Visitar as ecovilas no país é estar em contato com a natureza, aprender sobre cultura alternativa e praticar atividades em busca de autoconhecimento. No Rio, o ar puro em Magé, vai deixar ainda mais aconchegante a hospedagem na El Nagual.
Mochila nas costas e um sonho na mente: conhecer um estilo de vida que alie a natureza ao contato do homem de maneira sustentável. Se você é esse tipo de turista, as ecovilas brasileiras são roteiros ideais para quem deseja juntar aventura, imersão e conhecimento. Originadas do movimento Nova Era, nas décadas de 1960 e 1970, os locais servem como moradias e também destinos turísticos promovendo a união de tecnologia alternativa, agricultura orgânica e desenvolvimento humano.
Desde sua criação, o movimento vem crescendo e ganhando adeptos. Em 1978 foi criado o Encontro Nacional de Comunidades Aquarianas (ENCA), realizado há 41 anos pela Associação Brasileira de Comunidades Alternativas (Abrasca). O encontro é uma forma de reunir membros de comunidades e pessoas interessadas no tema, além de uma oportunidade para debates, trocas de experiências e promoção de eventos. Para participar, é preciso entrar em contato com uma das ecovilas integrantes e solicitar a visita, explicando o porquê do interesse em estar no ENCA.
Segundo o coordenador da região nordeste do Conselho de Assentamentos Sustentáveis da América-Latina, Regional Brasil (CASA Brasil), Gabriel Siqueira, existem cerca de 300 delas espalhadas pelo país, mas apenas 37 foram catalogadas. “Muitas delas são criadas recentemente, em locais remotos, ou contam com poucos membros, o que dificulta e prolonga o levantamento desses números”, informa Gabriel.
EDUCAÇÃO, LAZER E MEIO AMBIENTE –
Nem todas as ecovilas estão abertas à visitação, mas as que o fazem oferecem hospedagem e imersão no estilo de vida alternativo, com cursos de bioconstrução - quando a preocupação ecológica de uma obra está presente desde sua concepção até sua ocupação - consumo consciente, alimentação saudável e yoga. Tudo isso atrelado à pratica de esportes radicais em meio a matas e rios. Abrindo as portas, as ecovilas conseguem movimentar a economia local com o turismo e com a venda de alimentos orgânicos, produtos naturais e artesanatos feitos pelos próprios moradores e voluntários.
A Agência de Notícias do Turismo tem algumas sugestões para quem deseja viver essa experiência, mas outras opções podem ser pesquisadas no mapeamento das ecovilas e projetos permaculturais. Mais para frente, o turista também contará com um aplicativo para guiá-lo nessa busca. Anote e experimente uma nova forma de fazer turismo:
Veja o roteiro:
Instituto Biorregional do Cerrado –
Localizado em Alto Paraíso, no Goiás, o IBC oferece uma vivência àqueles que desejam conhecer a ecovila de perto. Por meio do programa de voluntariado, o turista acampa nas terras e participa das atividades cotidianas do local. Este ano, o IBC será sede do ECCO 2017. O evento acontece pela primeira vez no Brasil e reunirá ativistas, permacultores, educadores e líderes indígenas de todo o mundo para discutir e planejar ações práticas com uma visão mais integrada sobre consciência ambiental e social para o planeta.
Inkiri Piracanga -
Em Itacaré, na Bahia, a ecovila de Piracanga realiza um trabalho com retiros e cursos voltados para o autoconhecimento, espiritualidade e contato com a natureza. O turista pode escolher passar dois meses na comunidade e imergir em projetos específicos, como a Universidade Viva Inkiri, a Escola de Serviço, o Ateliê ou a Cozinha Inkiri.
Flecha da Mata –
Bioconstrução, criação e cuidados com hortas, oficina de pintura, observação de aves e trilha ecopedagógica. Todos esses atrativos são oferecidos para quem deseja conhecer a Flecha da Mata, que fica em Aracati, Ceará. Depois de tantas atividades, o turista aproveita para descansar nos bangalôs, redes ou camping, basta escolher uma dessas opções de hospedagem.
Ecovila Dom José –
Em Alpestre, no Rio Grande do Sul, curtir as belezas naturais, esportes e vivenciar práticas de bioconstrução são atividades oferecidas para o visitante da Ecovila Dom José. Por lá, o turista opta por caminhadas e trilhas de bike, pratica stand up peadle, yoga, aprende a fazer açúcar mascavo e a construir casas ecológicas. Uma experiência de aventura e conhecimento. Que tal fazer uma visita?
Ecoparque da Mata –
No Ecoparque, localizado no município de Massarandupió, Bahia, há lazer nas piscinas naturais e trilhas ecológicas, mas também há aprendizado nos cursos sobre plantas medicinais. Respeito à natureza e ao próximo são vertentes ensinadas no local, que conta com naturismo feito de forma consciente e regido por um código de ética.
Parquescola Ecoetrix –
São Tomé das Letras, em Minas Gerais, é o local de origem da Ecoetrix, que não foge do conceito da cidade e traz aos turistas encontros místicos. Estudos de cosmologia e medicinas ancestrais são apresentados aos visitantes, que tem a oportunidade de conhecer novas pessoas e criar uma rede de contatos.
Ecovila El Nagual (RJ) –
O ar puro em Magé, no Rio de Janeiro, vai deixar ainda mais aconchegante a hospedagem na El Nagual. Além de aproveitar a natureza, o turista aprende a criar arte em mosaico e vitrofusão, cozinhar alimentos com a técnica da permaculinária, ou colocar a mão na massa na agrofloresta. A ecovila valoriza as vivências dos visitantes e dá a oportunidade do turista ensinar-lhes algo novo, basta estar disposto(a) a fazer uma troca de conhecimentos!
Arca Verde (RS) -
São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul, abriga a Arca Verde, que oferece aos turistas a opção de uma visita ou, quem sabe, até estender sua hospedagem e se tornar voluntário. Por lá, o aprendizado fica por conta dos cursos de meditação, culinária natural, entre outros. A criatividade também é expandida nos ensinamentos sobre liberdade criativa e criação colaborativa de projetos.
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