quarta-feira, 6 de julho de 2016

Aproveite o inverno ainda com as delícias das Festas Juninas

A canjica, por exemplo, é feita a partir do milho branco, cultivado principalmente nas regiões Sudeste e Sul do País. Ela fica mergulhada num saboroso creme com leite, açúcar e canela. Servida bem quentinha, a canjica espanta qualquer frio. Veja também outras receitas deliciosas.


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O grão, produzido a partir do milho branco, é cultivado principalmente nas regiões Sudeste e Sul do País, mas também é marcante na cozinha do Nordeste, onde é conhecido como mungunzá, apreciado como mingau no café da manhã. Quando feita a partir do milho amarelo, a canjica ganha o nome de canjiquinha, quirera ou xerém, muito comum na cozinha de Minas Gerais. “O milho está presente no dia a dia do mineiro seja como farinha de milho, fubá ou a própria canjica”, diz o chef Antonio Basile, do restaurante Le Gourmet Bistrot, de Gonçalves, no sul do estado.

O chef teve boas experiências com o ingrediente, como o risoto feito com quirera de milho no Festival de Tiradentes, em 2010. “O resultado foi tão positivo que passei a trabalhar com a canjiquinha no restaurante”. Hoje também usa a versão branca para fazer um flan servido no restaurante.

A regra que canjica branca só serve para doce e a amarela para pratos salgados não é válida na cozinha. “É um ingrediente que permite inúmeras possibilidades. Na Argentina, por exemplo, tem uma receita chamada locro, que é uma espécie de cozido com carnes defumadas, que lembra a nossa feijoada”, afirma a chef Heloísa Bacellar, do restaurante e empório paulistano Lá da Venda. Para ela, a canjiquinha também precisa ser valorizada. “No supermercado você ainda a encontra na seção de comida de passarinho”, lamenta.

Em 2013, sob a consultoria da chef, a marca Retratos do Gosto, que traz ingredientes de pequenos produtores com apoio de cozinheiros, lançou a linha Derivados de Milho, na qual há canjica de milho branco e o fubá feito a partir da variedade. “É mais fininho e tem um sabor mais delicado que o fubá convencional”, explica.

Seja branca ou amarela, toda a canjica precisa ser cozida antes de ser saboreada. Basile sugere deixá-la antes de molho por 12 horas, para ficar macia. “Também prefiro um cozimento mais lento, para deixar os grãos inteiros”, recomenda. Heloísa sugere que se cozinhe a canjica com caldo de legumes ou de carne, para enriquecer o sabor. Agora é só conferir as receitas sugeridas por Basile e Heloisa e aproveitar o clima junino:

1 - Canjica de festa junina

por Heloisa Bacellar, do restaurante Lá da Venda 

250 g de canjica de milho branco

Quanto baste de água

Cravo e canela a gosto

1 tira de casca de laranja

1 tira de casca de limão

1 xícara (chá) de leite de coco

2 xícaras (chá) de leite

1 ½ xícara (chá) de açúcar

Como fazer:

Coloque a canjica numa tigela, cubra com água ultrapassando uns 5 cm e deixe repousar por 12 horas. Transfira o milho para uma panela de pressão, coloque a água do molho e complete com mais água, até obter 1,5 litro de líquido. Junte alguns cravos, um pedaço de canela em pau, as cascas de laranja e limão e cozinhe por mais ou menos 1 hora, até que o milho esteja bem macio. Junte o leite de coco, o leite e o açúcar e cozinhe em fogo baixo e sem a tampa da pressão por mais uns 30 minutos.

para servir

Transfira para uma tigela e polvilhe com canela. Se quiser, sirva com paçoca de amendoim esfarelada.

dica da chef

Retire a parte branca das cascas dos cítricos, que podem amargar o doce.

rendimento 6 porções; tempo 2 horas (+12 horas de molho); execução fácil

Flan de mungunzá com molho de jabuticaba

por Antonio Basile, do restaurante Le Gourmet Bistrot 

200 g de canjica branca

½ colher (sopa) de semente de coentro

100 g de açúcar

1 canela em pau

Casca de 1 limão

Casca de 1 laranja

1 litro de leite

100 g de geleia de jabuticaba

Quanto baste de água

Flan de mungunzá com molho de jabuticaba

Em uma vasilha grande, coloque a canjica e cubra com água por 2 horas. Cozinhe a canjica na panela de pressão com 2 litros de água, a água usada para demolhar, as sementes de coentro, as cascas de limão e laranja e a canela em pau. Cozinhe por 40 minutos, contando a partir do momento que pegar pressão. Deixe esfriar e remova a canela em pau e as cascas de laranja e de limão. Triture no liquidificador e, em seguida, passe por uma peneira. Leve a massa peneirada ao fogo médio numa panela com 1 litro de leite e o açúcar. Cozinhe até dar o ponto de flan e transfira para uma forma redonda. Leve à geladeira por pelo menos 2 horas, para firmar.

para servir

Desenforme o flan em uma travessa. Em uma panela levada ao fogo alto, acrescente geleia de jabuticaba e 100 ml de água. Cozinhe até obter uma mistura lisa. Sirva o flan com o molho de jabuticaba quente ou frio.

dica do chef

Para obter a consistência de flan mais facilmente, cozinhe o milho e o leite com 10 g de amido de milho.

rendimento 6 pessoas; preparo 5 horas; execução moderada

Tabule de milho

por Antonio Basile, do restaurante Le Gourmet Bistrot 

500 g de quirera seca

½ pé de alface fatiado

3 tomates sem pele e sem semente, cortados em cubos

3 colheres (sopa) de cebola picada

1 pepino sem casca e sem semente, cortado em cubos

3 colheres (sopa) de hortelã picada

azeite extravirgem e vinagre a gosto

sal e pimenta-do-reino a gosto.

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