A livraria Ateneo, por sua história, pela beleza sua arquitetura e por sua ampla oferta cultural, a Ateneo Grand Splendid também se transformou em atração turística. A National Geographic acaba de elegê-la como a livraria mais bonita do mundo. El Ateneo Grand Splendid, um espaço portenho que conjuga história, literatura, turismo e que se tornou um dos lugares mais “instagramáveis” de Buenos Aires. Uma dica a ser seguida do jornal Clarín.
Os turistas vão ao Obelisco, claro, visitam Puerto Madero, vão dançar tango, fazem uma visita guiada pelo cemitério da Recoleta e não deixam de ir, de jeito nenhum, à livraria argentina que ficou famosa no exterior.
Francês, português, inglês, chinês. Esses idiomas, e outros, pipocam pelos corredores da Livraria El Ateneo Grand Splendid da avenida Santa Fe, em Buenos Aires. E também a música dos sotaques latino-americanos e do castelhano da Espanha. Porque o antigo teatro que há 19 anos se tornou uma livraria é também um ícone portenho. Os turistas vão ao Obelisco, claro, visitam Puerto Madero, vão dançar tango, fazem uma visita guiada pelo cemitério da Recoleta e não deixam de ir, de jeito nenhum, à livraria argentina que ficou famosa no exterior. Na livraria da avenida Santa Fe 1860 estimam que a cada fim de semana recebem cerca de 5.000 visitantes estrangeiros.
O “fenômeno” El Ateneo foi notícia novamente nesta semana. No website da National Geographic, Brian Clark Howard a definiu como “a livraria mais bonita do mundo”. O jornalista ressalta a “iluminação suave, com detalhes que mostram o melhor do artesanato de princípios do século 20”. E acrescenta: “A grande loja fica em um teatro antigo lindamente conservado. Mas em vez de bailarinos e cantores de tango, agora as estrelas são as palavras impressas.”
Em 2008, o jornal inglês The Guardian colocou El Ateneo em segundo lugar entre as livrarias mais lindas do planeta, atrás da Boekhandel Selexyz Dominicanen em Maastricht, na Holanda, e antes da belíssima Livraria Lello, no Porto, em Portugal, escolhida em 2016 para o lançamento de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada.
O Teatro Grand Splendid foi testemunha de inúmeras histórias e segredos. Em 1919, foi inaugurado como teatro, depois foi sede da Rádio Splendid e em 1926 passou a ser a sede do selo discográfico Nacional Odeón, onde foram gravados vários clássicos do tango. De 1964 a 1973 voltou a ser teatro. E teve sua etapa como cinema emblemático de Buenos Aires até 2000, quando suas portas se fecharam, após vários ciclos de crise econômica. Pouco tempo depois, a rede El Ateneo comprou o edifício e o transformou na maior livraria da América Latina, com 500.000 títulos –entre livros, CDs e DVDs– distribuídos em 2.000 metros quadrados.
Na parte do fundo do térreo, fica a cafeteria. Décadas atrás ali era o palco do teatro. “Você está sentado no lugar em que Aníbal Troilo tocou e onde Gardel cantou”, diz Juan Pablo Marciani, porta-voz da livraria.
A cúpula é outra maravilha. Foi projetada por Nazareno Orlandi e apresenta uma grande pintura alegórica sobre a paz, realizada após a Primeira Guerra Mundial (1919). No subsolo ficam a loja de discos, o setor de livros infantis e os depósitos, que ocupam o lugar em que ficavam os bastidores, a sala técnica e a enfermaria.
A fama da livraria também corre o mundo e na última reunião do G20 em Buenos Aires, em dezembro, El Ateneo recebeu a visita do presidente da França, Emmanuel Macron e Brigitte, sua esposa; do primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte; e do presidente da Turquia, Recep Tayyid Erdogan.
Outras personalidades do mundo das letras, como o português José Saramago e o peruano Mario Vargas Llosa, ambos ganhadores do Prêmio Nobel de Literatura, e a escritora espanhola Rosa Montero, também prestigiaram a livraria com sua presença em suas viagens à Argentina.
El Ateneo Grand Splendid, um espaço portenho que conjuga história, literatura, turismo e que se tornou um dos lugares mais “instagramáveis” de Buenos Aires
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