Manter os pelos pode evitar exposição a fungos e bactérias, alertam especialistas. No entanto, muitas mulheres se incomodam com a presença dos pelos e, por isso, optam por se depilarem. Mas esta tendência, que é mais sexual do que qualquer outra coisa, está mudando. Fica um lembrete: cuidado com o efeito "floresta".
Todas as mulheres nascem com pelos. Apesar disso, atualmente, pode ser chocante ver que alguma delas não está depilada, especialmente em regiões íntimas. O que é esquecido muitas vezes é que os pelos têm função no corpo feminino.
“Hoje nós sabemos que não tem nenhum problema de se retirar todos os pelos desde que se mantenha uma higiene íntima adequada”, afirma o ginecologista Domingos Mantelli. “Mas também temos que lembrar que os pelos têm algumas funções, como: criar uma barreira para evitar infecções por vírus e bactérias; manter os órgãos genitais a uma temperatura adequada; prevenir a irritação da área genital durante o ato sexual”, contrapõe o médico.
Muitas mulheres se incomodam com a presença dos pelos e, por isso, optam por se depilarem. Mantelli alerta para o fato de que, em alguns métodos, a depilação deixa os poros abertos e “expostos a bactérias e vírus que causam infecções vaginais, corrimentos, furúnculos, abscessos, cicatrizes, pelos encravados e até doenças sexualmente transmissíveis, como molusco e HPV”. No entanto, o médico afirma que não há estudos que comprovem que os pelos evitam doenças.
Quando a estudante Gabriela Beraldo, 20 anos, soube que a depilação poderia fazer mal para saúde e causar doenças, resolveu parar. Faz dois meses e, para ela, os efeitos são positivos. “Eu usava lâmina ou cera. Decidi parar por alguns motivos: primeiro que depilar a região íntima é muito incômodo. Minha pele ficava muito irritada e os poros encravavam, além de doer bastante depilar com cera”, conta. O outro motivo era o dinheiro que a estudante gastava para tirar os pelos.
“No começo você acha estranho, dá aquela vontade de passar a lâmina, usar creme ou qualquer coisa. Mas você se acostuma, acha normal e a 'noia' passa. A vida fica até mais fácil, porque é uma preocupação a menos”, opina Gabriela.
Outro efeito positivo para a estudante foi a diminuição do corrimento. “É algo comum nas mulheres, mas desde que parei de me depilar o meu diminuiu bastante”, diz. “Eu também tinha coceira e incômodo por causa dos pelos crescendo e encravando depois de depilar, isso não tem mais”.
Para mulheres que têm problemas recorrentes na região íntima, como infecções, e, ainda assim, queiram depilar, Mantelli afirma que o ideal é “apenas retirar os pelos das regiões próximas da vagina, como coxas e pélvis e aparar os pelos dos grandes lábios com o auxílio de uma tesoura”.
Lisinha no começo do século passado
Um dado curioso vem dos Estados Unidos: nas décadas de 20, 30, 40 até 50, em alguns estados, as chamadas "mulheres da vida" raspavam as partes íntimas. Diziam, na ocasião, que os pêlos aumentavam a possibilidade de doenças. As chamadas "mulheres do lar" não raspavam de jeito algum, e quando uma prostituta queria enganar um homem, botava em cima do sexo uma peruca vaginal, com pelos de marta - um animal selvagem.
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