quinta-feira, 30 de março de 2017

Cartão postal de Belém, mercado do Ver-o-peso faz aniversário


                        Resultado de imagem para mercado do Ver-o-peso faz aniversário

Complexo de feira em mercado do Pará completou 390 anos nesta segunda-feira. Seus atrativos exóticos, misturando comidas, ervas e patuás,  são uma marca nacional. Mas, cuidado com os assaltos.

O Ver-o-peso completa 390 anos nesta segunda-feira (27/3). Localizado na margem da baía do Guajará, o complexo de feira e mercados é visitado por 50 mil pessoas diariamente . Porém, muito mais do que um centro comercial que movimenta R$ 1 milhão por dia, o "Veropa", como é tradicionalmente chamado, é cartão postal mais famoso da capital paraense - uma paisagem icônica que inspira os registros dos fotógrafos há gerações.

É o caso de Ray Nonato, fotojornalista com 40 anos de experiência cuja relação com o lugar começou no berço: seu pai tinha uma barraca de frutas na feira do Ver-o-peso, e o contato com a rotina do mercado acabou influenciando seu trabalho de pesquisa de pontos turísticos e manifestações culturais. "Cansei de vender com meu pai ali, atrás do mercado. Depois veio o jornalismo de imagem e as pesquisas, sempre ligadas ao Ver-o-peso", disse Ray.

"Ver-o-peso é inspirador devido a sua história. Belém começou ali naquele bairro, e ao mesmo tempo você tem muitas informações através das imagens – as cores, as pessoas, o mercado é muito rico. Por isso que todos que trabalham com a imagem se identificam muito, e não é a toa que o Ver-o-peso é o cartão postal de Belém para o mundo inteiro", reforça o fotógrafo.

O fotojornalista Tarso Sarraf teve seus cliques do mercado reconhecidos pela crítica: suas imagens, feitas no Ver-o-peso, venceram o "Prêmio Paratur 2016". "Você consegue fazer ensaios fotográficos de todos os lados. Lá é um lugar de muita cor, mas que também funciona com o contraste do PB, e por isso é um local que qualquer fotógrafo do mundo quer ir. Quem chega em Belém fala logo em ir", afirma.

"Você consegue fazer fotos do chão, imagens aéreas, de barco. Do norte, sul, leste ou oeste, tudo fica lindo. Se você ficar meia hora no Ver-o-peso, no mesmo ponto, só trocando lentes, consegue fazer um ensaio fotográfico inteiro", explica Sarraf.

Para o fotógrafo Rao Godinho, é a diversidade que torna o Ver-o-peso tão especial. "O que mais me atrai é a variedade de coisas e pessoas, que é infinita. A cada ida, seja durante o dia ou na madrugada, quando tem o grande movimento de chegada de produtos, sempre tem uma novidade, seja estética, seja pessoal", explica. "Sempre vai haver algo interessante a se fotografar. Minha foto favorita é até de um ângulo pouco mostrado, mas não menos importante que o Mercado de Ferro ou o Solar da Beira. A pedra do peixe e o casario colorido. Nesse dia o céu estava com umas nuvens bem interessantes, a luz estava incrível e aproveitei pra registrar aquela cena tão típica e colorida", relembra.

Cuidado

Os três fotógrafos, no entanto, são unânimes em afirmar que, dada sua importância, o Ver-o-peso merece ser olhado com mais carinho pelos gestores municipais e estaduais. "Precisa melhorar a segurança. As melhores foto são feitas de madrugada e final de tarde, e são os horários mas perigosos", aponta Tarso.

"O principal hoje são duas coisas: a conservação e a segurança. O turista ainda está sendo roubado. Nossos jornalistas de imagem e fotógrafos, mesmo amadores, são penalizados para fazer grandes imagens deste patrimônio. Eu particularmente só vou lá com segurança própria, porque conheço muitas histórias de colegas que perderam equipamento. Existe um desmazelo muito grande em torno do Ver-o-peso", critica Ray Nonato.

O primeiro filtro seria a conscientização dos feirantes, que ainda não tratam o Veropa como devem. O segundo seria um olhar mais atencioso da prefeitura, que não faz nada lá há anos, deixou o Solar da Beira entregue às baratas, às drogas e à prostituição, não resolveu o problema de segurança a qualquer hora do dia, além de não fazer uma manutenção adequada do complexo inteiro. O nosso Veropa é lindo e cheio de significado por si só, não precisa nem de roupa nova, só de um banho", conclui Rao Godinho.

Fonte G1 - Belém

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