segunda-feira, 12 de setembro de 2016
Irresponsabilidade ou precaução?
Adoção de dieta sem glúten por quem não tem doença cresce, diz estudo. Pesquisa avaliou popularidade da dieta sem glúten nos Estados Unidos. Mais pessoas adotam dieta, enquanto intolerância a glúten mantém-se estável.
Mais pessoas nos Estados Unidos estão adotando dietas sem glúten mesmo que a proporção de americanos com doença celíaca - caracterizada pela intolerância a glúten - tenha permanecido estável de 2009 a 2014, segundo um novo estudo publicado esta semana na revista "JAMA International Medicine".
Apesar do fato de que dietas livres de glúten não têm nenhum benefício comprovado para a saúde da população geral, algumas pessoas acreditam que se beneficiam ao eliminar o glúten da alimentação, diz o principal autor do estudo, Hyunseok Kim, da Escola de Medicina da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, nos Estados Unidos.
"As pessoas podem acreditar que uma dieta sem glúten é mais saudável, e essa dieta está na moda", disse Kim.
Para checar se a prevalência da doença celíaca e o uso de dietas sem glúten aumentou nos últimos anos, Kim e sua equipe usaram informações coletadas entre 2009 e 2014 de 22.278 adultos e crianças dos Estados Unidos que tinham ao menos 6 anos quando foram testados para doença celíaca ou entrevistados sobre um diagnóstico anterior.
Cerca de 0,7% das pessoas foram diagnosticadas com a doença, e cerca de 1,08% estavam em uma dieta livre de glúten sem ter sido diagnosticados com a doença celíaca.
A proporção de pessoas nos Estados Unidos com doença celíaca permaneceu estável durante o estudo, segundo a pesquisa. A popularidade desse tipo de alimentação, no entanto, cresceu. Cerca de 0,5% das pessoas adotavam uma dieta sem glúten entre 2009 e 2010, e isso aumentou para 1,69% entre 2013 e 2014.
"Agora há sessões de alimentos sem glúten nos supermercados", disse Kim. "Os preços também caíram nos últimos anos."
O estudo, no entanto, tem algumas limitações. Algumas pessoas, por exemplo, podem ter reações ao consumo de glúten mesmo tendo resultados de testes negativos para a doença celíaca.
Em um comentário publicado com o estudo, a médica Daphne Miller, da Universidade da Califórnia em São Francisco, escreveu que uma razão pelas quais pessoas sem doença celíaca pensam que uma dieta sem glúten é benéfica é porque reduz a quantidade de alimentos processados consumidos.
Fonte Reuters
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Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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