quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Rio ganha Hippopotamus de presente este mês

Os empresários Omar Peres, o Catito - dono do Guerin, Bar Lagoa, da Fiorentina, entre outros - e Ricardo Amaral, vão reabrir o Hippopotamus, boate de Ipanema que funcionou da década de 70 até 2001 na Praça Nossa Senhora da Paz, e deixou saudade em muita gente. Amaral, foi o criador da casa.

Catito publicou em sua página no facebook, informando que o coquetel de lançamento está marcado para o dia 28 próximo. E para não perder o embalo o Qsacada está publicando uma matéria do Jornal Extra que mostra muito bem o que era a boate mais famosa do país. Veja: 

                                 
                         Roberto Carlos e Mirian Rios, notáveis do Hippo
                                  

O Hippo versão 2016 vai funcionar no mesmo casarão da Rua Barão da Torre onde foi sua versão original, e depois, a Baronetti, de Rick Amaral.  A volta da boate Hippopotamus faz frequentadores lembrarem as noites por lá. São muitas histórias e imagens inesquecíveis!

Nigth, balada, farra, curtição. Não importa a gíria da época. Nenhuma noite do Rio foi tão incrível como as vividas nos dois andares da clássica boate Hippopotamus, que volta em breve à cidade (o local ainda é dúvida). Localizada em Ipanema, na Zona Sul do Rio, e criada por Ricardo Amaral, a casa noturna abriu as portas em 1977 e fechou, melancolicamente, em 2001. Mas foram nas décadas de 80 e 90 em que a Hippo, como era chamada pelos frequentadores, arrebentava a boca do balão, com todos curtiam numa nice, sem treta ou bode. “Você podia chegar sozinha que sempre encontrava todo mundo. Foi um momento muito gostoso da minha vida”, lembra Monique Evans.

De Monique a Xuxa, de Pelé a Roberto Carlos, muita gente famosa se reunia por lá. “Se aquelas paredes falassem...”, brinca Luiz Carlos Miele, que, além de cliente, fez shows no piano bar da boate: “Hoje a noite mudou de idade, ficou jovem. Não existe mais um espaço assim. Seria bom ter a volta de um lugar como aquele. Outro dia convidei um amigo para tomar uísque e ouvir uma música. Aí ele me perguntou: ‘onde?’. Não sabia o que responder”.

Para entrar na boate era preciso ser sócio ou famoso. No segundo andar, funcionava um restaurante. No primeiro, ao fundo da pista ( iluminada por um lustre gigante, sem jogo de luz), havia um jardim tropical com água escorrendo ininterruptamente. Reza a lenda que era para os clientes acreditarem que estava chovendo, que não daria praia no dia seguinte, e que a noite não precisava ter hora para acabar. E não tinha mesmo, de segunda a segunda. “A dona das melhores histórias era a Ana, que limpava o banheiro feminino. Era lá que as mulheres fofocavam e contavam de seus romances”, entrega uma antiga frequentadora.

Testemunha ocular dessa história é o fotógrafo Ronaldo Zanon, autor dos melhores cliques da boate, de 1983 até o fechamento. Não havia paparazzo na porta como aconteceria hoje e todas as suas fotos eram feitas com o consentimento de quem estivesse no alvo de sua câmera. “Nunca fui de flagrante e tinha a confiança dos frequentadores. Nunca vendi uma foto e sempre optei pela discrição. Mas é claro que rolava de tudo nas festas e a alegria poderia vir de várias formas. Era o nosso Studio 54”, lembra Zanon, se referindo à casa noturna que agitou Nova York, também nos anos 70 e 80. Com o tempo, a Hippopotamus foi esvaziando e, com ela, morria uma época. “As pessoas foram envelhecendo e o glamour foi desaparecendo. Aquele mundo não existe mais”, acredita ele.

Deu o que falar

Na festa de lançamento da primeira “Playboy” com Luma de Oliveira na capa, nos anos 80, causou sensação a presença da irmã da modelo, Ísis de Oliveira, com a cantora Simone. As duas eram casadas e raramente apareciam juntas.

Narcisa Tamborindeguy, já altinha, subiu numa mesa e começou a simular um strip-tease. A boate inteira parou para ver.

O romance de um diretor de novelas com um figurão da MPB teria começado naquela pista de dança.

A maior concorrente da Hippopotamus era uma boate chamada Calígola, também em Ipanema, a poucos metros de distância uma da outra. Passando por dificuldades financeiras, Vera Gimenez, mãe de Luciana, trabalhou como promoter da casa.

Monique Evans, no auge do sucesso como modelo, circulava pela Hippo com o namorado, Antenor, filho da socialite Carmen Mayrink Veiga, considerado o melhor partido da época. Eram sempre vistos num clima de paixão. Dizem que eles só não se casaram porque a sogra, a mãe do bonitão, não aprovava o romance.

Algumas cenas da novela “Dancin’ days” foram gravadas lá, aumentando a aura de glamour do local. Atores da novela, exibida em 1978, Lauro Corona e Glória Pires costumavam se acabar na pista de dança.

Quando veio se apresentar no Rock In Rio II, Prince se encantou com a beleza de Maitê Proença na boate. O cantor pediu que um segurança abordasse a atriz, que estava acompanhada. O tempo por pouco não fechou.

Foi na boate, em 1984, que Myrian Rios, casada com Roberto Carlos, comemorou seu aniversário de 26 anos. A orientação era que nenhuma música do Rei tocasse. Mas o DJ desobedeceu a ordem e tocou “Emoções”. Roberto, para contornar a saia-justa, tirou Gisela Amaral, mulher de Ricardo, para dançar.

Cenas que bombsaram

Pelé era figurinha fácil. Era comum vê-lo suando na pista. “Ele ia lá para dançar, adorava”, conta Zanon.

                     

Renato Gaúcho chegou de tênis, item proibido no vestuário da boate. A solução para entrar foi comprar os sapatos de um garçom do restaurante ao lado. Pelo mesmo motivo, o ex-piloto de Fórmula 1 Niki Lauda entrou descalço.

Eram memoráveis os beijos que Christiane Torloni dava no psicanalista Eduardo Mascarenhas, seu marido na época, na pista de dança. A atriz batia ponto na Hippo.

Ayrton Senna apareceu com a modelo Marjorie Andrade depois do Grande Prêmio de Fórmula 1, que ainda acontecia no Rio. O piloto e a beldade tiveram um rápido romance.

A casa testemunhou que Axl Rose, quem diria, também sabe se comportar. Depois de atirar cadeiras em jornalistas, numa das passagens do Guns n’ Roses pela cidade, o roqueiro posou para fotos, esbanjou simpatia e distribuiu gorjetas aos garçons.

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