Suor e
calor favorecem o aparecimento da candidíase, afirma especialista.
Tratamento é simples, mas é importante ficar atento aos sintomas e
evitar a automedicação. Para evitar a candidíase no verão, é preciso
secar bem o corpo
Com a chegada do verão, os médicos fazem um
alerta: é preciso redobrar os cuidados com a candidíase. A doença se
prolifera nos períodos mais quentes do ano, quando as pessoas transpiram
mais e passam a usar sungas e biquínis molhados por longos períodos.
Isso acontece porque o calor e a umidade favorecem o aumento da candida
albicans, fungo que provoca a doença.
Em entrevista ao programa
Rota Saudável, da Rádio Estadão, o imunologista Marcello Bossois
explicou que o fungo está presente no corpo humano desde o nascimento, e
a existência dele não significa que a pessoa terá a doença. A
candidíase aparece quando há um desequilíbrio no sistema imunológico.
Com o enfraquecimento das defesas corporais, o crescimento dos fungos
aumenta e provoca a infecção. “O uso de antibióticos, o surgimento de
alergias e distúrbios hormonais são fatores que diminuem a imunidade e
contribuem para o aparecimento da doença”, diz.
De acordo com
Bossois, para evitar a candidíase no verão, é preciso secar bem o corpo e
ficar atento aos sintomas. “Muitas vezes as pessoas confundem a doença
com um processo alérgico e tomam remédio por conta própria”, explica.
Os
sintomas mais comuns são coceira e vermelhidão na região genital,
ardência ao urinar no caso das mulheres, aumento da secreção vaginal e,
nos homens, feridas na região peniana. As mulheres, aliás, contraem a
doença com mais frequência que os homens. A explicação está na própria
constituição corporal. Os fungos vivem em várias partes do corpo, como
boca, intestino e pele. No entanto, no caso das mulheres, eles também
estão na vagina, o que favorece o aparecimento da candidíase.
O
tratamento é simples. Segundo José Domingos Borges, ginecologista da
Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, o paciente deve tomar um
antifúngico e aplicar pomadas anti-inflamatórias que amenizam a coceira e
a vermelhidão. Ele reforça que a candidíase não é uma doença
sexualmente transmissível e que ela pode ocorrer, inclusive, em mulheres
e homens que nunca tiveram relações sexuais. “Se a pessoa tiver uma
predisposição à doença ou estiver com a imunidade baixa, a relação
sexual será mais um fator de ocorrência”, explica o ginecologista.
Reincidência.
Por conta da relação da doença com a baixa imunidade, o calor e a
umidade, é comum ela reincidir. Nesses casos o tratamento é o mesmo, mas
Borges explica que existem ações no período entre crises que podem
favorecer um aumento da imunidade, principalmente na região genital.
A
aplicação de cápsulas de vitamina C na vagina é uma forma de prevenção
da candidíase pelo aumento da flora. A vitamina C atua protegendo o
ambiente vaginal e, consequentemente, aumentando a imunidade da mulher.
No caso de pacientes que já entraram na menopausa, a aplicação de
hormônios femininos na região genital também contribui para um aumento
da imunidade no local. A aplicação tanto da vitamina quanto dos
hormônios pode ser feita no consultório médico ou em casa.
O
ginecologista explica, ainda, que apesar da crença de que o uso de
sabonetes íntimos pode melhorar a saúde dos órgãos genitais, é melhor
optar por aqueles que são neutros. Ele recomenda também evitar o uso de
absorventes diários, pois eles aumentam a umidade na vagina. Nos dias
mais quentes, as mulheres também devem usar calcinhas de algodão ao
invés daquelas feitas com tecidos sintéticos que impedem que a pele
transpire normalmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário