Questões sociais, como diversidade e intolerância, principalmente religiosa, assim como temas ligados à vida nas cidades estão na pauta do dia, ou melhor, tomam conta dos enredos das escolas de samba do Grupo Especial para o carnaval de 2020, no Rio.
Confira todos os enredos:
1 - Estácio de Sá
Campeã da Série A em 2019, a Estácio vai levar para a avenida o enredo “Pedra”, da carnavalesca Rosa Magalhães, que estreia na escola. Rosa vai falar da beleza sólida do material que é a base do planeta Terra e dos caminhos trilhados por nossos ancestrais: da exploração das pedras preciosas das Minas Gerais, passando pelas pedras citadas na literatura, à lasca de pedra mais famosa do mundo coletada da lua pelos astronautas da Apollo 11.
2 - Unidos do Viradouro
Com o enredo “Viradouro de alma lavada”, os carnavalescos Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira vão contar a história, cultura e tradição do grupo musical Ganhadeiras de Itapuã, que surgiu dos cantos, danças e crenças das lavadeiras do litoral baiano.
3 - Estação Primeira de Mangueira
A campeã do carnaval de 2019 vai pisar na Sapucaí com mais um enredo para levar o público à reflexão. Com “A verdade vos fará livre”, o carnavalesco Leandro Vieira vai tratar da volta de Jesus Cristo à Terra e vai se identificar e se irmanar com os mais pobres, como os moradores de favelas, que sofrem com todo tipo de preconceito, principalmente o religioso, e com a intolerância.
4 - Paraíso do Tuiuti
O carnavalesco João Vitor Araújo vai promover um encontro entre São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro e o rei Sebastião I, de Portugal - o jovem monarca que morreu em batalha no norte da África e que deu origem a lendas no Maranhão - em “O Santo e o rei: encantarias de Sebastião”. A Tuiuti vai manter seu espírito crítico no enredo que fará relação com a situação atual do país.
5 - Acadêmicos do Grande Rio
Gabriel Haddad e Leonardo Bora vão estrear no Grupo Especial, assinando “Tata Londirá: o canto do caboclo no quilombo de Caxias”. O enredo vai contar a história do baiano Joãozinho da Gomeia, babalorixá do candomblé, que se estabeleceu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ganhou fama no país e recebeu em seu terreiro artistas, embaixadores, políticos, como Getúlio Vargas.
6 - União da Ilha do Governador
A dupla Fran Sérgio e Cahê Rodrigues, apoiados pelo atual diretor de carnaval Laíla, lançou o enredo “Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas, a sorte está lançada: Salve-se quem puder!”, sem apresentar sinopse. Uma inovação para deixar os compositores mais livres para criar o samba do carnaval de 2020.
7 - Portela
Com “Guajupiá, terra sem males”, a dupla Renato e Márcia Lage vai contar a história dos índios que viviam no Rio de Janeiro bem antes da chegada dos colonizadores portugueses. E lembra hábitos, cultura, tradição, religião, política e vida social dos tupinambás.
8 - São Clemente
Com a irreverência e crítica bem-humorada que lhe é peculiar, a São Clemente vai apresentar “O conto do vigário”, de Jorge Silveira. A escola vai desfiar as histórias de malandragem e falcatruas da nossa história, que começa com a cobiça pelo ouro das Minas Gerais. E tem como ponto de partida: a imagem de uma santa, um burro e um vigário e a disputa pela imagem por duas paróquias.
9 - Unidos de Vila Isabel
Em “Gigante pela própria natureza: Jaçanã e um índio chamado Brasil”, o carnavalesco Edson Pereira vai abordar a história de Brasília, a capital do país. A história vai ganhar ares de mitologia, com a criação da cidade sendo transformada numa lenda indígena. No enredo, Brasília nasce para levar esperança aos povos que habitam as vastas terras onde também vive o indiozinho Brasil.
10 - Acadêmicos do Salgueiro
O carnavalesco Alex de Souza vai fazer a vermelho e branco da Tijuca cantar a vida e obra de Benjamin de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil, com o enredo “O rei negro do picadeiro”. Assim, a escola mantém a característica de defender enredos com temática negra. Caso estivesse vivo, o artista que foi ator, diretor, autor, produtor, dançarino, compositor e cantor, completaria 150 anos de idade em 2020.
11 - Unidos da Tijuca
A azul e amarelo da Tijuca tem de volta o carnavalesco Paulo Barros, que preparou para o próximo carnaval o enredo "Onde moram os sonhos", que tem como tema arquitetura e urbanismo. A escola vai falar das belezas naturais e as produzidas pela mão do homem na Cidade Maravilhosa. Barros vai aproveitar ainda que o Rio será, pela primeira vez, a sede do Congresso Mundial de Arquitetos, em 2020.
12 - Mocidade Independente de Padre Miguel
A escola vai homenagear a cantora Elza Soares, uma de suas torcedoras mais ilustres com o enredo “Elza deusa Soares”, de Jack Vasconcelos. A história e trajetória da artista desde que ela surgiu no cenário musical no show de calouros do apresentador e compositor Ary Barroso, nos anos 1950.
13 - Beija-Flor de Nilópolis
Os carnavalescos Alexandre Louzada e Cid Carvalho prepararam para a Beija-Flor o enredo “Se essa rua fosse minha”, que versa sobre os caminhos mágico trilhados pelo mundo. Vai contar mais histórias de rumos, rotas, trajetórias, caminhos e estradas por onde a humanidade passou até a rua mais importante do carnaval carioca: a Marquês de Sapucaí, passarela de samba, sonho e encantamento.
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