O jornal Estadão apresenta reportagem especial sobre a chamada "Costa do Sol", que tanto encanta paulistas, como mineiros e argentinos. E apontam> com propostas diferentes, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios esbanjam boa gastronomia, lugares para praticar esportes. Não espere as férias de fim de ano, pois um bom final de semana de sol já vai valer muito a pena. Se jogue na aventura!
E se a canoa virar? Esse era meu pensamento nas primeiras remadas pela Lagoa Araruama, em Cabo Frio. Eu era uma estreante, e não podia dizer que os outros cinco ocupantes da charmosa canoa havaiana estavam exigindo muito da minha força – era mais uma questão de coordenação motora. Parece pouca coisa, mas ouvir o remador do meio gritar “hip”, indicando que era hora de mudar a braçada de lado, não foi tão simples assim.
Distante 156 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, Cabo Frio tem explorado mais sua natureza e boa infraestrutura para tentar atrair turistas tanto quanto a vizinha Búzios, quinta cidade mais visitada no País segundo o Ministério do Turismo. E é justamente na diversidade de opções para praticar esportes que a filha mais velha do trio que compõe a Região dos Lagos se faz singular. A cidade é, inclusive, o berço das atuais campeãs nacionais na modalidade C6 da canoagem, a mesma em que me arrisquei.
Cabo Frio, Armação dos Búzios e Arraial do Cabo são mesmo diferentes, apesar de terem em comum o mar esverdeado e sempre gelado e a pesca como atividade principal, ao lado do turismo. Consequências do fenômeno da ressurgência, que traz as águas mais frias e profundas, ricas em nutrientes, para a superfície.
Três perfis
Enquanto Búzios construiu sua imagem como destino badalado e muitas vezes caro, com lojas famosas, baladas, celebridades e hospedagens de luxo, Arraial do Cabo procura ganhar adeptos pelo lado oposto: o rústico.
Ideal para quem procura natureza na sua forma mais livre, Arraial faz jus à fama de ser o cartão postal da Região dos Lagos. Suas águas tranquilas, de um degradê entre o verde e o azul, e suas áreas protegidas são o paraíso para mergulhadores e para quem quer paz e economia.
Já Cabo Frio, a sétima cidade fundada no Brasil, lá em 1615, tem a vantagem da maturidade: quer manter a simplicidade e o lado despojado de Arraial, sem deixar de oferecer a estrutura e a gastronomia do nível de Búzios.
Quer uma dica? Visite as três e aproveite, de uma vez ou aos poucos, já que são tão próximas à capital fluminense, o melhor de cada uma delas.
“Hip”, e lá se vão três remadas da direita para a esquerda. E se a canoa não virar, como não virou, você não só chegará lá, como verá um Rio de Janeiro ainda mais encantador.
Programe-se
O projeto Rio Serra-Mar, da Secretaria de Turismo do Estado do Rio, indica o melhor de dez destinos da Estrada Serramar (RJ-142), que vai de Nova Friburgo a Casemiro de Abreu, incluindo os Lagos: bit.ly/rioserramar.
Como chegar: da cidade do Rio de Janeiro a Cabo Frio, ida e volta de ônibus desde R$ 100 na 1001.
Hospedagem: em Cabo Frio, a pousada Marília tem um famoso café preparado pelos donos mineiros (desde R$ 400). No bairro histórico da Passagem, o hotel Solar do Arco é sofisticado (desde R$ 495).
Cabo Frio: história e esporte no DNA
A sétima cidade fundada no Brasil, em 1615, é também o berço das atuais campeãs nacionais de canoa havaiana e principal polo do "surfe nas dunas" no sudeste. O sol tímido se escondia e anunciava o fim da tarde de um dia em que havia garoado várias vezes. Aquecia assim os pescadores que seguiam o caminho das pedras, literalmente, até a beira do Canal do Itajuru, onde lançavam suas varas para, quem sabe, fisgar uma boa tainha naquele caminho d’água de 6 quilômetros de extensão, entre a Lagoa Araruama e o Oceano Atlântico.
Apesar de a água ser esverdeada à la Caribe – sorte do dia, já que o fenômeno da ressurgência pode deixá-la com cor de caldo de cana –, não queria colocar os pés no gelado. Por isso, permaneci sobre a plataforma de madeira do Morro do Arpoador ou mirante do Forte São Mateus, onde o cenário é ideal aos turistas e suas selfies.
Erguido durante a gestão de Martim de Sá, o pequeno forte pode ser visitado a qualquer momento, com ou sem pescaria, antes ou depois de um passeio pela agradável Praia do Forte, que a fortaleza protegia da entrada de saqueadores a partir do segundo decênio do século 17.
Menos pelas dimensões e mais pelo cronologia, fortes são parte importante da história de Cabo Frio que, ao que se sabe, abrigou a primeira das fortalezas-feitorias do País, o Forte de Santo Inácio, construído por portugueses sobre uma ilhota próxima ao porto de Araruama. Foi a partir dele que, cerca de cem anos após a chegada de Américo Vespúcio às terras batizadas de Gecay pelos índios tupinambás, fundou-se o município de Santa Helena do Cabo Frio. Era 1615 e apenas a sétima cidade do Brasil.
Para mergulhar nos séculos seguintes, caminhe por um estreito trajeto de casas cujos pés de laranja, amora e pitanga tornam ainda mais charmosas as fachadas. Ele leva ao primeiro bairro da cidade, Passagem, onde fica a Igreja de São Benedito, casa espiritual de negros libertos e pescadores no século 19, quando foi construída. Dependendo de onde estiver, pegar um táxi aquático (a partir de R$ 5) pode ser a melhor forma de ir de um bairro a outro.
Símbolo da desigualdade social e da cultura das classes mais pobres que ali viviam, hoje a pequena igreja abre apenas quando há festas, mas é parte essencial do cenário envolvente das apresentações do jongo da Tribal (Associação Cultural Tributo à Arte e à Liberdade) e da roda de samba Santo Samba.
Nos últimos domingos do mês, os dois grupos incentivam a cantoria e a dança livre no meio da Praça São Benedito, contagiando jovens, idosos, pais e filhos pequenos noite adentro – alguns mais desinibidos até arriscam passinhos –, além dos clientes dos bares do entorno, que fazem jus à fama boêmia do bairro.
Samba e jongo
Essa não é, porém, a parte mais urbanizada da cidade. A Igreja Matriz e o comércio cabofriense estão concentrados na Avenida Assunção, onde também está o Charitas – Museu e Casa de Cultura José de Dome, uma antiga casa de caridade que recebia crianças abandonadas no século 19 e acabou se tornando um amplo espaço cultural, com exposições permanentes e temporárias, palestras, música e artesanato. Abre de terça a domingo, das 14h às 19h.
Religiosos ou aficionados por arte e história, aliás, podem aproveitar a agenda cheia do Museu de Arte Religiosa que funciona no espaço do Convento de Nossa Senhora dos Anjos, em Cabo Frio, cuja pedra fundamental é de 1686.
Já mais perto do Canal do Itajuru, a Rua dos Biquínis satisfaz com 150 lojas os desejos de consumo dos turistas interessados na moda praia e na moda fitness. É possível que você encontre novidades legais por lá – há peças de R$ 10 a R$ 200 e o espaço abre de domingo a domingo.
Na década de 1950, a atriz Tônica Carrero procurava ali o cantinho da costureira Dona Nilza para fazer seus biquínis. Trinta anos depois, já com mais empresários do ramo instalados no local, a via se transformou na Rua dos Biquínis de hoje, um dos pontos mais visitados da cidade.
CABO FRIO MAIS NATURAL
Lugares para desfilar biquínis e maiôs não faltam em Cabo Frio. São 14 praias com paisagens e públicos variados e um ponto em comum: o mar gelado.
Enquanto as praias do Foguete e das Dunas atraem praticantes do surfe à vela, a Praia Brava recebe adeptos do naturismo, e a Peró abraça os orgulhosamente preguiçosos. Quem não gosta, afinal, de sentar num quiosque à beira-mar para degustar frutos do mar e uma boa cerveja?
A Praia do Peró este ano ganhou aval para tentar conquistar o certificado internacional de sustentabilidade Bandeira Azul – só seis praias no País têm tal reconhecimento. Aqui também se faz um dos passeios mais aventureiros de Cabo Frio. Por uma trilha no Morro da Vigia (ou do pau-brasil, nos tempos em que a árvore existia no local), é possível ter uma vista em 360 graus dos contornos naturais da Região dos Lagos.
Circuito
A trilha é organizada pelo Circuito Peró Mais, um projeto com alunos da Escola Municipal Evaldo Sales, liderado pelo turismólogo e ambientalista Paulo Bayer e a coordenadora da escola, Priscila Ramalho. Com conhecimentos de fazer inveja a qualquer geógrafo, as jovens – naquela ocasião, sem um único garoto – nos guiaram pela trilha das Pitangueiras até a Gruta do Sargento e a Praia das Conchas, explicando cada formação rochosa, ilha isolada, vegetação curiosa, como cactos de cabeça branca e casuarinas finas.
A caminhada de três horas sai por R$ 48, incluindo camiseta, água e almoço. Para fechar, o grupo ainda apresenta a centenária Barraca do Jamil, que resistiu às pancadas da água do mar e se tornou ponto turístico. Mariana Liriel, de 14 anos, aspirante a turismóloga, conta: “Uma cena da (novela) Avenida Brasil foi gravada aqui”.
Antes de o dia acabar, um passeio de barco pelo Canal do Itajuru poderá render um dos retratos mais bonitos da viagem. Em meio ao manguezal, uma infinidade de garças fazem das ilhotas do Parque Estadual Costa do Sol seu dormitório. O evento pinta o céu de branco e rosa sempre no mesmo horário, todo santo dia. Ali, o pôr do sol também é majestoso.
Agências como a Guga Tour fazem o roteiro de 1 hora (R$ 25). Indo até a Ilha do Japonês, prolonga-se o passeio para 1h30 (R$ 40).
CABO FRIO MAIS GASTRONÔMICA
A ala masculina da família do garçom e barman cearense Antônio Mesquita Pinto faz carreira no Restaurante Picolino, um dos mais antigos de Cabo Frio. Inaugurado em 1975 num casarão com paredes feitas de cal, óleo de baleia e pedra, cuja parte interna ainda preserva a decoração do passado, o restaurante conta com os serviços do senhor de 78 anos há 31. E do sobrinho e do neto dele também, um de 35, o outro de 16.
É esse clima familiar que faz do Picolino uma referência gastronômica para moradores e turistas fiéis à cidade, incluindo artistas, como Mario Lago e Jaguar, responsável por logo do local. O cardápio é variado, mas os pratos mais procurados são à base de frutos do mar – experimentei um filé de cherne e camarão gratinado dos deuses (R$ 93).
Da nostalgia do passado a um ambiente moderninho e despojado, mesmo longe da orla, o Delírio’s é parada obrigatória. Localizado no bairro Ogiva, funciona numa espécie de casa de campo, com a parte interna composta de azulejinhos coloridos e bebidas à vista, toda iluminada pela luz do sol. Do lado de dentro ou no jardim, há a possibilidade de comer ou beber uma caipirinha exclusiva da casa, com kiwi, manga e morango – o colorido do copo a batizou de Jamaica (R$ 33).
Alguns de seus pratos são criações próprias, inclusive porque o restaurante participa do Sabores de Cabo Frio, um festival gastronômico que em 2016 chegou à segunda edição e 40 restaurantes participantes. Uma dica: se escolher o prato do Delirio’s desse ano, o camarão vietnamita, acompanhado de arroz negro com casacas de coco e creme de abóbora, peça um vinho branco para harmonizar (R$ 68 o prato).
SEIS esportes para praticar (e curtir) em Cabo Frio
CANOA HAVAIANA
Força nos braços e bastante coordenação motora. Pronto, é só remar em sincronia com os demais ocupantes da canoa havaiana, ou polinésia, uma referência ao país onde a embarcação foi criada, há mais de 3 mil anos. Principiantes levam alguns minutos para fazer a canoa se deslocar de fato pelas águas da Lagoa Araruama. A agência The Trip leva interessados nas remadas em uma canoa de 14 metros em meio à singular caatinga fluminense, com direito à parada na Ilha do Japonês. Se a água estiver clara, é possível ver tartarugas. O passeio de canoa custa a partir de R$ 30 e dá para incluir no roteiro trilha e bike (R$ 120; confira mais opções no site).
ESPORTES NÁUTICOS
A parceria entre água e ventania proporciona bons momentos aos adeptos do kitesurfe, do windsurfe e da vela. O kite é o queridinho da região, com escolas que oferecem cursos de uma hora a uma semana. Na Forte Kitesurf, os preços vão de R$ 230 (curso avulso de 1 hora) a R$ 1.800 (dez aulas, cada uma com 2 horas) e há um intensivão de três dias para quem já tem alguma noção do esporte (R$ 1.100). Já na AKS, os cursos vão de R$ 400 (2 horas) a R$ 3 mil (horas ilimitadas). Para os mais experientes, as praias do Foguete, Peró e Pontal do Peró e são ideais em Cabo Frio.
De maio a outubro, melhor época para altas ondas em Cabo Frio, as praias Brava, Aquárius, Foguete, Peró e do Forte são tomadas por surfistas. A cidade se orgulha tanto de ser o berço de Victor Ribas, pioneiro e melhor brasileiro antes de Gabriel Medina na modalidade, que fez até uma estátua dele ao lado da do ídolo do futebol cabofriense Leonardo – ambas estão na moderna Praça das Águas, na orla da Praia do Forte.
Mesmo se você não curtir muito essa história de deslizar sobre o mar, vale a pena a visita à coleção impressionante de Telmo Moares, um surfista de 63 anos dono do melhor estilo carioca gente boa. Apaixonado pelo esporte, montou o que, segundo ele, é o maior acervo de pranchas do mundo – são 821, 161 expostas. Há raridades como um modelo de 1920 e outro de 1967 produzido na primeira fábrica brasileira de pranchas, instalada em São Conrado. O Museu Internacional do Surf fica dentro do Shoping Park Lagos (R$ 10; leia mais em estadao.com.br/e/surfecabofrio ).
Tanto quanto um lugar de água, Cabo Frio é o lugar da prancha, seja sobre ondas ou sobre dunas. Nas areias o sandboard garante momentos de adrenalina, e nem exige dunas enormes – qualquer montinho serve. “É o snow do verão”, explica o atleta cabofriense Rafael Marendino, praticante da modalidade e um dos maiores incentivadores do esporte na região. Privilegiada pela geografia de dunas, a cidade tem um cantinho ideal para quem quer se arriscar: fica no Parque Estadual da Costa do Sol.
VÔLEI DE PRAIA
As areias da Praia do Forte ficam iluminadas pela luz do sol mesmo quando o fim da tarde é frio como o que nos recepcionou. Mas a sensação gelada era apenas para quem estava do lado de fora da arena montada na altura da Praça das Águas para o Circuito Brasileiro do Vôlei de Praia. Profissionalmente, a cidade recebe as disputas da categoria Sub 23 do nacional. Mas, para se divertir, meninos e meninas aproveitam diariamente as redes mais simples e democráticas fincadas na extensa faixa de areia do lado de fora.
SKATE E PATINS
Pertinho da arena do vôlei de praia, na altura da Praça das Águas, foi instalada em 2014 uma enorme pista de skate, de padrão internacional, onde idade e gênero não fazem a menor diferença: todo mundo aproveita para fazer suas manobras, estabanadas ou radicais, numa área de quase 1.700 metros quadrados.
ARRAIAL DO CABO: 4 passeios indispensáveis
Arraial do Cabo tem investido no turismo ecológico, tentando manter a beleza natural de suas praias e áreas verdes preservadas. Para isso, parece ter assumido a identidade rústica (sem esquecer de manter qualidade) entre os três destinos da Região dos Lagos. Arraial é para quem quer mergulhar na natureza e fazer as melhores fotos de paisagem da viagem.
1- No mar
A natureza exuberante de Arraial é sua principal marca. Pelo menos oito praias disputam o posto de mais bonitas da cidade – e não há consenso na escolha. O mergulho é a atividade mais buscada, sobretudo o de naufrágio: 13 operadoras têm cursos. Ilha dos Porcos, Saco do Cherne, Gruta Azul e Oratório são os melhores pontos para submergir. As praias Brava e Grande são boas para surfe.
2- Na trilha
A proposta de turismo ecológico de Arraial inclui, claro, inúmeras trilhas. Entre as mais famosas estão as que levam à Ilha do Farol, o ponto mais alto da Região dos Lagos (390 metros). Ali ficam dois faróis do século 19, um deles desativado. Como a área é protegida pela Marinha, são guiadas e ocorrem em dias específicos (R$ 80). Mais em bit.ly/trilhasfarol.
3- A bordo
Andar de barco em Arraial é necessário para chegar a lugares como a Praia do Farol, onde só entram embarcações autorizadas – a viagem até lá dura 40 minutos. Na Praia do Forno, o acesso é por trilha íngreme ou barcos, que partem da própria praia e oferecem passeios de 3 a 4 horas ou, por R$ 10, levam ao Restaurant e Flutuante, cujo nome já diz tudo: comer sobre o mar.
4- Nas alturas
Programa indispensável em Arraial é assistir ao pôr do sol no mirante do Pontal do Atalaia, com uma vista privilegiada para o Atlântico. Mesmo pela manhã, parar ali por alguns minutos para observar os contornos da costa fluminense é garantia de deslumbramento. Desça às Prainhas do Atalaia para relaxar nas areias brancas e água cristalina.
BÚZIOS: rotina badalada que justifica a fama
A cidade é a 5ª mais visitada do País, uma vocação turística que ganhou força na década de 1960, durante a passagem de Brigitte Bardot
Enquanto Brigitte Bardot observa o mar acomodada em um banco da orla batizada com seu nome, Juscelino Kubitschek faz o mesmo um pouco adiante, na Praia da Armação, sorrindo a três pescadores com um aceno. Coisa de político.
As esculturas são algumas das muitas espalhadas por toda Armação de Búzios, nome completo desse canto do litoral fluminense que prefere a informalidade do nome encurtado, Búzios. A de Juscelino Kubitschek, do escultor Hildebrando Lima, foi doação da família Soares Penido, cuja casa abrigou o ex-presidente no balneário a partir de 1958.
Já Os Três Pescadores, da artista Christina Motta, faz uma bonita homenagem a trabalhadores da principal atividade econômica do local ao lado do turismo. Também é de Christina a figura da atriz Brigitte Bardot sentada num banco de frente para o mar, relembrando a visita da atriz à cidade, em 1964; visita que colocou Búzios definitivamente entre os destinos mais badalados do País.
A Orla Bardot compõe com a Rua das Pedras, ali perto, o epicentro do turismo na cidade. O agito noturno dos bares e baladas, as lojas de grife, o ver e ser visto, a gastronomia: tem tudo isso por ali.
Em relação à comida, são quase 300 restaurantes, muitos deles famosos e com preços bastante salgados. Mas há opções mais econômicas. Um exemplo? Garimpar o melhor bolo de banana com chocolate do centro (são famosos!). O da Maré Mansa custa R$ 12 o pedaço generoso (Travessa Oscar Lopes Campos, 4). Além disso, há sempre lugares escondidinhos e surpreendentes, como os desse roteiro de um casal passando um fim de semana na cidade com apenas R$ 400: bit.ly/buzios400.
Outra forma de comer bem gastando menos por lá é ir ao festival gastronômico que a cidade faz toda primeira quinzena de julho, com pratos de bons cozinheiros a preços em conta. Na edição mais recente, custaram R$ 15 (entradas) e R$ 20 (principais). O próximo está confirmado: festbuzios.com.br.
Entre as opções sofisticadas, o 74 Restaurant é novidade. Inaugurado no fim de 2015 no hotel-butique Casas Brancas, une as cozinhas regional e mediterrânea em um cardápio assinado pelo chef francês Gustavo Rinkevich e em um belo salão-terraço com vista para o mar. Reserve.
Com cerca de 20 praias, difícil é escolher onde estender a canga (ou alugar uma cadeira). Nossa dica: peça informações na pousada e visite no máximo duas por dia – ou você perderá a chance de curtir um dos trechos mais bonitos e de mar mais calmo do País.
Com o tempo meio nublado, foi impossível não se importar com os dizeres das placas que avisavam para não irmos adiante pelas pedras escorregadias. Se Búzios fica extremamente preguiçosa quando chove, o mesmo não ocorre com seu mar, que, na fúria, engole as formações rochosas que encontra pela frente.
Assim é na Ponta do Criminoso, entre as praias João Fernandes e Brava, que é ideal para escapar do agito. A parada costuma receber mergulhadores e pescadores e guarda uma vista que ainda lembra aquela Armação dos Búzios selvagem que atraiu Brigitte Bardot.
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