sábado, 30 de janeiro de 2016

Rio tem bares com grife de cerveja especial

                                    

As novas casas estão nascendo em vários bairros, seguindo o roteiro do  Leblon à Barra, e do Flamengo à Praça da Bandeira, que está despontando como novo grande point da Zona Norte

O carioca sempre levou a sério o bar, considerado pelos adeptos como templo sagrado da boemia. É só ver referências na MPB sobre o assunto. Mesmo com a crise está existindo na cidade o milagre da multiplicação dos bares que parece não ter fim  A onda agora  foi intensificada pelas casas dedicadas a cervejas especiais.

Nascida (em 2008) e criada em Niterói, a cervejaria Noi chegou ao Rio há seis meses e se instalou na movimentada Conde de Bernadotte, no Leblon. Para provar os diferentes chopes feitos pela marca, o hit é a régua de degustação (R$ 29,90), que traz sete copinhos (de 90ml, cada) com os chopes Bionda, Bionda Oro, Nera, Bianca, Avena, Rossa e Amara. Perfeito para beber com amigos. A marca também investe em rótulos de cerveja, como o Bárbara (R$ 49,90, 300ml), feito com sete tipos de malte, envelhecido em barril de uísque e com 12,8% de gradação alcoólica.

Durante o verão, de 15 em 15 dias, sempre às segundas, o bar espeta em suas torneiras barris de cervejarias fluminenses convidadas, como Penedon e Three Monkeys. Para completar, DJ e execução ao vivo de grafite. Dia 18 tem.

Eventos com cervejas convidadas, aliás, são mania nos bares especializados. Na recém-inaugurada Mestre-Cervejeiro.com, no Flamengo, eles acontecem aos sábados, quando a casa serve três chopes diferentes, das 11h às 20h. Inaugurado em dezembro, o bar é franquia de uma loja de Curitiba, que também já tem filial na Olegário Maciel, na Barra. O clima é meio de loja, com geladeiras nas paredes e um mesão coletivo ao centro. Em vez de garçons, quatro sommeliers servem e tiram dúvidas sobre os 220 rótulos em cartaz. Ainda tem uma bancada com livros e revistas sobre o assunto para consulta. Wi-fi e água são de graça.

Outra franquia que deu fruto é o badalado Delirium Café. Sucesso há cinco anos em Ipanema, o bar ganhará outra casa no bairro, em fevereiro. Mas a mais esperada era mesmo a da Barra, na agitada Érico Veríssimo, que acaba de abrir com 20 torneiras e, nas prateleiras, 400 rótulos. Destaque para a Delirium Tremens (a mais pedida, a R$ 28,90, 330ml). As quartas serão dedicadas a lançamentos de cervejas e chopes.

Já na Booze, na Lapa, os eventos cervejeiros acontecem de terça a quinta, na happy hour (18h às 20h), com dose dupla do chope Eisenbahn Pilsen (R$ 14,90). Aberta em setembro por três amigos, a casa não tem hora para fechar e oferece 90 rótulos de cerveja e 16 torneiras de chope, além de comidinhas rápidas para harmonizar.

O polo gastronômico da Praça da Bandeira, onde ficam Botto Bar e Aconchego Carioca, ganhou em dezembro reforço do bar Dida, com 50 rótulos do Brasil e do mundo e três torneira para chopes de convidados, como Hocus Pocus e Hija de Punta (R$ 10 a R$ 20). Dida, a dona, toca o negócio com os três filhos. Da cozinha, saem acarajé (R$ 36, 6 unidades) e feijão de engenho (feijoada com abóbora, batata-doce e cana, R$ 50, para dois). Mas o que movimenta mesmo o ponto são as rodas de samba (sextas e sábados, das 20h às 23h30m), e as apresentações de jongo nas tardes de domingo, a partir das 17h. Na primeira terça do mês, há lançamentos de cervejas e encontros de mestres cervejeiros, das 18h às 22h.

Outra que ainda está com cheirinho de nova é a filial da Void, no Baixo Botafogo, pertinho dos cinemas. Depois de movimentar seus pontos no Leblon, na Barra e em Ipanema, a descolada loja de conveniência chega ao novo endereço com uma proposta diferente, focada em gastronomia. Da cozinha aberta, saem pratos feitos por chefs convidados. Para beber, 17 rótulos de cerveja nacionais e importadas, entre R$ 14,90 (Cacilds, 355ml) e R$ 34,90 (Delirium Tremens, 355ml).

— É uma cozinha comunitária, a cada dia é preparada uma comida, que não passa de R$ 30. Não queremos chefs conhecidos, mas parceiros — destaca a sócia Renata Gebara, anunciando, entre os primeiros convocados, nomes como Pedro Benoliel (Brasa) e Gabriel Carvalho (Buteco DOC) — Aconchego Carioca e Ribz também estão escaladas.

E por falar em chef famoso... A premiada Roberta Sudbrack tem um novo endereço para chamar de seu. É o Da Roberta, que ela abriu em meados de dezembro no lugar de uma antiga oficina, na esquina da Rua Tubira, no Leblon. Depois de fazer sucesso com seu sud dog, a chef resolveu investir ainda mais em comida, digamos, mais acessível. No menu reduzido, produtos feitos exclusivamente para ela, como as linguiças que recheiam o sanduíche baobá (R$ 25, com fondue de queijo), pastrami (R$ 29) e fritas com aioli de urucum (R$ 9). O Suddog, claro, marcará presença: R$ 23. Para beber, uma outra novidade: a Sudbeer (R$ 12, 300ml), feita em parceria com a marca Jeffrey. A cerveja tem duas versões: uma com cajá, tomilho e gengibre, outra com toranja, gengibre e mel.

— É uma grande emoção para uma descendente de alemães fazer sua primeira cerveja! É de alma carioca, leve, refrescante, de bem com a vida — diz a chef, coautora da bebida ao lado dos cervejeiros da Jeffrey.

A cervejaria, aliás, tem uma loja ao lado do Da Roberta. Até o fim de março, a Jeffrey Store, aberta há um ano e meio, promove tardes culturais aos sábados, com degustações, pratos assinados por chefs e bandas, das 14h às 20h.

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