O crescimento da obesidade infantil é alarmante e vem tomando proporções epidêmicas, afirmam governos de países industrializados. No Brasil, a Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada em 2008 e 2009 pelo IBGE, mostrou um salto. Em 2008, 35 % das crianças estavam acima do peso saudável. Em 1989, esse índice era de 15%, contra 10,9% em 1974.
Podemos apontar, afirmam pesquisadores e médicos, como causa principal, as mudanças no estilo de vida. A vida moderna faz com que os pequenos fiquem muitas horas na frente da televisão e do computador, diminuindo a queima de calorias proporcionadas pela atividade física. Além disso, boa parte das propagandas estimulam o aumento do consumo de produtos industrializados, gostosos e práticos, porém ricos em calorias vazias, como as frituras, os alimentos feitos com farinhas brancas, balas, doces, refrigerantes tradicionais, etc.
É uma triste realidade: de acordo com a OMS, a dieta média das crianças brasileiras inclui, hoje, cinco vezes mais biscoitos e refrigerantes que nos anos 70. Pasmem! Este consumo de refrigerante é por volta de 60 litros por ano, por pessoa, o que significa assustadores 6 quilos de açúcar para cada uma.
Mas não é só isso, um estudo entre crianças no Rio de Janeiro mostrou que 60% dos meninos e 78% das meninas não fazem nenhum tipo de brincadeira que envolva movimento e a Associação Americana de Cardiologia recomenda que cada um tenha, pelo menos, uma hora de atividade física por dia. Vale qualquer tipo de movimento para emagrecer brincando!
Para alívio dos pais, não é necessário submeter a criança a qualquer tipo de dieta restritiva, basta que a família mude seus hábitos. Para evitar bater de frente com os pequenos, deve-se oferecer um cardápio mais saudável, que inclua cereais integrais, verduras e frutas. Desestimule do cotidiano os doces, refrigerantes e frituras, contudo procure se tornar um parceiro do seu filho. Como? Convide-o para um passeio e ofereça um sorvete, um doce ou um hamburger com batata frita eventualmente, dessa forma ele não se sente excluído, mas você não estimula o mau hábito. Já que o problema é quando a exceção vira regra.
A taxa de sucesso no tratamento da obesidade infantil ainda é considerada baixa, entre 20% e 30% e depende do envolvimento da família. Afinal, as crianças se espelham no comportamento dos pais e frequentemente vejo, no consultório, mães gordinhas brigando com seus filhos porque não “se dedicam” a emagrecer. Como médico, eu diria que não adianta cuidar de crianças com sobrepeso e devolvê-las para a mesma família com os mesmos maus hábitos. Uma boa notícia é que a cada centímetro que seu filho cresce em altura, corresponde a 1 kg emagrecido; ou seja, manter o peso durante a fase de crescimento já é um bom resultado.
Importância de manter a forma durante a gravidez
Manter-se em forma durante a gravidez é uma preocupação freqüente das futuras mamães. Contudo muitas mulheres não conseguem controlar o peso, sendo que o indicado para mulheres com peso normal é adquirir de 11,5 a 16 Kg. Já mulheres que iniciam a gravidez com sobrepeso podem ganhar de 7 a 11,5Kg. Mulheres obesas, por sua vez, não devem ultrapassar o limite de ganho de, no máximo, 7 kg durante a gravidez. Estudo publicado por pesquisadores da Unversidade de Oslo, revela que tanto o peso antes da gravidez quanto o ganho de peso durante a gestação são importantes fatores no peso do bebê ao nascer e depois na idade adulta.
Para cada quilo que a mulher ganhava durante a gestação, o peso do recém-nascido aumentava em 22,4 g. Por exemplo: se a mãe engordasse 10 quilos durante a gravidez, o peso do bebê aumentaria 224 g.
Esse estudo encoraja as mulheres a cuidarem de seu peso antes e durante a gestação.
Amamentar emagrece?
Pode ser considerado um mito já que amamentação consome em torno de 500 calorias/dia (equivalente a 100g de chocolate!). A matemática das calorias pode ser cruel, ao ponto da mulher poder até engordar se descuidar da dieta.
Aleitamento protege da obesidade infantil!
Em um estudo americano realizado com 2.565 crianças de três a cinco anos, os autores observaram que aquelas que foram amamentadas apresentavam menor prevalência de “risco de sobrepeso” em relação àquelas que não tiveram o aleitamento materno.
Outro recente estudo publicado pelo Departamento de Saúde Pública da USP confirmou esta tese:
1 - A escolha dos lanches é um grande desafio para crianças tentando emagrecer.
2 - Vale ficar atento ao tipo de alimento e às porções.
Algumas empresas vêm modificando a formulação de seus produtos. Oferecem itens mais saudáveis, incluindo cereais integrais, com menor concentração de sódio, açúcar, gordura ou até trocam versões fritas por assadas.
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