Rio - A ceia de Natal pode até ser mais modesta para os cariocas este ano, já que 52% dos entrevistados em uma pesquisa do Clube de Diretores Lojistas (CDLRio) e do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) disseram que a mesa será menos farta. Só 4% cogitam gastar mais do que em 2017. Mas a comilança não precisa ser menos saborosa. Com planejamento, pesquisa e boas estratégias para substituir e reaproveitar alimentos, é possível confraternizar e se deliciar com quitutes de dar água na boca (e por que não sofisticados?) gastando até R$ 100.
A empresária do ramo de alimentação Cris Goulart listou o que dá para preparar com até R$ 100 ou R$ 200 (veja ao lado). Ainda sobra dinheiro para bebidas e decoração, já que a expectativa de 75% dos cariocas é gastar até R$ 300. Alguns truques na escolha dos alimentos fazem diferença, como substituir os mais caros por alternativos.
Cris ensina que peixes brancos como filé de viola, linguado e tilápia podem entrar no lugar do bacalhau. "O filé de viola sai a R$ 29,90 o quilo e o bacalhau custa R$ 70. Fica com uma cara tão boa quanto". E dá outra dica: "O bolinho não precisa ser feito com a peça. Pode comprar lasquinha de bacalhau, em torno de R$ 40". Valorizar os produtos brasileiros também gera economia e requinte. O flocão de milho, que varia de R$ 2 a R$ 3 por quilo, pode fazer a vez do cuscuz marroquino, que chega a custar R$ 30 (aprenda a salada de cuzcuz marroquino fake no quadro).
A nutricionista Erika Schattka sugere que aves natalinas como o chester e os frangões, e até mesmo o lombo suíno e o pernil, são opções nutritivas e mais econômicas que o peru. Apostar em frutas nacionais e da época, como abacaxi, melão e melancia, é outra forma de poupar, além das frutas secas a granel e as nozes com casca. "Uma ceia barata não é sinônimo de uma ceia pobre. Com um pouco de criatividade é possível fazer uma ceia muito gostosa", garante.
Antecipar para poupar
A dona de casa Emília Rodrigues, 63 anos, não abre mão do pernil e já garantiu o dela. "Compro tudo bem antes. É mais barato e em cima da hora você não acha o que quer", conta. "Quem deixar para os últimos dias pode ficar sem produtos, porque as compras do varejo não foram grandes em função das baixas vendas no ano. Sem contar a muvuca entre os dias 22 e 24 e de 29 a 31", diz Genival Beserra, presidente da Rede Unno.
O casal Guilherme Torres, 43 anos, e Therezinha Torres, 42, da Tijuca, que pretende investir até R$ 200 na ceia, já está achando tudo mais caro. "A vida é corrida, por isso a gente acaba deixando para os últimos dias", diz ela. Os panetones são exceção. Como Guilherme e a filha, Carolina, de 7, são apaixonados pelo doce, compraram uns cinco. A pesquisa do CDLRio e SCPC ouviu 500 consumidores em outubro e novembro. Desemprego e queda de renda familiar foram os problemas mais apontados.
Pesquisa de preços ajuda a economizar
Especialistas orientam levar uma lista para as compras e pesquisar preços. O aplicativo Pinngo, disponível para IOS e Android, é um aliado para quem tem pouco tempo. Ele compara valores de produtos em todas as redes de supermercados e informa as melhores alternativas.
Produtos de marcas menos conhecidas ou feitos "pela casa" tendem a ser mais baratos. Reaproveitar alimentos também está em alta: economiza e evita desperdício.
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