quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Venda de roupas vira febre na internet
Peças consideradas raras se valorizam em até 150%. Veja essa reportagem do Extra.
Entrar em uma loja, experimentar uma roupa novinha e levá-la para casa é uma rotina cada vez mais distante para muitas consumidoras. E não é por falta de dinheiro, muito pelo contrário, mas por uma vontade cada vez maior de ter peças "raras", diferentes. Pelas redes sociais, milhares de mulheres estão se unindo em grupos e páginas de compras e trocas de roupas por todo o Brasil. As mais valorizadas chegam a custar até 150% a mais: uma peça igual à usada pela atriz Grazi Massafera passou de R$ 280, quando saiu da loja, para R$ 700 nos grupos.
Administradora de um grupo com 21 mil participantes em busca de roupas da marca Farm, Rianez Oliveira, de 42 anos, largou o trabalho como atriz de teatro e, agora, ganha até R$ 1.700 por mês com as vendas e rifas de roupas que faz. Ela afirma que as peças se valorizam quando são usadas por atrizes e apresentadores de TV.
— Uma amiga estava com uma saia jeans encalhada há uns cinco meses, mas bastou uma atriz usar o modelo no programa da Fátima Bernardes que formou fila para comprar. A saia com estampa de oncinha que a Grazi Massafera usou custava R$ 280 na loja e, agora, é vendida a R$ 700 — diz, bem-humorada, Rianez.
Conhecida entre as compradoras por seu jeito severo de gerenciar as publicações dos grupos, a moradora de São Lourenço, em Minas Gerais, diz que é preciso tomar alguns cuidados para garantir boas compras e vendas. A primeira delas é sempre buscar nesses grupos uma vendedora com boas recomendações.
— Não adianta comprar só pelo preço. Peça ajuda para as meninas do grupo e só compre com, pelo menos, oito recomendações porque pode ser uma pessoa de má fé. Os vestidos são caros e custam R$ 300 ou R$ 400 — explica Rianez, que faz listas com as vendedoras recomendadas e até das caloteiras.
Já para quem deseja vender, a orientação é tirar fotos da peça como ela de fato é, escrever as medidas certinhas e, ainda, não demorar a responder as potenciais clientes.
‑ É preciso ser simpática, uma pessoa legal e acessível. Se a roupa tem um buraquinho, é preciso avisar. Existem boas vendedoras, e até lojistas que vendem as peças - explicou.
Compradora compulsiva, mineira chega a gastar R$ 2 mil por mês
A administradora Michelle Luz, de 34 anos, se define como uma compradora compulsiva. Ela chega a gastar R$ 2 mil por mês em compras nos grupos e sites. Ela usa as peças por duas ou três vezes, depois revende porque não gosta de repetir roupas. Como também reforma as peças, ela criou uma página no Facebook onde mostra as novidades em fotos e vídeos:
— Mostro as transformações e compro mais o que eu não encontro aqui em Belo Horizonte. Sou superconsumista e participo de vários grupos. Comecei há um ano, e as marcas que mais uso são Farm e Espaço Fashion. Hoje virou um hábito e já compro mais nos grupos que nas lojas — conta Michelle, conhecida como Mimi.
Ela compra as peças e, o que precisa alterar, leva para uma costureira:
— Eu só sei bordar, mas mostro as ideias para a costureira. Não é tão mais barato porque elas vendem pelo preço da loja, mas algumas coisas dá para garimpar. Mas só compro roupas novas e revendo depois — conta a mineira, que já fez amigas por todo o Brasil.
Moradora de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Elizabeth Batista, de 44 anos, acabou virando uma colecionadora de peças roupas e de amigas. Ela tem um grupo com 7 mil pessoas que vendem e trocam roupas da marca Antix.
— Gostamos dos modelos mais antigos. Alguns vestidos viraram raridade e custam R$ 1.500 reais. Já vi muita gente pagar isso e, quando aparece um dos desejados, dá até briga. Acaba virando um leilão — diz.
Ela compra mais nas lojas, mas recorre aos grupos quando as peças estão esgotadas ou para encontrar as tais ‘raridades’.
— A gente faz a moderação por prazer, diversão e já fiz grandes amizade. Os itens saem da loja e estão desvalorizados, mas os de colecionador valem mais — explica Elizabeth que já gastou até R$ 450 em um vestido.
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