A Ilha do Regime de Fidel Castro, com a abertura política e econômica, está gastando com novos investimentos em hotéis, cruzeiros e casas particulares. Até um novo filme dos "Velozes e Furiosos" tem Havana como cenário.
Primeiro cruzeiro em 50 anos chega a ilha e são recebidos com carros da década de 50.
As autoridades cubanas estão comemorando o aumento de 17,5% do número de turistas recebidos ano passado. Foram 3,525 milhões de visitantes em 2015, grande parte atraída pelo anúncio do restabelecimento das relações do país com os EUA. Para 2016, a expectativa é de um crescimento maior ainda: de janeiro até 11 de março, ou seja, mesmo antes que Obama e os Rolling Stones chegassem lá, Cuba já registrara a entrada de um milhão de estrangeiros — 20 dias mais cedo que em 2015.
— Estamos tendo mais visibilidade em todo o mundo — diz Doralis Velázquez, diretora comercial do Ministério de Turismo de Cuba, que esteve em São Paulo mês passado, para a World Travel Market (WTM) Latin America, feira internacional do setor.
Segundo Doralis, o país tem infraestrutura hoteleira para receber ondas de novos visitantes. Mas encontrar vagas nos hotéis não tem sido exatamente fácil. A Havana, não para de chegar gente nova. Como a equipe da franquia “Velozes e furiosos”, que está usando a ilha de Fidel para cenas de seu próximo filme. Em contrapartida, tem crescido o número das chamadas “casas particulares” (cujos moradores oferecem quartos e café da manhã) e dos paladares (que servem refeição).
As grandes empresas do setor de turismo também não param de investir. Um exemplo é a espanhola Iberostar (iberostar.com), que a cada dia aumenta seus negócios no país, onde chegou há 23 anos. Ao todo, já são 11 hotéis. Há três meses, a rede inaugurou o resort Praia Pilar, o segundo em Cayo Guillermo. Em outubro, será a vez do Bella Vista, o quinto em Varadero, a praia da ilha que mais atrai turistas: a empresa somará, então, 900 quartos aos 4.500 que tem em Cuba.
‘Natureza, cultura, segurança e gente’
— Estamos consolidando nossa presença num mercado em que sempre estivemos. Todo mundo agora fala em Cuba — diz Luis Jiménez Ayala, diretor comercial e de marketing da Iberostar em Cuba, acrescentando os quatro fatores que, para ele, tornam o país especial. — A natureza, a cultura, a segurança, e, o mais importante, sua gente.
Feirinha de artesanato na cidade histórica de Trinidad de Cuba - O GLOBO / Léa Cristina
Na capital, a rede tem o Parque Central, um hotel moderno que fica em Havana Velha, com diárias para casal a € 280. A quatro horas dali, na cidade histórica de Trinidad de Cuba, a diária do Grand Hotel Trinidad sai a € 198.
A italiana MSC Cruzeiros (msccruzeiros.pt) é outra empresa que já aportou no país. Na temporada 2015/2016 se tornou a primeira companhia a fazer cruzeiros regulares para Cuba, com o MSC Opera. E este mês anunciou, para 2016/2017, a entrada de outro navio na mesma rota, o MSC Armonia.
A decisão da MSC de aumentar sua presença na região aconteceu no momento em que o governo cubano autorizou a Carnival, primeira americana do setor, a navegar na rota Miami/Havana. A viagem inaugural do Adonia será dia 1º de maio. O navio tem capacidade para 710 passageiros e preços a partir de US$ 1,8 mil por pessoa.
No caso dos dois navios da MSC, que seguem o mesmo trajeto (Havana, Montego Bay/Jamaica, George Town/Ilhas Cayman e Cozumel/México), a capacidade é para 2.600. E a tarifa, incluído o voo até Havana, sai a partir de € 1.264 por pessoa.
O diretor comercial e de marketing da MSC Cruzeiros do Brasil, Adrian Ursilli, diz que a empresa está fortalecendo sua presença numa “região nobre":
— Até porque, turismo também é moda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário