Depois dos 7 a 1 em território brasileiro, a Copa da Rússia chega como uma espécie de redenção. Com o sorteio das chaves para os jogos, já foi definido onde o Brasil entrará em campo, ao menos na primeira fase – para quem planeja acompanhar as partidas, chegou a hora de planejar o roteiro. Segundo o buscador de passagens Skyscanner, a procura pelo país saindo do Brasil no período do evento aumentou 318% depois da definição dos grupos, no dia 1.º de dezembro.
Visitar a Rússia é um tanto desafiador para o viajante solo: pouca gente fala inglês, e também é difícil encontrar placas traduzidas. Indiscutível, porém, é que a Rússia vale a visita mesmo que você não esteja nem aí para futebol. Percorrer seus monumentos é uma aula de história, e, em seus mais de 17 milhões de quilômetros quadrados, as paisagens e costumes se transformam. Uma dica importante: não peça informações a policiais. Há diversas histórias de exigência de propina para turistas.
A Copa vai de 14 de junho a 15 de julho, durante o verão no Hemisfério Norte. Nessa época do ano, os dias são longos e as noites, curtas. Em São Petersburgo, o sol da meia-noite traz uma série de eventos para a cidade, como as Noites Brancas. Quem pretende percorrer a Transiberiana, rota de trem que cruza o país (na verdade são vários trechos de trem), deve ir entre a primavera e o início do outono, já que alguns trechos fecham por causa do excesso de neve.
O que ver?
Moscou e São Petersburgo, são os cartões-postais e dispensam apresentações. Já na Sibéria, Krasnoyarsk tem lindas paisagens entre montanhas – e também uma estação de esqui. Sochi foi palco dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2014 e, ao mesmo tempo, um balneário às margens do Mar Negro. Irkutsk já foi considerada “a Paris russa”, e tem uma área com antigas casas de madeiras (embora algumas estejam decadentes). Dali, gasta-se uma hora até o Lago Baikal, o maior de água doce da Ásia.
DICA: Será pela natureza e arquitetura, com roteiros a preços acessíveis. Terão destaque alguns de seus tesouros ocultos para nós, como o Kremlin de Kazan, patrimônio da Unesco, e as montanhas do Cáucaso.
Canadá
Este 2017 foi um ano festivo para o Canadá, que completou 150 anos de existência como nação unificada. E para os turistas interessados nele, já que o país, depois de muito prometer e adiar, finalmente deixou de exigir visto de boa parte dos brasileiros, o que representa economia de cerca de R$ 200 na viagem e burocracia a menos. Somado ao fato de que o destino continua sendo o preferido dos brasileiros para intercâmbio, pelo 13º ano consecutivo segundo a Associação Brasileira Especializada em Educação Internacional (Belta).
Tudo isso mostra que o Canadá vai continuar na crista da onda em 2018 – ficou em 3º lugar com 12 votos na escolha anual de melhores destinos do Viagem. Acompanhe novidades no país no nosso blog Canadá para Viagem.
DICAS: Do meio da primavera ao comecinho do outono, de junho a outubro, é a época mais quente e gostosa para aproveitar as maiores cidades. É quando Toronto , Montreal e Vancouver se enchem de vida e eventos ao ar livre, em parques e promenades. O inverno é época de esquiar nas Montanhas Rochosas, em resorts cheios de charme e infraestrutura como Whistler e Banff.
Uma das viagens de trem mais cênicas do mundo corta o Canadá de leste a oeste, um percurso de 4,5 mil quilômetros entre Toronto e Vancouver. Outra rota panorâmica deslumbrante é a rodovia Icefields Parkway, que se estende entre lagos, florestas e geleiras ao longo de 232 quilômetros na província de Alberta. Na província de Youkon, ao norte, a cidade de Whitehorse é ponto de partida para ver a aurora boreal.
Como chegar ?-
A Air Canada tem voo direto de São Paulo a Toronto e conexões para todas as cidades grandes e médias do país. Toronto está a 6 horas de carro de Nova York. Quem vai a Vancouver pode combinar uma passada em Seattle, a menos de 3 horas de carro. Devagarzinho, mesmo brasileiros que já conhecem as maiores cidades estão explorando mais seus parques nacionais e cidadezinhas menores, como Niagara-on-the-lake, próxima a Toronto, e Vernon, próxima a Vancouver.
Peru
Nos últimos anos, o Peru vem mostrando que sabe como ninguém valorizar seus atrativos turísticos. Machu Picchu, claro, é a menina dos olhos do país (e, por isso, as regras de visitação vêm ficando cada vez mais rígidas). Os mochileiros continuam buscando as concorridas trilhas para chegar à cidadela inca.
Mas há cada vez mais opções luxuosas para o turista que não abre mão do conforto. Podemos colocar nesse rol os lodges em meio às trilhas, da Mountain Lodges of Peru, o Belmond Andean Explorer, trem de luxo que liga Cusco a Arequipa, com cabines confortáveis para dormir. A mesma rede também inaugurou recentemente um hotel luxuoso no Vale do Colca, próximo a Arequipa.
Quem busca trilhas não deve ir no verão, quando chove muito na região de Arequipa e principalmente em Cusco, onde não são raros os casos de queda de barreiras e interdição das linhas de trem. Se seu foco é Lima e sua gastronomia, pode ir o ano todo: a cidade está quase sempre encoberta por uma camada de nuvens cinzentas, mas chover mesmo é raridade por lá. Para ver as Linhas de Nazca, Ica é ensolarada o ano todo.
O que ver?
Arqueologia, gastronomia e natureza são os principais atrativos peruanos. Há para todos os tipos de turistas: das altas montanhas da Cordilheira dos Andes à úmida Amazônia; das paisagens desérticas de Ica às ondas da costa do Pacífico que atraem surfistas do mundo inteiro. Puno, às margens do Titicaca, tem ilhas flutuantes e está próxima à fronteira com a Bolívia, para quem quiser esticar a viagem. Lambayeque e o legado arqueológico do Senhor de Sipán daria inveja a Indiana Jones, e Huaraz tem lindos lagos azuis entre montanhas.
Pertinho da gente, com opções baratas e um toque de exotismo, o Peru deveria ser uma viagem obrigatória para brasileiros.
Jericoacoara, Brasil
A parte mais cansativa da viagem sempre foi o caminho de ida e de volta até o aeroporto de Fortaleza (4h30, em média). Desde junho deste ano, porém, o problema do acesso pode ser contornado: Jeri ganhou seu próprio aeroporto, localizado na cidade vizinha de Cruz, a apenas 1 hora de distância. A novidade reforça ainda mais a procura por este destino que, como ressalta o casal de blogueiros do Viagem Heitor e Silvia Reali, sempre está “em cartaz”.
E se por um lado o aeroporto pode trazer mais visitantes, por outro a prefeitura da cidade vem tentando conter a alta demanda com uma taxa cobrada por pessoa e por dia de estadia, semelhante ao que se faz há anos é realizada em Fernando de Noronha. O valor é de R$ 5 por dia para visitantes de 13 a 59 anos, podendo ser paga antes da viagem. Para a jurada Ana Davini, “a taxa ambiental foi uma das melhores notícias dos últimos tempos, pois impedirá que aconteça con Jeri o que aconteceu com Porto Seguro”.
A combinação das duas novidades, a beleza já consagrada de suas praias e dunas levaram Jericoacoara à sexta posição. Nosso colunista e jurado Mr. Miles resumiu: “Com a linda praia do Preá do lado, pronta para ser um destino chique (e radical)”.
Quando ir?
Paraíso dos ventos no Ceará, Jeri atrai fãs de esportes como kite e windsurfe. Para eles, a melhor época é de julho a dezembro por causa dos dias ensolarados (e bota ensolarados nisso) com ventania. No primeiro semestre chove mais e é preciso ter um roteiro mais flexível para mudar de atividades caso seja necessário.
O que ver ?
Além de praticar kite e windsurfe (há escolas para quem quer dar os primeiros passos), andar de quadriciclo ou bugue sobre as dunas. Um clássico irresistível é o passeio de dia inteiro por lagoas como do Paraíso e Tatajuba, e relaxar nas redes sobre as águas. Outro cartão-postal é a Pedra Furada (dizem que dá sorte aos casais). Para quem quer sombra e água fresca, a Praia da Vila está a poucos metros de distância das pousadas e é onde todo mundo se reúne no fim de tarde para ver o pôr do sol sobre as dunas. A oferta gastronômica é grande – mas prepare o bolso.
Como chegar ?
Há voos da Gol saindo de São Paulo tanto de Congonhas quanto de Cumbica (Guarulhos) às quartas e sábados e, para 2018, a companhia promete ampliar a oferta. De Viracopos, há voos da Azul sempre aos sábados. A empresa também tem voos diretos para Jeri saindo do Recife e, entre dezembro e fevereiro, de Belo Horizonte. Para quem quiser voar para Fortaleza, há ônibus da capital para Jeri, mas dá para reservar transfers, mais rápidos e confortáveis, diretamente com sua pousada.
Jeri deve ser o assunto do verão no Nordeste. E, no meio do ano, ainda dá para ser combinada com os Lençóis Maranhenses e suas lagoas cheias. Considere a Rota das Emoções, que passa por Jeri, Delta do Parnaíba e Lençóis.
Japão
Mais acessível, mas sem perder a identidade. Nos últimos anos, o Japão investiu no turismo como uma preparação para os próximos Jogos Olímpicos, em 2020, que terão Tóquio como sede – no último ano, 24 milhões de turistas estiveram no país, e a meta é que até a Olimpíada esse número chegue aos 40 milhões. As mudanças são visíveis, especialmente nas maiores cidades: placas em inglês são cada vez mais comuns, e não há dúvidas de que os moradores farão de tudo para ajudar um ocidental perdido – mesmo que não falem uma só palavra em inglês.
Quando ir ?
Para ver a florada das cerejeiras, entre março e abril – o Cherry Blossom Forecast mostra a data prevista para as próximas floradas, mas ainda não há previsão para acompanhar o hanami. O verão é repleto de festivais e bom para atividades ao ar livre. No outono, especialmente no final de novembro, as folhas das árvores mudam de cor e criam um espetáculo quase tão belo quanto das cerejeiras em flor. O inverno é rigoroso e, ao norte, há ótimas estações de esqui.
O que ver ?
Tóquio é uma metrópole intensa, repleta de arranha-céus, lojas de grife, gigantescos painéis luminosos e ótima rede de transporte público. Em Kyoto, os cerca de 1.600 templos levam o viajante de encontro a um Japão mais tradicional – um dos programas mais populares ali é se vestir como uma gueixa (maiko) por um dia. A Ilha de Okinawa, ao sul, é a nova aposta turística do país; quem vai para lá não precisa pagar pelo visto.
Como chegar ?
Com a alta do preço das passagens aéreas, viajar para o Japão custa quase o mesmo do que para a Europa ou Estados Unidos. Não há voos diretos, mas o leque de opções é imenso, com conexões que podem até virar uma parada no caminho. Afinal, a viagem é longa e o jet leg acaba sendo inevitável.
Chegando lá, o app Tokyo Subway Navigation é ótimo para não se perder no gigantesco metrô de Tóquio. Ele funciona offline: coloque a estação de partida e de chegada e ele vai indicar o melhor caminho, as baldeações necessárias e o tempo de viagem. Por falar em aplicativos, os de tradução ajudam bastante.
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