segunda-feira, 20 de abril de 2015
Friboi vende carne de cavalo para a Nestlé
Frigorífico, controlado pela JBS, que todos acusam de pertencer ao filho do ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva, está sendo acusado pela gigante mundial de alimentos de ter adulterado produtos: ao invés de carne bovina enviaram carne equina. Ou seja, de cavalo mesmo. Holding brasileira se defende, desqualificando fornecedora europeia. Empresa tem fartos anúncios na televisão brasileira, usando o ator Tony Ramos dizendo que o produto vendido por ela é de qualidade. A mesma empresa teve problemas com a Justiça trabalhista brasileira por dar carne podre para alimentar seus empregados. Matéria foi publicada no Globo.
VEVEY (Suíça) e SÃO PAULO – O escândalo sobre o uso de carne de cavalo em alimentos que deveriam ser preparados com proteína de origem bovina chegou agora à brasileira JBS — maior empresa em processamento de proteína animal do mundo — e à gigante Nestlé. A multinacional suíça acusa o fornecedor alemão H.J. Shypke, subcontratado pela JBS Toledo, escritório comercial da brasileira na Bélgica, de lhe ter fornecido carne equina em vez de bovina. A Nestlé utilizou o produto na preparação de pratos prontos vendidos na Itália, Espanha e França e anunciou a retirada de tais preparações das prateleiras.
Testes realizados pela Nestlé identificaram traços de DNA de cavalo em dois produtos feitos com carne fornecida pela H.J. Schypke. Os níveis encontrados, acima de 1%, são superiores ao limite estabelecido pela agência britânica de segurança alimentar e indicam, de acordo com a companhia suíça, “adulteração ou negligência grosseira”.
“Não há problema de segurança alimentar, mas erros na etiquetagem de produtos significam que eles não cumprem os padrões altamente elevados que os consumidores esperam de nós”, ressaltou a empresa suíça que, na semana passada, havia afirmado que os produtos de sua marca não haviam sido afetados pelo escândalo, que teve início no Reino Unido e detonou uma onda de testes em outros mercados. Devido à descoberta, a companhia está aumentando seu programa de garantia de qualidade, “adicionando novos testes de DNA para carne de cavalo antes da produção na Europa".
Ao reconhecer o uso de carne de cavalo em dois de seus produtos, a maior empresa de alimentos do mundo anunciou o recolhimento das massas testadas — ravioli e tortelini de carne — das prateleiras de Itália e Espanha. Também suspendeu as entregas de todos os processados contendo bovino fornecido pela H.J. Schypke. Na França, está suspensa a venda da lasanha à bolonhesa da marca a serviços de catering empresarial.
JBS não venderá produtos europeus
Em nota, a companhia brasileira esclareceu que a Schypke não pertence a seu grupo e que, para garantir fornecimento e flexibilidade a seus clientes europeus, a JBS Toledo desenvolveu alternativas europeias de suprimento, em comum acordo com seus clientes.
A JBS também informou que suspendeu todos os contratos com a Schypke e que não comercializará mais produtos europeus até que a confiança na segurança do sistema de fornecimento seja restabelecida. Além disso, garantiu que não há qualquer problema nos produtos fabricados pela própria empresa.
“Nenhum caso de violação foi identificado nos produtos fabricados pela própria JBS. Como reconhecimento da confiança depositada na JBS pelos seus clientes, nenhum contrato sofreu alteração ou cancelamento e os pedidos estão sendo cumpridos a partir das plataformas próprias de produção”, informou a multinacional brasileira.
Há cerca de duas semanas, o uso de carne de cavalo em preparações supostamente bovinas foi descoberto no Reino Unido, levando a uma onda de testes em outros mercados. Ontem foi encontrada carne de cavalo em produtos bovinos na Finlândia e na Suécia. Autoridades britânicas e alemãs querem que os testes continuem e que aumentem as exigências sobre a qualidade do que é utilizado na preparação de alimentos prontos.
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