde o casal enxerga tudo o que está em volta,  mas ninguém de fora vê com o que acontece dentro dela, até restaurantes com pratos afrodisíacos e piscinas de naturismo estáo previstos no projeto. A “sexolândia” foi idealizada pelos empresários de São Pedro (SP) Mauro Morata e Paulo Meirelles, em parceria com Evaldo Shiroma, responsável por uma feira erótica do estado de São Paulo.

De acordo com Morata, o parque será construído em uma área de 150 mil metros quadrados, que já foi adquirida. No entanto, a localização exata do terreno não foi informada com a justificativa de “não despertar curiosidade”. A ideia do projeto é receber de três a cinco mil visitantes por dia. “Estamos em processo de início da construção, só posso dizer por enquanto que será na região de Piracicaba”, disse o empresário.

O empresário afirmou que a maior parte do capital de R$ 150 milhões da construção do parque será usada para investimento em segurança e higiene. O restante será destinado à obra, implantação dos equipamentos e contratação de funcionários. A estimativa é contratar de 150 a 300 pessoas para trabalhar no local.

Antes de iniciar a construção, o terreno precisou passar por todas as aprovações necessárias para um empreendimento deste porte. “Já temos tudo apalavrado com as Prefeituras e órgãos competentes, só falta oficializar. É uma área privada e não será nada ilícito, vamos precisar das aprovações normais que qualquer outro parque de diversões precisaria”, explicou Morata.

‘Preocupação com higiene’

A ideia da criação do "Erotikaland" surgiu de observar que o mundo tem uma “demanda” por um local como esse. O empreendimento será o único do ramo na área de entretenimento adulto. Segundo os empresários, a Coreia do Sul e o Japão possuem estruturas de museu e esculturas, mas o conceito de parque de diversões do sexo será implantado pela primeira vez. O projeto é “vendido” pelos empresários como um complexo leve e divertido, que terá atrações e brinquedos para todos os gostos, além de não ter nenhuma restrição de gênero.

“Nossa preocupação será principalmente com a privacidade, segurança e higiene. Teremos atrações para todas as opções. Se quiser ir na roda gigante panorâmica, o material dentro dela será totalmente descartável. Se quiser ir na piscina de naturismo, onde as pessoas vão ficar nuas, só será visto quem estiver lá, porque será em uma área fechada. Nada ficará tão aparente. Alguns lugares nem celular vai poder entrar. Será para homens, mulheres, idosos, idosas, heterossexuais, homossexuais, qualquer pessoa, desde que tenha mais de 18 anos”, afirmou.

'Sexo não tem contraindicação'

A ideia de Mauro Morata de criar um empreendimento erótico não é por acaso. Ele e Paulo Meirelles são proprietários da Softlove, uma empresa de cosméticos eróticos e próteses de São Pedro (SP). Há 22 anos nesta área, o engenheiro químico de 41 anos é o criador de fórmulas e produtos relacionados à área “sexy”, como cremes que produzem sensações de temperaturas e vibradores líquidos.

Questionado sobre a ambição de gastar até R$ 150 milhões em um parque do sexo em plena crise econômica, o empresário afirmou que a maior parte do capital será da própria Softlove, além de outros investidores.

“O investimento é próprio, nós já temos boa parte desse dinheiro e também já temos empresas que querem investir no parque. Temos investidores da Espanha, Índia, Estados Unidos. É um empreendimento totalmente privado”, contou.

Mesmo com a ousadia do projeto, Morata afirmou que não tem medo de sofrer rejeição ou protesto de setores mais conservadores da sociedade por acreditar que o Brasil é carente de um parque com temática sexual. “Sexo não tem contraindicação e todo mundo gosta. Só vai quem quer. E eu sei que muita gente vai querer ir. O que acontece no Brasil em relação a sexo até hoje é uma hipocrisia muito grande”, relatou.

Atrações

A “Disney do Sexo” terá pelo menos 11 atrações. A roda gigante panorâmica consiste em uma experiência sexual "privê" nas alturas, em cápsulas transparentes onde ninguém esteja vendo nada do lado de fora. Além disso, o complexo terá um setor destinado aos “eroticgames”, com jogos eletrônicos relacionados ao erotismo e uma loja com produtos de sexy shops.

Entre os brinquedos, está o “trem do sexo”, que terá o mesmo conceito de um “trem fantasma”, só que ao invés de um susto a cada parada, o visitante poderá conferir diversas posições sexuais. O projeto ainda prevê um museu que explica toda a trajetória do sexo e um cinema 7D, que além de transmitir vídeos eróticos vai despertar sensações como frio e calor.

Além das piscinas de nudismo e dos restaurantes com pratos afrodisíacos, as pessoas poderão ainda visitar esculturas em formatos de pessoas nuas, um bosque com labirinto para os casais ficarem até 15 minutos no local e um motel que vai funcionar dentro do complexo. “Não queremos que ninguém veja nada que não queira ver. Por isso a ideia do motel. Deu vontade, vai no motel”, disse o empresário.

Morata ainda relatou que o visitante do complexo, antes de começar a usar os brinquedos, vai entrar em uma sala onde serão explicadas as regras do parque. A principal preocupação dos idealizadores é que as pessoas confundam um local para aproveitar atrações com a temática sexual com uma área onde "tudo pode acontecer".

"Teremos regras, assim como em todos os lugares existem regras. Não será proibido fazer sexo no parque, até porque seria uma contradição, mas vai existir lugares para isso. Não queremos que confunda com bagunça, será um empreendimento leve e monitorado por seguranças. Não é pra ir freiras, mas também não vai ser uma Sodoma e Gomorra", contou.

Clube

Além do capital da empresa e de investidores, a “Erotikaland” será financiada pelo próprio valor do ingresso cobrado para entrar no local, que ainda não está definido, e também por um sistema  de associados. Ou seja, o parque terá uma área vip, com chalés, área de sauna, massagens, que só poderá ser acessada se o cliente pagar uma mensalidade para os proprietários.

Fonte G1.

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