O parque nacional mais antigo do Brasil reúne atrativos naturais da Serra da Mantiqueira, entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais, próximo à divisa com São Paulo
Quem passa pela Via Dutra (BR-116) entre os estados de Rio de Janeiro e São Paulo avista, de longe, o pico das Agulhas Negras, penhasco cheio de pontas que é o principal atrativo do Parque Nacional de Itatiaia. O parque está localizado no maciço do Itatiaia (pedra pontiaguda), na serra da Mantiqueira, no sul dos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. A área de 30 mil hectares abrange os municípios de Alagoa, Bocaina de Minas e Itamonte, em Minas Gerais, além de Itatiaia e Resende, no Rio de Janeiro.
O local proporciona aos visitantes recreação e turismo ecológico ao mesmo tempo que se preocupa também com a proteção da diversidade ambiental e nascentes. Boa parte dos atrativos é acessada pelo lado fluminense como: Lago Azul, Cachoeira Poranga, Piscina Natural do Maromba, Cachoeira Itaporanni, Cachoeira Véu de Noiva e Três Picos. Nesta área, as caminhadas em meio a trilhas são mais leves e rápidas. Em meia hora, chega-se às principais cachoeiras e alguns mirantes.
Já a parte mais alta, incluindo o pico das Agulhas Negras, é acessada pelo lado mineiro. A partir da estrada de Itamonte (pedra do monte), já a 1.666 metros de altitude, fica a outra entrada do parque, no Registro da Garganta. O local é um antigo pedágio de cobrança de imposto do ouro e fica em um desvio da Estrada Real que ligava Diamantina (MG) a Paraty (RJ).
A estrada pretendia ligar os dois lados do parque, quando a área que pertenceu ao Visconde de Mauá foi transformada no primeiro parque nacional, em 1937, e refúgio do então presidente Getúlio Vargas. A rodovia mais alta do pais nunca foi concluída. Pouco resta do asfalto, uma espécie de espinha dorsal de onde partem as trilhas em direção as nascentes, cachoeiras, piscinas naturais e formações rochosas que desafiam a imaginação dos visitantes: Agulhas Negras, Pico do Couto, Pedra do Sino, Ovos da Galinha, Prateleiras, Asa do Hermes e Altar, entre outras que beiram os 2.800 metros de altura. O Pico do Itatiaiaçu, com 2.791 m de altitude, localizado nas Agulhas Negras, é o mais alto.
É nesse cenário rico em história e belezas naturais que o parque de Itatiaia guarda muitos tesouros para os amantes do turismo de aventura. São mais de 100 mil visitantes por ano e muitos buscam os pontos de acesso mais difíceis. Foi lá que encontramos o bancário Reinaldo Palmeira, de Brasília, e Ediceu Pereira, servidor público em São Paulo. A expedição com 20 quilômetros e oito horas de caminhada, ida e volta, até a Pedra do Sino (2.670 m), foi conduzida pelo guia Felipe Guimarães, com 20 anos de experiência na área, e ainda contou com o mexicano Ulises Viveiros. O rapaz, que chegou ao Brasil no ano passado como voluntário dos jogos olímpicos, decidiu ficar entre as montanhas da Serra da Mantiqueira e já trabalha em um abrigo para montanhistas no entorno do parque. A região conta com opções de hospedagem que vão de simples albergues aos hotéis de charme.
Entre pausas para beber água das nascentes do rio Aiuruoca, lanches para recarregar as baterias, banho de cachoeira e piscinas naturais, o grupo atingiu o ponto mais alto da Pedra do Sino ao meio-dia. Em um abrigo do sol e chuva, os montanhistas encontram, dentro de uma pequena lata, uma espécie de tesouro escondido. É o Livro de Registro onde é possível deixar mensagens e assinalar a passagem pelo local escalado.
“Fomos os primeiros a atingir o topo da montanha em 2017”, comemorou Reinaldo ao registrar a assinatura. Junto com o amigo Ediceu, ele pretende escalar os 10 pontos mais altos do Brasil. Para Reinaldo foi o segundo, já Ediceu está à frente. “Já realizei oito escaladas como esta”, disse. Os dois se conheceram no Monte Roraima e planejam subir o Pico da Neblina na próxima escalada. Uma amizade proporcionada pelo gosto de ambos pelo turismo de aventura.
Fonte: Ministério do Turismo
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