segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Brasil é o país mais depressivo da América Latina




  




O alerta é da Organização Mundial da Saúde. Reconheça os sinais dessa doença silenciosa. Ela pode até matar, pois geralmente o caminho é o suicídio.  Nesta semana o desaparecimento de Isabela Souza, de apenas 16 anos, que havia sumido de casa, nas Pitangueiras, por quatro dias até ser encontrada ontem (domingo,25/8) no Aterro do Cocotá,no bairro da Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, por familiares, levantou novos questionamentos sobre a depressão. Não vamos esquecer também da jovem que tentou suicidar-se do alto da passarela em frente ao Casa Show, na Portuguesa, salva por Bombeiros. Essa doença atinge 5,8% dos brasileiros e deve ser encarada sem preconceito: tem tratamento, inclusive com medicamentos específicos e atividades terapêuticas.

Tem também o caso do homem que sequestrou um ônibus na Ponte Rio-Niterói, amarrando os passageiros e espalhando garrafas com gasolina dentro do coletivo, até que foi abatido. A família diz que ele estava em depressão .

Verdadeira depressão

Não é loucura, frescura ou 'coisa de rico', como dizem. E pode matar. A depressão afeta 5,8% da população nacional, taxa que classifica o Brasil como o país mais depressivo da América Latina, estima a Organização Mundial da Saúde. Muitos famosos vêm compartilhando suas experiências e ajudam a diminuir o preconceito. Identificar os sintomas e buscar ajuda são os primeiros passos para recuperar o prazer de viver.

"Depressão tem cura, claro, como a gripe tem. A pessoa não pode viver em depressão, porque pode levar ao suicídio. Ela precisa reconhecer que é muito maior do que a doença. É importante refletir, colocar a vida em perspectiva, conhecer novas pessoas, mudar de área profissional e saber que há tempo para tudo. A Psicologia pode ajudar nisso", afirma a psicóloga Aline Saramago.

De acordo com o Ministério da Saúde, depressão é uma doença psiquiátrica que afeta o emocional e provoca tristeza profunda, falta de apetite, de ânimo, pessimismo e baixa autoestima. Os sintomas aparecem com frequência. Na maioria das vezes, o tratamento é feito por psiquiatra, que prescreve medicamentos, e psicoterapia, com psicólogos.

"Depressão é uma incapacidade de sentir prazer em todas as áreas da vida. É muito confundida com tristeza. Qualquer indivíduo que fique frustrado com alguma situação pode ficar triste. Mas a pessoa com depressão está mais tempo triste que o normal", explica a psicóloga e hipnóloga clínica Miriam Pontes de Farias. Segundo ela, o período do luto dura até cerca de seis meses.

Acupuntura, ioga, reiki, ajudam

Aliados ao tratamento, terapias complementares demonstram eficácia no combate à depressão. É o caso da acupuntura, da hipnose, do ioga, do reiki (terapia natural japonesa para relaxamento e cura a partir da imposição das mãos) de atividades físicas como a dança. "Muitas atividades são terapêuticas, inclusive sair com os amigos, e podem ajudar na cura", destaca Aline Saramago.

"A acupuntura atua restaurando a conectividade cerebral. Estudos mostram que, em algumas doenças, como a depressão, a pessoa perde a conectividade entre áreas cerebrais", ressalta o médico acupunturista Marcus Vinicius Ferreira, autor do livro "O que é acupuntura". "A hipnose é uma técnica de atenção concentrada. O paciente entra em transe, faz repetições para resgatar seu ânimo e alegria e sente sensações de bem-estar. Ele não dorme nem perde a consciência", diz Miriam Pontes de Farias.

Famosos desabafam ao mundo

Padres Fábio de Melo e Marcelo Rossi, Whindersson Nunes, Paula Fernandes, Heloisa Périssé, Alok, Adele e Jim Carrey foram alguns dos famosos que desabafaram sobre a doença com o mundo. Em abril, o comediante Whindersson Nunes revelou que já não tinha "tanta vontade de viver". "Apesar de tudo de bom que vem acontecendo comigo, de tudo que já conquistei, eu me sinto há alguns anos triste (...) Eu sinto angústia todos os dias, todos os dias, algumas risadas, algumas brincadeiras e depois lá estou eu de novo com esse sentimento ruim", escreveu no Twitter.

Em junho de 2018, Fábio de Melo fez um relato no Instagram. "Há um ano eu enfrentei crise de pânico e quadro depressivo. Foi o pior momento da minha vida. [...] Tristeza não é doença, mas, quando se estende no tempo, pode ser. É preciso estar atento à duração dela em nós. Há muita ignorância no trato com pessoas depressivas. É comum escutar que é frescura, exagero, falta do que fazer. Quando de fato se trata de um quadro depressivo, não, não é", publicou o religioso.

Locais de ajuda para o problema

UERJ
A Uerj tem o Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), do Instituto de Psicologia, que oferece atendimentos a preços populares. Haverá novas inscrições em 16 de setembro, 21 de outubro e 18 de novembro, limitadas a 20 vagas. Telefone: (21) 2334-0033. Endereço: Rua São Francisco Xavier, 524, sala 10.006 - bloco D - 10º andar. Maracanã.

PUC
A PUC oferece o Serviço de Psicologia Aplicada na clínica universitária Padre Benkö. O atendimento é em horário agendado. O paciente entra em fila de espera e aguarda a consulta. Próximas vagas previstas para serem abertas em novembro. Rua Marquês de São Vicente, 225, Gávea. Telefones: (21) 3527-1573 / 3527-1574 ou 3527-1575.

UFF
A UFF possui o serviço nas unidades de Niterói, Volta Redonda e Rio das Ostras. Cada uma tem suas regras de funcionamento. Niterói: (21) 2629-2951/ 2629-2952. Volta Redonda: (24) 3076-8735/ (24) 3076-8733. Rio das Ostras: (22) 2764-9604/ (22) 99228-7440.

REDE MUNICIPAL/ RIO
Pacientes com sintomas de depressão devem procurar uma Clinica da Família ou Centro Municipal de Saúde para o primeiro atendimento. As unidades de atenção primária atendem os casos de menor complexidade. Os CAPs e as emergências hospitalares são para casos de maior complexidade e durante as crises mentais.

Fonte Extra/Qsacada Ilha TV

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