Serviço concentra 100 taxistas do sexo feminino cadastradas na capital paulista.
Lançado na semana passada, o FemiTaxi nasce com a proposta de oferecer exclusivamente para mulheres uma frota de táxi formada apenas por motoristas do sexo feminino.
Disponível somente na capital paulista, o serviço funciona por meio de aplicativo para iOS e Android e conta somente com mulheres taxistas, sem motoristas particulares. Com apoio do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi no Estado de São Paulo (Simtetaxis-SP), as operações se iniciaram com 100 profissionais cadastradas.
Além das denúncias de assédio e violência contra usuárias, o FemiTaxi informa que seu lançamento se baseou em demandas apontadas por pesquisas, como a realizada em setembro deste ano pela 99, que também tem uma opção para motoristas do sexo feminino. O estudo da empresa constatou que 56,5% das usuárias do serviço gostariam de ter a opção de serem conduzidas por taxistas mulheres, enquanto 23% achavam importante que o motorista não tivesse acesso aos dados dos passageiros e 20,8% preferiam compartilhar o trajeto com um amigo. O levantamento foi feito por email com 1,8 milhão de usuários da plataforma.
“Queremos proporcionar à clientela uma maior cumplicidade com o serviço, dando a possibilidade de as usuárias se sentirem à vontade, por exemplo, para se maquiar e até mesmo conversar com a motorista sobre temas ligados ao universo feminino”, afirma em comunicado Charles-Henry Calfat Salem, idealizador e CEO do FemiTaxi. Para atrair as profissionais, ele informa que o serviço está oferecendo taxas mais competitivas em relação à concorrência, além de não cobrar mensalidade.
Os esforços para criar um ambiente mais seguro para as mulheres nesse meio de transporte repercute em todo o País. Com tal objetivo, a Câmara Municipal de Porto Alegre incluiu no final de outubro a obrigatoriedade de pelo menos 20% de mulheres no quadro de motoristas de aplicativos de transporte da cidade, como o Uber. Há diversos relatos de mulheres sobre motoristas que pediram para que se sentassem no banco dianteiro, além de fazerem perguntas pessoais e incômodas e praticarem variadas formas de assédio. Uma reportagem de novembro da Folha de S. Paulo apontou a estratégia de mulheres para mandar fotos com dados do motorista para grupos de amigas em redes sociais, bem como ligar para os pais durante as viagens.
De acordo com a assessoria do FemiTaxi, as usuárias poderão avaliar o serviço após a corrida, com as notas de 1 a 5 estrelas. Após 10 corridas, as taxistas que obtiverem uma média abaixo de 3,8 serão descadastradas do app, e as profissionais que tiverem entre 3,8 e 4,1 passarão por um treinamento de capacitação, com o objetivo de melhorar o atendimento.
Para incentivar as clientes no início das operações, estão sendo distribuídos cupons promocionais no valor de R$ 15, além do envio de créditos em dinheiro para quem compartilhar convites de uso com as amigas por meio das redes sociais.
A projeção do CEO do FemiTaxi é de que mais de 300 motoristas se cadastrem no serviço até o final do ano. De acordo com comunicado, dados da Prefeitura de São Paulo mostram que há atualmente cerca de 8.100 mulheres taxistas na capital.
Ainda de acordo com Calfat Salemi, após a consolidação em São Paulo, a expectativa é de que a operação do aplicativo seja estendida para capitais como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, ainda no 1º trimestre de 2017.
Fonte Meio & Mensagem
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