sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Não quero ser gourmet!

                           
 
Leia esse post que foi parar no Blog do Empreendedor, do jornal Estadão desta quinta-feira (20/8). Ele é uma síntese da pasmaceira encampada pela imprensa e pela televisão a respeito da chamada comida gourmet, cada vez mais monetarizada e sem graça.

Não gosto de modismos. E não gosto da maquiagem ‘gourmet’ que muitos produtos receberam (ou se autodenominaram), desde bem antes disso virar febre.

Por isso, minha empresa não é e não quer ser gourmet!

Porque mesmo antes do bendito ‘raio’ incinerar a gastronomia brasileira, a palavra já havia perdido sua conotação bacana, de apreciação dos prazeres da boa mesa, para se tornar um distintivo pedante e elitista.

Depois de virar moda no Brasil, o gourmet não apenas banalizou-se, como embestou-se ainda mais. E ganhou uma nova conotação ainda menos apetitosa, como sinônimo de comida-bebida-doce-café-ou-o-

que-quer-que-seja CARO.

E caro não necessariamente pela qualidade superior, mas pelas firulas de falso valor a sua volta.

E se tem uma coisa que sempre evitei e combati na minha empresa são fricotes desnecessários que possam encarecer nossa comida.

Cuidamos de escolher ingredientes naturais e saudáveis, fazemos trabalho artesanal, vendemos produtos frescos, gostamos de ter nossas lojas charmosas e divertidas, e vamos além:

- Optamos por embalagens biodegradáveis desde sempre,

- Mantemos um relacionamento de respeito e transparência com funcionários

- Selecionamos os melhores fornecedores, não apenas pela qualidade do produto, mas pelas pessoas que o fazem acontecer

- Temos sacolas ecológicas desde muito antes de isso virar lei

- Fazemos investimento constante em treinamento

- Emitimos nota fiscal de toda venda, pagamos todos os impostos

- E tantas outras coisas que passam despercebidas ao olhar externo, pois consideramos que não seja nada mais que nossa obrigação natural.

Tudo isso aumenta nossos custos de forma considerável. Mas por mais que isso pudesse ser pretexto para ‘gourmetizar’, mantemos distância dessa expressão e do que ela representa, porque fazemos questão de cobrar apenas o preço justo, e nada mais do que isso.

Não cobramos a mais porque somos bacanas, ou porque somos saborosos, ou porque nossas atendentes são simpáticas.

Na minha empresa quero que prevaleça a autenticidade, a qualidade e o sabor. O resto, é pra quem gosta mais de posar do que de comer. E preferimos ficar fora desse raio.

Ivan Primo Bornes, do Pastificio Primo, é fã de Leonardo da Vinci e sua máxima “a simplicidade é o último grau de sofisticação”

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