segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Cuidado com sua "perereca" nesses dias quentes de verão

Suor e calor favorecem o aparecimento da candidíase, afirma especialista. Tratamento é simples, mas é importante ficar atento aos sintomas e evitar a automedicação. Para evitar a candidíase no verão, é preciso secar bem o corpo

  



Com a chegada do verão, os médicos fazem um alerta: é preciso redobrar os cuidados com a candidíase. A doença se prolifera nos períodos mais quentes do ano, quando as pessoas transpiram mais e passam a usar sungas e biquínis molhados por longos períodos. Isso acontece porque o calor e a umidade favorecem o aumento da candida albicans, fungo que provoca a doença.

Em entrevista ao programa Rota Saudável, da Rádio Estadão, o imunologista Marcello Bossois explicou que o fungo está presente no corpo humano desde o nascimento, e a existência dele não significa que a pessoa terá a doença. A candidíase aparece quando há um desequilíbrio no sistema imunológico. Com o enfraquecimento das defesas corporais, o crescimento dos fungos aumenta e provoca a infecção. “O uso de antibióticos, o surgimento de alergias e distúrbios hormonais são fatores que diminuem a imunidade e contribuem para o aparecimento da doença”, diz.

De acordo com Bossois, para evitar a candidíase no verão, é preciso secar bem o corpo e ficar atento aos sintomas. “Muitas vezes as pessoas confundem a doença com um processo alérgico e tomam remédio por conta própria”, explica.

Os sintomas mais comuns são coceira e vermelhidão na região genital, ardência ao urinar no caso das mulheres, aumento da secreção vaginal e, nos homens, feridas na região peniana. As mulheres, aliás, contraem a doença com mais frequência que os homens. A explicação está na própria constituição corporal. Os fungos vivem em várias partes do corpo, como boca, intestino e pele. No entanto, no caso das mulheres, eles também estão na vagina, o que favorece o aparecimento da candidíase.

O tratamento é simples. Segundo José Domingos Borges, ginecologista da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, o paciente deve tomar um antifúngico e aplicar pomadas anti-inflamatórias que amenizam a coceira e a vermelhidão. Ele reforça que a candidíase não é uma doença sexualmente transmissível e que ela pode ocorrer, inclusive, em mulheres e homens que nunca tiveram relações sexuais. “Se a pessoa tiver uma predisposição à doença ou estiver com a imunidade baixa, a relação sexual será mais um fator de ocorrência”, explica o ginecologista.

Reincidência. Por conta da relação da doença com a baixa imunidade, o calor e a umidade, é comum ela reincidir. Nesses casos o tratamento é o mesmo, mas Borges explica que existem ações no período entre crises que podem favorecer um aumento da imunidade, principalmente na região genital.

A aplicação de cápsulas de vitamina C na vagina é uma forma de prevenção da candidíase pelo aumento da flora. A vitamina C atua protegendo o ambiente vaginal e, consequentemente, aumentando a imunidade da mulher. No caso de pacientes que já entraram na menopausa, a aplicação de hormônios femininos na região genital também contribui para um aumento da imunidade no local. A aplicação tanto da vitamina quanto dos hormônios pode ser feita no consultório médico ou em casa.

O ginecologista explica, ainda, que apesar da crença de que o uso de sabonetes íntimos pode melhorar a saúde dos órgãos genitais, é melhor optar por aqueles que são neutros. Ele recomenda também evitar o uso de absorventes diários, pois eles aumentam a umidade na vagina. Nos dias mais quentes, as mulheres também devem usar calcinhas de algodão ao invés daquelas feitas com tecidos sintéticos que impedem que a pele transpire normalmente.

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