A alimentação viva, que não aquece a comida além dos 42 graus, ganha lojas e conquista a gastronomia.
Conhecido há anos por acadêmicos e vegetarianos, o movimento só agora começa a se tornar um produto comercial, com os primeiros estabelecimentos ganhando espaço na cena gastronômica do país. “Como há cada vez mais gente querendo melhorar e investir na alimentação, é um mercado que cresce”, diz a empresária Juliana Loureiro, que, ao lado da sócia Roberta Suplicy, comanda a rede de lojas de bebidas e alimentos “vivos” Urban Remedy, marca que trouxeram dos Estados Unidos em 2013.
Sem o cozimento, são outros processos que ajudam a amolecer grãos e legumes e a variar o cardápio do crudista, como marinação, germinação e desidratação, que pode ser feita a uma temperatura de até 42 graus. “Acima disso, é quando nossa mão começa a queimar e quando os alimentos começam a perder os nutrientes”, explica Camila de Santis, coordenadora do Terra Pia, centro de educação em alimentação viva no Rio de Janeiro.
A alimentação viva vem sendo indicada por alguns profissionais de saúde para doenças como hipertensão, diabetes e reumatismo. “Os alimentos crus preservam enzimas que têm um alto poder de ação em nosso corpo”, explica o médico Alberto Gonzalez, professor do curso de medicina integrativa do Hospital Albert Einstein. “Elas limpam nossos vasos coronários como um detergente dissolvendo a gordura de um cano.”
“Mas qualquer dieta que muda demais nossos hábitos exige cuidado”, alerta a nutricionista Lara Natacci. Ela lembra que alguns nutrientes são mais bem absorvidos quando cozidos, caso do licopeno, anticancerígeno presente no tomate, e do betacaroteno das cenouras. “Pode-se adotar a alimentação crua para algumas coisas e complementá-las com outras cozidas. O ideal é sempre o equilíbrio”, conclui.
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