quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Mulheres se libertam e curtem mais pornôs
Temas femininos são os mais vistos pelas brasileiras, bem como outras mulheres pelo mundo, informa O Dia. Para elas, tamanho é documento sim.
Já foi o tempo em que curtir imagens e vídeos que alimentam o imaginário em momentos íntimos era coisa de homem. Hoje, cada vez mais mulheres descobrem a arte da pornografia e abrem novos caminhos dentro da indústria de filmes adultos. E as brasileiras saíram na frente com estes quesitos, segundo os sites americanos Pornhub e o RedTube.
Em pesquisa feita nos dois dos maiores portais de pornografia mundiais, as brasileiras apareceram ao lado das filipinas como as que mais consomem este tipo de vídeo. Cerca de 35% do público de pornô no Brasil é feminino. A média mundial é 24%. Na pesquisa intitulada ‘O que as mulheres querem’, os termos mais pesquisados pelas moças são lésbicas e trios. Nas categorias mais vistas estão ‘para mulheres’, ‘pênis grande’ e ‘adolescente’.
A cineasta Ana Paula Nogueira, 35 anos, conta que assiste a filmes pornôs desde a época das locadoras de vídeos. “Este estilo ficava sempre em um local meio escondido da loja”, conta. Ela explica que atualmente a qualidade técnica das produções melhorou, e há um mercado focado especificamente no público feminino. “Já vi curtas pornográficos no tablet até parada no trânsito engarrafado”, brinca a cineasta. Isto se deve à atual facilidade de acesso, incomparável com o tempo das locadoras. Um exemplo disto são os dois portais que realizaram a pesquisa. Eles têm conteúdos gratuitos e pagos e mais de 40 milhões de usuários únicos por mês.
Assim como Ana Paula, a universitária Michele Corrêa, 22 anos, assiste a filmes pornôs mas prefere os de uma nova série, voltada para o público feminino. “Eles têm mulheres mais reais, nem sempre elas estão maquiadas. É artístico”, diz.
Ela já assistia a pornografia antes de conhecer esses novos projetos, porém mais por curiosidade. “Eu gosto do X-Artes, mas tem outros filmes do mesmo tipo”, explica a garota, que geralmente assiste sozinha ou junto com o namorado.
Segundo Nina Mager, consultora em educação sexual, o aumento do interesse por pornografia entre as mulheres se deve a uma certa libertação. “Agora elas se permitem, sabem que podem gostar de coisas mais picantes. Querer alimentar a imaginação”, afirma.
Mager também destacou o fenômeno de conteúdos adultos voltados para mulheres, como o filme ‘Cinquenta Tons de Cinza’, que trouxe a temática para as conversas femininas. “Antes era tudo para agradar ao homem e para a reprodução. Hoje a mulher sabe dizer o que quer, o que não quer e quando quer”, completou.
Filmes têm nova perspectiva que contempla o universo feminino
Chamado de Feminist Porn (Pornô Feminista), esse tipo de conteúdo adulto vem conquistando adeptas. A comunicóloga Fernanda Capibaribe, professora de Comunicação da Universidade Federal de Alagoas, que estuda este tipo de pornografia, explica que os filmes têm nova perspectiva. “Saem da visão tradicional em que o ato sexual só privilegia o homem”, esclarece. O cenário tem como principal expoente a diretora sueca Erika Lust.
Ela afirma que com a internet ficou mais fácil ter outros tipos de pornô e de atrair um novo público. “Estes filmes vão sempre na intimidade, e não só no ato sexual”, elucida. É também pela internet as mulheres se encontram para dividir experiências. A estudante de Rádio e TV Marjory Kumabe, 23, criou um grupo no Facebook para pesquisar sua monografia. As meninas dividem experiências e tem até grupo no Whatsapp em que trocam vídeos e imagens pornôs, e problemas íntimos.
Marjory pretende produzir um curta e o grupo vai ajudar a decidir como o filme será. “A ideia é fazer um produto que me agrade e agrade a outras mulheres”, conta.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário