quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Férias? Conheça o doce que faz tanto sucesso em NY

 



As informações são de Bruno e Juliano Mendes que escrevem toda terça-feira no Blog do Empreendedor, do Estadão.

Caminhando pelas ruas do Soho, em Nova York, nos primeiros dias deste mês, nos deparamos com uma moça asiática, toda esbaforida e agitada, pedindo ajuda para encontrar uma confeitaria que ficava nas redondezas. Com seu smartphone em mãos, Google Maps aberto, ela me perguntava se conhecia a confeitaria de um tal de Dominique Ansel.



Lembramos ter passado, na quadra anterior, por uma confeitaria. E que a “Bakely”, como se referia ela a tal Bakery que procurava, poderia ser aquela mesmo.

Poucas horas mais tarde, já dentro de uma loja que vende roupas, itens para decoração e cozinha, encontramos um livro de capa muito bonita, sobre um Chef Pâtissier e um auto elogio de impacto: a confeitaria mais celebrada do mundo. Era o mesmo chef a que se referia a asiática quase histérica naquela congelante esquina do Soho.

A vontade de visitar sua confeitaria bateu instantaneamente. Navegando pela internet em busca do endereço correto, nos deparamos com avaliações bastante elogiosas a um chef super premiado. E em matérias em todas as mais importantes emissoras e publicações impressas de NYC e dos EUA, referências ao que seria o melhor doce de NYC: o Cronut (marca registrada).

Dias depois lá fomos nós, por volta das 5h da tarde, beber um bom café acompanhado do famoso Cronut, é claro.

Me dirijo ao caixa e,  na maior tranquilidade, peço dois Cronuts. A atendente, com aquela cara mais fria que o clima do lado de fora, reponde: o cronut já acabou. Somente às 6h. Você entra na fila e começamos a vender às 8h. Frustrado, perguntei: daqui a uma hora? Quando ela me responde: não, às 6h da manhã. Você entra na fila às 6h e começamos vender às 8h. Em poucos minutos acaba tudo.

Com uma enorme frustração, mas já conformado, pedi outros doces, que estavam deliciosos. Uma placa móvel, que é colocada ao lado de fora, continha alguns esclarecimentos, para quem deseja comer o Cronut:

A fila, muitas vezes, começa, às 5:30 da manhã.

Porque não produzimos mais? Porque nossa cozinha é pequena e queremos criar outros doces também.

Por favor, enquanto na fila, não faça barulho. Respeite nossos vizinhos.

Estamos trabalhando para aumentar nossa produção. Mas por enquanto, não conseguimos produzir mais.

E por aí seguia a lista, bem grande, por sinal. Um dos itens, interessante, por sinal, dizia que o chef estava sempre presente e que recebia pessoalmente os clientes às 8h.

De volta ao Brasil, ficou aquela enorme vontade de provar o Cronut, Mas ficaram também admiração, dúvidas e uma grande lição.

A dúvida que ficou é quanto a quantidade produzida diariamente. Será que ele não produz mais Cronuts, mesmo que em uma cozinha externa, por ser extremamente centralizador e cuidadoso, e teria medo de que sua “obra de arte” (ele já foi comparado ao Van Gogh pela Food & Wine) sofresse variações com a produção em maior escala, ou seria essa uma grande estratégia de marketing, para criar um enorme desejo nas pessoas e ganhar páginas e páginas de mídia espontânea?

E a lição, pelo menos pra nós, é a de que qualquer negócio pode criar o seu próprio Cronut. Usar os mesmo ingredientes para fazer algo novo, que crie o desejo e admiração das pessoas. É a ideia de que que sempre é possível inovar. Basta pesquisa, criatividade, e muito, muito trabalho. Não seria bom, em tempos de crise, ter fila na sua porta às 6h da manhã?

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