quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Rio receberá versão do maior salão de gastronomia do mundo
Será em outubro a primeira edição brasileira do Sirha. O Face do CeasaCompras e o Blog Qsacada chegaram a antecipar o assunto no início deste ano. Veja reportagem da Folha.
Nesta segunda-feira (24/8), um evento na cidade antecipou detalhes do salão, que incluirá a seletiva do prêmio Bocuse d'Or, competição que acontece a cada dois anos em Lyon, na França, e é considerada a Copa do Mundo da gastronomia.
"Viemos ao Rio para ficar", diz Marie-Odile Fondeur, diretora do Sirha Rio. "O evento acontecerá todos os anos na cidade".
A melhor colocação que o Brasil já teve no Bocuse d'Or foi o décimo lugar, em 1997, conquistado pelo piauiense Naim dos Santos. Por falta de incentivo e financiamento, o Brasil nem sequer competiu nas edições de 2011 e deste ano.
Isso deverá mudar com a chegada ao Brasil da multinacional francesa GL Events, uma das maiores empresas de eventos do mundo –faturou € 939 milhões em 2014. Proprietária, entre outras coisas, do Bocuse d'Or, produz anualmente em Lyon o salão de gastronomia Sirha, o maior do mundo.
Neste ano, pela primeira vez, haverá uma versão carioca, o Sirha Rio. Além da feira de negócios, com cem expositores, o evento (de 14 a 16 de outubro, no Centro de Convenções SulAmérica) vai abrigar a etapa eliminatória para eleger o chef que representará o Brasil na segunda etapa eliminatória, no ano que vem, no México.
"Receber esse evento é muito importante para a gastronomia brasileira. Eu me emociono, porque a gente sonha com isso há muitos anos", disse o chef Claude Troisgros, do restaurante carioca Olympe, convidado pela GL Events para presidir o Sirha Rio. "Tem uma coisa muito forte acontecendo no Brasil neste momento".
Dentre oito candidatos brasileiros, em outubro um júri presidido pelo chef Alex Atala (D.O.M., Dalva e Dito e bar Riviera) vai selecionar um representante brasileiro para seguir para as eliminatórias latino-americanas.
O chef Laurent Suadeau, presidente do Bocuse d'Or brasileiro, foi quem selecionou os oito jovens. "Vai ser uma oportunidade de abrir novos caminhos", diz Giovanna Grossi, 23, única mulher do grupo, que vive em Maceió (AL) mas já trabalhou em grandes restaurantes, como Quique Dacosta (Espanha) e Maison Pic (França).
A competição importa não só para os que concorrem. Eles ganham reconhecimento e dinheiro (o ganhador da etapa brasileira leva R$ 10 mil para casa, e o grande campeão da final em Lyon, em 2017, € 25 mil). Além disso, o país que representam ganha destaque no cenário mundial.
"O Brasil nunca conseguiu uma alta performance no passado por falta de apoio e engajamento de todas as partes envolvidas, inclusive dos chefs. É importante corrigir isso e receber bem o Sirha", diz Atala. "Ter uma etapa eliminatória no Rio é um caminho importante para o Brasil."
O Bocuse d'Or foi criado em 1987 pelo lendário francês Paul Bocuse, um dos mentores de Claude Troisgros e um dos chefs mais importantes da história da gastronomia.
"Eu o considero um dos meus pais", diz Troisgros. Seu filho Jerôme Bocuse, também chef, virá ao Rio para ser o presidente de honra do júri, que inclui ainda os chefs Tsuyoshi Murakami (Kinoshita) e Emmanuel Bassoleil (Skye), entre outros. "O Jerôme estar presente é muito importante para o país", afirma.
Simultaneamente ao Bocuse d'Or, o Sirha Rio acolherá a etapa brasileira da Coupe du Monde de la Pâtisserie (versão doce do campeonato), presidida pelo pâtissier Philippe Brie, do Sofitel Copacabana.
A feira, que terá uma parte dedicada a ingredientes das diferentes regiões do Brasil, será dirigida a profissionais do ramo e estudantes de gastronomia.
Também englobará o Mesa Show, aberto ao público. O evento terá cinco aulas de cozinha com chefs conhecidos e degustações de vinhos.
Os três dias culminarão com um grande jantar de gala em que os maiores chefs do Brasil serão homenageados, no hotel Copacabana Palace.
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