quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Cuidado: "Gato por lebre" em São Paulo

Lojas da Av.Paulista vendem bolsas piratas por até R$ 3 mil . Estudo encomendado por fabricantes na França diz que há 'réplicas top'. Representante de marcas francesas quer levar denúncia ao Brasil.

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G1 São Paulo

Dezenove lojas de três shoppings populares da Avenida Paulista, tradicional cartão postal de São Paulo, vendem bolsas de luxo falsificadas e outros produtos piratas de marcas famosas. A conclusão está no relatório de uma empresa particular de investigação econômica no Brasil, contratada por fabricantes de artigos de grife da França. O relatório é de caráter sigiloso e ainda não foi encaminhado às autoridades responsáveis por fiscalizar e coibir o comércio ilegal.

De acordo com o documento, mais quatro lojas de um shopping da região central da capital paulista foram flagradas vendendo imitações de etiquetas luxuosas. O G1 teve acesso a vídeos, fotos e trechos do relatório, produzido entre abril e outubro do ano passado (veja o vídeo acima).

Procurada pela reportagem, a União dos Fabricantes (Unifab) da França, que representa as grifes que tiveram seus produtos pirateados em São Paulo, informou que pretende encaminhar a denúncia do relatório a respeito das falsificações para o Ministério das Relações Internacionais francês, para a embaixada da França no Brasil e para o governo brasileiro à espera de providências (leia mais abaixo).

Por questões contratuais, o nome do escritório de investigação não é mencionado no documento. Seus detetives encontraram objetos piratas que imitavam artigos das francesas Louis Vuitton, Chanel, Hermès, Dior, Givenchy, das italianas Prada e Gucci, da uruguaia e brasileira Victor Hugo, e da americana Michael Kors em 23 lojas de São Paulo.

De acordo com o relatório, lojistas, a maioria de origem asiática, comercializavam bijuterias, carteiras, perfumes e bolsas piratas em baias separadas por tapumes de madeira.

O item mais barato encontrado foi um par de brincos falsificados da "Dior Tribale", por R$ 50. O mais caro uma bolsa na cor verde e rosa com suposta pele de serpente imitando a "The Lady Dior", por R$ 3 mil. A marca disse que não possui um modelo de bolsa idêntico ao exposto na loja apontada no relatório.

O preço de uma bolsa original da Chanel vai de R$ 25 mil a R$ 27 mil, uma da Prada, de R$ 9 mil a R$ 12.700 e é possível encontrar uma Louis Vuitton por R$ 5.750.

Pelo levantamento, na Avenida Paulista os objetos falsificados estavam sendo vendidos em dez lojas do Boulevard Monti Mare, em sete do Shopping Paulista Center e outras duas do Shopping Market Paulista. No Centro, eram comercializados em quatro lojas do Shopping 25 de Março.

Em junho e julho deste ano a empresa de investigação revisitou os três shoppings da Avenida Paulista e constatou que as falsificações das marcas famosas continuavam. O Shopping 25 de Março não foi visitado. Em 2 de agosto, o G1 visitou os mesmos shoppings da Paulista e também constatou o comércio dos produtos piratas.

Níveis de falsificação
Em uma estratégia para disfarçar as falsificações, os vendedores classificam os produtos como: “réplica top, réplica ou cópia”, como constatou o estudo.

De acordo com os investigadores é possível notar a falsificação da "cópia" e da "réplica", mas só um especialista conseguiria diferenciar uma "réplica top" de uma original. "Se colocassem essas duas bolsas lado a lado, mesmo alguém que costume comprar bolsas de grife poderia se enganar e achar que as duas são originais", disse ao G1 um dos responsáveis pelo relatório.

Ele e outros detetives do escritório de investigação no Brasil são franceses. Para flagrarem a venda ilegal nos shoppings, eles usaram câmeras escondidas para filmar e fotografar os produtos. Segundo os investigadores, desde a realização do relatório, não ocorreram ações de combate ao comércio ilegal nesses locais.

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