Monitorar preços pode evitar fraude e maquiagem de ofertas. Acompanhamento deve começar agora, aconselham especialistas em Defesa do Consumidor.
Produtos com descontos de até 80% fizeram com que a Black Friday — uma cópia da tradicional promoção americana — se tornasse uma febre no comércio nacional desde 2010. A menos de um mês da próxima edição, que acontecerá no dia 24/11, especialistas recomendam que os consumidores redobrem os cuidados para, de fato, conseguirem boas ofertas. A ideia é fugir da “Black Fraude”, ou seja, quando o valor anunciado no dia da promoção é maior do que o original.
As principais decepções da Black Friday são a falsa oferta ou a maquiagem de preços. Para fugir de armadilhas, basta que o consumidor escolha o produto desejado no comparador, e a ferramenta vai monitorá-lo diariamente.
"Essas ferramentas são importantes, pois, muitas lojas costumam elevar os preços semanas antes da Black Friday para, no dia da promoção, diminuir o custo ao patamar anterior. Isso não é desconto. É maquiagem de preços e fere os direitos do consumidor. Por isso, quem deseja realmente economizar, já deve começar a monitorar os valores cobrados para não cair em armadilhas", destacou Bruno Teleze Stroebel, supervisor de Fiscalização do Procon-SP.
Os valores cobrados por smartphones, aparelhos de TV, geladeiras e outros produtos campeões de venda da Black Friday estão na mira do órgão. A entidade já começou a monitorar o e-commerce para conferir a veracidade das ofertas que serão anunciadas para o dia de promoções em lojas virtuais de todo o país.
Somente no Rio de Janeiro, o varejo eletrônico deverá faturar R$ 265,9 milhões com pedidos, segundo uma estimativa da Ebit, empresa de dados sobre o e-commerce brasileiro. O valor corresponde a 12,14% do total nacional (R$ 2,19 bilhões). Já o tíquete médio das compras, no estado, deverá ser de R$ 757, ou seja, 9,3% acima da média nacional, estimada em R$ 695.
Liste produtos
Faça um planejamento, listando os produtos de que precisa ou que deseja e estipule um limite de gastos para não estourar o orçamento no fim de ano.
Monitore preços
Acompanhe os preços dos produtos/serviços que deseja adquirir, anote os valores e guarde as informações da pesquisa (telas de computador impressas e folhetos), incluindo o site e a data do levantamento. Será mais fácil identificar as melhores ofertas e conferir os descontos durante a Black Friday.
Sites estrangeiros
Verifique se o site é brasileiro. Cuidado com os que têm a extensão “.com”. Compras de páginas internacionais estão sujeitas a outros custos nem sempre informados ostensivamente (procure informações sobre o site na aba “Quem somos/sobre nós”). Além disso, as regras do Código de Defesa do Consumidor (CDC) não se aplicam se o portal não tiver representantes no Brasil.
Fornecedores
Há sites conhecidos que estampam ofertas de fornecedores independentes, com preços e condições diferentes para um mesmo produto. O nome do fornecedor e os valores fixados devem estar sempre em destaque, com fácil visualização na página de venda, especialmente se o revendedor for um terceiro. É direito do consumidor ter essa informação à disposição para facilitar a pesquisa e a escolha.
Reputação
É importante verificar a reputação do fornecedor. No ano passado, o Procon-SP divulgou os nomes das empresas mais reclamadas na última Black Friday.
Prazo de entrega
Fique atento ao prazo de entrega, especialmente se o objetivo é comprar presentes para o Natal.
Arrependimento
O consumidor tem sete dias a partir da compra/entrega para se arrepender, cancelar a compra, devolver o produto e pedir o dinheiro de volta, se a aquisição for feita à distância (internet, folheto ou telefone).
Troca
Verifique, antecipadamente, a política de trocas da empresa.
Atenção
Consulte a lista de sites não recomendados.
Vírus
Tenha cuidado ao clicar em ofertas e links recebidos por e-mail ou por intermédio das redes sociais. Consulte sempre a página oficial da loja, para ter certeza se a promoção é real.
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