As principais praias do sul do Brasil tiveram, neste ano, uma primeira quinzena muito fraca. Estima-se que a chegada de turistas argentinos tenha caído 50% a 70% em Santa Catarina. O mesmo está acontecendo na Região dos Lagos fluminenses, em Cabo Frio e Búzios, com a diminuição muito grande do total de turistas hermanos que sempre viajam para lá no período do verão, aproveitando as férias e o aeroporto local. Os lucros nesses locais caíram muito por conta dessa ausência.
A primeira quinzena deste mês de janeiro registrou queda na presença de turistas argentinos na comparação com anos anteriores.
A Polícia Federal do Brasil deu números precisos dessa diminuição. Nos primeiros dez dias de 2019, passaram pela cidade de Dionísio Cerqueira, na fronteira argentina com Santa Catarina, um total de 4.822 argentinos rumo às praias, 68% a menos do que no mesmo período do ano passado.
Somando os 2.630 turistas que utilizaram a Ponte Internacional Comandante Rosales, que cruza o rio Pepirí Guazú e une San Pedro, em Misiones, a Paraíso, em Santa Catarina, aberta em dezembro passado, a diminuição real é de 50%. Ao todo, foram 7.452 argentinos.
O número mencionado é o mais baixo dos últimos cinco anos e as projeções indicam que não haverá uma melhora considerável no restante da temporada, embora já se note uma diminuição no preço dos aluguéis de apartamentos e casas.
Segundo os dados do município de Dionísio Cerqueira, o melhor início de temporada ocorreu em 2016, com quase 20.000 turistas argentinos nos primeiros dez dias do ano.
No ano passado, o registro foi de 16.000.
José Luís Saraiva, proprietário de uma imobiliária em Bombinhas, disse ao Clarín que “a diminuição do número de argentinos é de 50% nesta região, mas em Camboriú chega a 70%. Nossa estimativa antes do começo da temporada era de uma diminuição perto de 50%, mas é provável que essa porcentagem seja maior”, afirmou.
“Os argentinos vêm com um orçamento muito ajustado e procuram aluguéis de até 300 reais. Só alguns alugam apartamentos de 400 reais por dia”, disse Saraiva.
O impacto foi um pouco atenuado pela chegada de um maior número de brasileiros provenientes de São Paulo e do Paraná.
O presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de Santa Catarina (Sindetur SC), Kid Stadler, disse que “depois que os argentinos começaram a vir para nossas praias, toda vez que há um movimento econômico na Argentina, há um impacto muito grande na economia, principalmente em Florianópolis, onde eles mais ficam.”
E acrescentou que “está todo mundo esperando que durante o mês de janeiro e fevereiro venha um pouco mais de argentinos, mas não vai ser um número que vai recuperar a nossa temporada.”
Por via aérea também houve uma diminuição do número de turistas argentinos em Florianópolis, mas foi de apenas 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
Fonte Clarin
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