quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Como é o novo voo 'low-cost' Rio- Buenos Aires
Dentro do avião da Flybondi.com o serviço de bordo só serve água gratuitamente, quase tudo é cobrado por fora pela companhia aérea que oferece as passagens mais baratas para a Argentina. Até o check-in é pago na hora. Faça uma refeição antes de viajar.
Na manhã da sexta-feira (11/10), alguns passageiros que se aproximavam do balcão da Flybondi , no Aeroporto Internacio Tom Jobim, na Ilha do Governador, para o voo inaugural da empresa entre Rio e Buenos Aires , espantavam-se ao terem de pagar R$ 20 para fazer o check-in na hora. A cobrança era uma espécie de “cartão de visitas” da política “ultra low-cost” da companhia aérea argentina, a terceira a realizar voos internacionais de baixo custo no Brasil ( depois de Norwegian e Sky).
Os voos diretos entre o Galeão e o Aeroporto Internacional El Palomar, na Grande Buenos Aires , acontecem quartas, sextas e domingos. Em dezembro, serão realizados também às segundas-feiras. O voo FO 5900 decola de El Palomar às 8h30m e chega ao Rio às 11h35m. No sentido inverso, o FO 5901 sai do Galeão às 12h20m e pousa às 15h45m.
A experiência do voo de baixo custo radical começa antes do embarque. O check-in on-line é gratuito e aberto 48 horas antes da decolagem, e nele é possível marcar assentos, mediante uma taxa que varia entre R$ 22 e R$ 31, dependendo da localização das poltronas (as das primeiras fileiras e das saídas de emergência são mais caras). Caso contrário, o lugar é escolhido aleatoriamente pelo sistema e, a companhia não permite trocar depois.
Também pelo site é possível pagar pela bagagem extra. A passagem dá direito a apenas um volume de mão, seja uma bolsa ou mochila de até 6kg e medindo até 30cm x 20cm x 40cm, ou uma mala de no máximo 10kg e até 45cm x 25cm x 55cm (só nas rotas do Brasil, por determinação da Anac; nos demais voos, é preciso pagar para levar a maleta no compartimento superior da cabine). Para despachar bagagens maiores, são cobrados R$ 91 para as de até 12kg, e R$ 118 para as de no máximo 20kg. Se passar disso, é preciso desembolsar R$ 23 por cada 5kg a mais. Despachar instrumentos musicais ou equipamentos esportivos, de até 15kg, custa R$ 114. Vale lembrar que os preços são por trecho , e custam o dobro quando pagos no aeroporto.
A frota da Flybondi tem apenas cinco aviões modelo Boeing 737-800 com 189 lugares em cabine única, e duas fileiras de três poltronas de cada lado. Não há entretenimento de bordo, e o cartão com procedimentos de segurança é colado na parte traseira da poltrona, uma prática de outras companhias "low-cost". As poltronas são apertadas, mas reclinam, ao contrário do que acontece na Ryanair, por exemplo.
O aperto pode ser maior quando o voo está cheio, já que o passageiro que embarca com mochila ou bolsa tem que colocá-la sob o assento da frente, tirando o (pouco) espaço para os pés. Apenas as chamadas malas de mão podem ser colocadas nos compartimentos superiores.
Os comissários, simpáticos e espirituosos, passam apenas uma vez com o serviço de bordo. Com a exceção do copo d’água (que o passageiro precisa pedir), tudo é cobrado, apenas em pesos argentinos. O cardápio tem de chá a cerveja, de alfajor a macarrão instantâneo. A boa notícia é que, com a desvalorização da moeda local, os produtos não ficam tão caros ao convertermos para reais.
Veja os preços de alguns produtos:
- Chá e café: 80 pesos (R$ 5,70)
- Refrigerante: 90 pesos (R$6,40)
- Suco de caixinha: 70 pesos (R$ 5)
- Pacote de biscoitos: de 70 (R$ 5) a 120 (R$ 8,50)
- Alfajor: 80 pesos (R$ 5,70)
- Cerveja em lata: Quilmes a 120 pesos (R$ 8,50) e Stella Artois a 150 pesos (R$ 10,60)
Após três horas de viagem, o avião pousa no modesto Aeroporto Internacional El Palomar, o hub da Flybondi, que voa dali para 14 cidades argentinas e quatro destinos internacionais: Assunção, Punta del Este, Rio e, a partir de dezembro, Florianópolis. A JetSmart também usa o aeroporto e voa de lá para Mendoza e Santiago do Chile.
Antes uma base militar, El Palomar tem apenas um pequeno prédio de um andar, onde se concentram as áreas de check-in, segurança e imigração. Em horários de maior movimento, como no início da manhã, a fila de embarque cruza todo o salão e sai porta afora. As opções de comida se restringem a um food truck na área externa e a uma barraquinha que vende salgados no salão de embarque. Não há caixa eletrônico ou casa de câmbio, então, é bastante recomendável já chegar à Argentina com alguns pesos.
Para os próximos anos, a expectativa é que a estrutura seja melhorada. Em abril, o governo começou as obras de ampliação do aeroporto, que deverá ganhar mais um terminal para passageiros e novos hangares. O projeto está orçado em USS$ 23 milhões e não há previsão de conclusão.
Como chegar e sair do aeroporto?
El Palomar fica a cerca de 20km do Centro de Buenos Aires, ou seja, mais perto do que Ezeiza e mais longe do que o Aeroparque, para onde não há mais voos vindos do Brasil. Os táxis são caros, e as corridas de aplicativo custam em torno de mil pesos argentinos (cerca de R$ 70).
Uma opção mais em conta é o ônibus da empresa Tienda León, que leva do aeroporto a seu terminal, na Avenida Eduardo Madero 401, em Puerto Madero, a poucos metros de uma estação de metrô. Custa 250 pesos (R$ 17) o trecho ou 450 pesos ida e volta. Para termos de comparação, a Tienda León cobra 490 pesos (R$ 34) o trecho entre o Aeroporto Internacional de Ezeiza e seu terminal.
Para os mais adeptos da filosofia “low-cost”, há a opção de pegar um trem da linha San Martín, que liga El Palomar até a estação de Retiro, na região central de Buenos Aires. A linha férrea tem uma parada também no bairro de Palermo, que tem muitas opções de hospedagem também.
A estação de trem de El Palomar fica a cerca de 300 metros da saída do aeroporto, e se pode chegar a uma curta caminhada. O bilhete custa 33 pesos (R$ 2,40) e deve ser comprado em dinheiro. Uma dica para quem tiver pesos argentinos na carteira é comprar logo ali o cartão SUBE, o único aceito para o embarque no metrô e nos ônibus de Buenos Aires. Com esse cartão (que custa 90 pesos, ou R$ 6,40), a passagem do trem passa para 14 pesos (R$ 1).
Moradores sugerem fortemente que se tenha atenção a seus pertences no vagão. A viagem leva cerca de 40 minutos, e passa por parte da periferia da Grande Buenos Aires. Na parte final, mais especificamente, o trem passa praticamente dentro da Villa 31, a maior favela da Argentina, colada à estação Retiro, e pode chocar quem acha que Buenos Aires se resume a Palermo e Recoleta.
Tarifas baratas
Ao compararmos com Gol e Aerolíneas Argentinas, as outras companhias que voam sem escalas entre Rio e Buenos Aires (para Ezeiza), há tarifas ligeiramente mais baratas na Flybondi, mesmo com alguns itens extras, como marcação de assento e despacho de bagagem. O período pesquisado foi de 20 a 27/11.
A passagem pela Flybondi, sem nenhum adicional, sairia a R$ 1.299,21. Com marcação de assento e uma bagagem de até 20kg , o preço final fica R$ 1.579,21.
Na Aerolíneas Argentinas, a tarifa Base (sem escolha de lugares ou bagagem despachada) custa R$ 1.460,75. A faixa Plus inclui uma mala de até 23kg despachada e a marcação de assentos, a R$ 1.666,05.
Pela Gol, a passagem sem nada (Light), sairia a 1.818,69 . Com mais R$ 30 para marcar assento e R$ 120, para despachar uma mala de até 23kg, o preço chegaria a R$ 1.968,69.
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Local:
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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