Ao longo de 500 Km a Rio-Santos apresenta ao turista praias, mata atlântica, cachoeiras e cidades históricas. Um paraíso para relaxar. E o que é melhor: não tem pedágio.
À medida que o carro avança, árvores tentam engolir o asfalto e criam um túnel verde que faz lembrar estradinhas perdidas no tempo. O mar azul dá o toque final. Mas logo uma placa no acostamento quebra o cenário de contos de fadas: ali, vende-se peixe frito com pimenta e farofa.
Ligando o litoral de São Paulo à capital do Estado vizinho, a Rio-Santos exibe por cerca de 500 quilômetros uma sequência de paisagens que parecem competir entre si para ver qual é a mais bonita. Em Bertioga, o rio Guaratuba passa por baixo da rodovia, indo do paredão da serra do Mar ao Atlântico -vale ficar atento aos barquinhos de pescadores. Vez ou outra, um sapo atravessa correndo a pista, torcendo para não ser esmagado. Quando a mata atlântica dá uma trégua, logo surge o oceano arrebentando no desfiladeiro. É, então, o momento de parar no primeiro mirante que aparecer.
Afinal, essa vista já foi cenário para as batalhas entre tupinambás e tupiniquins no século 16 -tanto que há diversos nomes indígenas no caminho, caso de Bertioga, Ubatuba, Paraty, Mangaratiba... Depois, viu passar os jesuítas, crescer os alambiques de cana-de-açúcar e as fazendas de café. Foi rota dos tropeiros carregados de mercadorias. Com a entrega da primeira parte da estrada, em 1973, o turismo explodiu.
Completada anos depois, a Rio-Santos é hoje formada por trechos de duas rodovias: a BR-101 e a SP-055. Concentra mais do que paisagens. Ali, é possível visitar praias, cachoeiras, cidades históricas, ondas que ensinaram um campeão mundial de surfe e até duas usinas nucleares. Não é só caminho. A Rio-Santos é também destino.
O início:
SANTOS
Um coco gelado marca o início da viagem pela Rio-Santos (na praia do Gonzaga, ele custa em média R$ 8). É uma boa maneira para renovar as energias e deixar para trás o estresse de São Paulo antes de encarar os cerca de 500 km da rodovia, que começa oficialmente na parte continental de Santos.
SÃO SEBASTIÃO
Cercada pela mata atlântica, com o mar beliscando desfiladeiros, a estrada logo passa por pontos badalados do litoral paulista, como Maresias, Santiago e Toque-Toque Pequeno. A primeira praia é a terra do campeão mundial de surfe Gabriel Medina -e lugar certo para quem gosta de pegar onda.
BERTIOGA
É ali que a rodovia se mostra como uma das mais bonitas do país. Um barquinho sobe o rio Guaratuba, deixando para trás o oceano, rumo ao paredão verde da serra do Mar. No caminho, pescadores passam por baixo da Rio-Santos, que mais parece uma serpente que corta pelo meio a mata atlântica.
UBATUBA
Uma das joias de São Paulo, conta com 102 praias -algumas praticamente intocadas, como a da Fazenda, que fica dentro do núcleo Picinguaba, no parque estadual Serra do Mar. Com um pôr do sol de cair o queixo, serve de casa para a jacutinga (ave ameaçada de extinção) e a palmeira juçara.
CACHOEIRAS
Os carros com o pisca-alerta ligado no acostamento dão a pista: ali existe uma cachoeira. Nas cidades da Rio-Santos há cerca de 60 quedas d'água. Destaque para a cachoeira da Escada, a última de Ubatuba no sentido Rio. O nome veem do paredão rochoso em forma de "degraus" até a base
PARATY
Uma boa maneira de começar o dia é na vila de Trindade, com praias intocadas que atraem jovens e surfistas. Já em Paraty, a atração é seu centro histórico, cheio de construções coloniais e bares. Prove o Jorge Amado -caipirinha com Gabriela (cachaça com cravo e canela), limão e maracujá (R$ 18).
ILHAS
Ilhabela e Ilha Grande são as principais do roteiro. Quem conhece as duas diz que os nomes estão trocados -a primeira é maior (347,5 km² contra 193 km²), mas a segunda é mais bonita. Na Grande, existem cerca de cem praias. Passeios que dão uma volta à ilha e têm oito paradas custam R$ 200.
O final:
RIO
Quando as praias e os resorts de Mangaratiba ficam para trás e a estrada encontra a avenida Brasil, é sinal de que a viagem acabou. Mas ainda dá tempo para um banho de mar. Seja na orla de Ipanema e Copacabana, seja na pouco conhecida Joatinga, no Joá (entre São Conrado e a Barra da Tijuca).
Fonte Folha/SP
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