Quais serão as tendências e novidades para este ano, apontam as estrelas nacionais e internacionais. O segredo: a humildade na hora de cozinhar. Veja essa matéria produzida pela equipe do guia.
Chefs dos Bib Gourmand Ecully e Le Bife e do estrelado Olympe nos contaram quais são suas perspectivas para 2019. Quais ingredientes, elementos utilizados na hora de cozinhar e aspectos socioculturais, serão os pilares para a gastronomia deste ano. Confiram tudo o que eles nos revelaram.
A reconexão com ingredientes orgânicos se apresenta como a principal tendência gastronômica para este ano. Conscientização sobre a origem dos componentes, assim como o manejo cuidadoso do solo e das matérias-primas, garante produtos mais saborosos e saudáveis. Dentro desse olhar mais atencioso, e ambientalmente correto, surge também um movimento para utilização de ingredientes não muito explorados.
O chef Erick Jacquin, do Le Bife, segue a mesma opinião: “O ingrediente da vez é aquele simples e de muita qualidade, isso é o mais importante. Um produto de qualidade é o mais fresco possível”. Nesse contexto de simplicidade, o francês ressalta a importância da humildade na hora de cozinhar e de se relacionar com os pequenos produtores, “os chefs deveriam ser mais humildes e voltar a cozinhar com simplicidade. Não existe profissão de chef, somos todos cozinheiros.”
E por falar em proteínas, o palpite do chef Thomas Troisgrois, à frente do estrelado Olympe, é o cogumelo nativo. Ele sugere “uma aproximação maior aos cogumelos brasileiros”. Em um de seus pratos (foto acima), Thomas prepara um caldo de cogumelos para banhar o tortelline de tubérculos.
De fato, pesquisadores científicos estão mais e mais explorando a diversidade dos cogumelos comestíveis existente no país e dividindo suas descobertas com nossos chefs. Suculentos e macios, os cogumelos são alimentos versáteis, funcionais, e que podem ser harmonizados com as mais diversas receitas do dia a dia.
Outro elemento destacado por Troisgros são os fermentados, como Kimchi - um condimento coreano picante feito à base de acelga e especiarias, e Kombucha - uma bebida gasosa derivada de chá preto com algum tipo de açúcar. Essa categoria promete ser muito mais usada, além de ser benéfica à saúde confere um sabor marcante aos pratos. “Possivelmente os fermentados estarão presentes em todos os cardápios”, afirma o chef.
Thomas aproveita para reforçar a importância da afinidade entre chefs e pequenos produtores. Essa tem sido uma pauta discutida há algum tempo no mundo gastronômico e deve ganhar ainda mais força neste ano. A responsabilidade na escolha dos produtos é um quesito fundamental para proporcionar uma experiência gastronômica única.
Em conversa com a chef Juliana Amorim, do Bib Gourmand Ecully, ela ressalta: “as PANCS – plantas alimentícias não convencionais -, frutas e farinhas são fortes apostas para criação de novos pratos”. Outro ingrediente que também pode assumir o topo dessa lista são as proteínas pouco valorizadas, como por exemplo cupim, rabo, raquete (parte interna da paleta) e vôngole.
Como define a chef Juliana Amorim: “respeito aos ingredientes, aos produtores e às origens, olhando sempre para as novidades”. Afinal, gastronomia exige cuidados do campo ao prato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário