O Blog Qsacada tem uma amiga que está há uma semana enfrentando um frio de 3 graus para visitar a Turquia, esse místico país do Oriente. Ela passou por Istambul e foi até a Capadócia, terra de São Jorge, o santo regente deste 2019 na personificação do orixá Ogum. E uma das coisas que mais chamaram a atenção em suas imagens registradas em uma das cidadezinhas turcas, foi uma árvore seca cheia de "olho turco" ou "olho grego". Um bom presságio para espantar tudo de ruim durante o ano que chegou.
Quando se trata de afastar as forças místicas malignas do mundo, talvez não exista amuleto mais famoso do que o "olho turco" ou "olho grego". Com uso difundido em várias regiões, a imagem do olho azul-cobalto aparece não só nos bazares de Istambul, na Turquia, mas também em caudas de aviões e até em páginas de quadrinhos. Na última década,o símbolo ganhou espaço também no mundo da moda.
A socialite norte-americana Kim Kardashian foi fotografada várias vezes usando pulseiras e acessórios para a cabeça com o símbolo, enquanto a modelo Gigi Hadid anunciou no fim de 2017 o lançamento de uma linha de sapatos com o olho da "boa sorte" estampado nos modelos.
O uso recente do amuleto por celebridades mundialmente conhecidas fez com que surgissem tutoriais online que ensinam as pessoas a fazerem seus próprios braceletes, colares e chaveiros com a imagem.
O símbolo está tão profundamente inserido na cultura que, apesar de suas conotações potencialmente pagãs, ele tem lugar até em textos religiosos, incluindo a Bíblia e o Corão: "Olho por olho".
10 coisas que você precisa saber sobre Istambul:
1. Nutrir altas expectativas sobre um lugar costuma dar errado. Por aqui, não esquente. A cidade e mais espetacular do que qualquer fantasia que você possa ter a seu respeito.
2. Se você considera meio absurda a ideia de que a Turquia pode vir a fazer parte da União Europeia, vai acabar revendo a sua posição. O país e muito mais moderno, seguro e “europeu” do que você suspeita, a começar por Istambul.
3. Quem pensa que Istambul e uma espécie de Marrakech gigante, vai corar de vergonha de sua ignorância ao deparar-se com uma cidade organizada, limpa, segura e equipada com transporte publico eficiente. Comparado com o souk de Marrakech, por exemplo, o Grand Bazaar e praticamente um Shopping Iguatemi.
4. Há mulheres cobertas com véus e dezenas de mesquitas enormes espalhadas pela cidade. Mas também há meninas de mini saia, grande parte das pessoas (homens e mulheres) bebe álcool (a Turquia produz vinho e consome milhões de litros de Raki — uma espécie de Pastis, fortíssimo) e, ainda que haja uma facção linha dura islamista batalhando por uma Turquia como Ala gosta, o pais caminha a passo firme para a modernização.
5. Nas áreas cool da cidade (como a região ao redor da rua Sofyali sok, fantastica), não há uma única mulher de véu ou algo que faça com que você se lembre que esta num pais muçulmano.
6. Outra faceta europeia de Istambul: a cidade esta longe de ser uma pechincha. Comida, bebida e hospedagem saem a preços semelhantes ao da Espanha. Calcule em media 80 euros por um hotel decente e 20 euros por pessoa para uma refeição, sem bebida, num lugar bacaninha.
7. O transito e um inferno, como em qualquer metrópole de mais de 16 milhões de habitantes. Tudo o que você puder fazer com o transporte publico que escapa do transito (trem, metro ou ferry) significara uma grande economia de tempo e também em paciência — os taxistas, como em muitas outras cidades do mundo, são os vilões de sempre, e tentam tirar uma casquinha dos turistas.
8. As principais atrações estão na área de Sultanahmet. E ficar por ali e estratégico para não perder tempo em deslocamento.
9. A cidade e uma das capitais europeias da cultura em 2010. A estratégia de marketing por trás do titulo parece ter dado certo: a cidade esta bombando, explodindo, quase afundando de tanto turista.
10. Por causa do item acima, tudo deve ser reservado antes, pelo menos ate o final de outubro: hotel, restaurantes badalados, voos… Vale, também, estar preparado para enfrentar filas nas principais atrações.
Viajando de balão sobre a Capadócia
Bom, as imagens são belíssimas, misturando antiguidade, cavernas com moradias, terreno que mais parece um outro planeta e neve nessa época do ano. Registrar isso tudo a 300 metros ou 500 metros de altura em uma das dezenas de balões coloridos é preciso desembolsar 150 Euros por uma viagem de 50 minutos apenas. Os balões flutuam sobre o Rose Valley: é de outro mundo! E o Vale de Soganli? O Vale de Pasabagi? Sem palavras.
Mas, antes de embarcar para a Capadócia, saiba que...:
1. A Capadócia fica na Anatólia Central, bem no meio do país, a uns 700 quilômetros de Istambul.
2. Há várias cidadezinhas onde se concentram hotéis e restaurantes. As mais charmosas são Göreme e Uçhisar. Muita gente prefere ficar em Ürgüp, que completa a trinca das mais populares. Mas, na minha modesta opinião, a cidade é a mais sem graça das três: é maior e já bem descaracterizada por resorts, hotéis e afins.
3. Muitos pacotes e excursões vendem hospedagem no meio do nada, entre um vilarejo e outro. É roubada. Ainda que as distâncias sejam curtas, curtir o centrinho das cidades depois de um dia passeando pelos arredores é uma das melhores coisas da viagem. Göreme e Uçhisar têm restaurantes deliciosos, lojinhas bem aprumadas e até uma vidinha noturna.
4. Quer ficar num lugarzinho mais alternativo? A lindíssima Mustafapasa só recentemente começou a abrir os seus primeiros hotéis e restaurantes, mas ainda conserva intacto o seu caráter.
5. Um carro faz toda a diferença. Caso contrário, você será refém das agências locais. Não que haja algum mal nisso (tem gente que prefere, claro), mas poder almoçar onde e quando quiser, descobrir cantinhos escondidos, repetir os lugares que mais gostou e não ter horário pra nada não tem preço.
6. Ao contrario do que muita gente pensa, é facílimo se virar sozinho na Capadócia. As estradinhas são bem sinalizadas, as atrações têm audioguias e os highlights estão concentrados numa área relativamente pequena (você nunca precisa dirigir mais de meia hora). No entanto, fazer pelo menos um passeio guiado pelas casas escavadas é interessante para ter algumas explicações sobre detalhes que, sozinho, você dificilmente conseguiria observar ou entender.
7. É sempre bom ter em mãos uma lanterna, como fazem os guias. Algumas igrejas escavadas têm frescos escondidos em cantinhos escuros – e também falta luz nas cidades com bastante freqüência.
8. As cidades subterrâneas não são tão claustrofóbicas assim. Sofri por antecipação dias a fio antes de visitá-las e na hora achei uma maravilha. Dá até pra sentir um ventinho nas proximidades dos tubos de ventilação. No entanto, não é assim para todo mundo: presenciei uma senhora francesa tendo um ataque tão forte de pânico que o meu namorado teve que levá-la pela mão até a saída do túnel.
9. Entrar nas casas escavadas e conhecer os vales implica subir, descer, escalar, abaixar e caminhar muito. E se você for de abril a outubro, provavelmente fará isso sob um calor intenso e seco. Pessoas com problemas de locomoção, joelhos castigados, ciáticos temperamentais ou simplesmente fora de forma sofrem um bocado.
10. Para enfrentar o clima árido, ter uma garrafa de água e um protetor labial sempre em mãos é questão de sobrevivência.
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