terça-feira, 13 de março de 2018

Especialista ensina como calcular o valor de peças de artesanato

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O mar não está para peixe, não é mesmo? E tem muita gente se virando como pode, fazendo todo tipo de coisa. No Brasil, 10 milhões de pessoas vivem da produção de artesanato. Veja como colocar preço em uma peça que você fizer.

Dezenove de março é o Dia do Artesão. No Brasil, 10 milhões de pessoas vivem da produção de artesanato, segundo o IBGE. Um mercado que movimenta R$ 50 bilhões. Uma questão nesse setor é como precificar uma peça de artesanato. Não pode ser pelo “olhômetro”. O especialista no assunto, Renato Cagno, dá aula de artesanato em uma escola de ensino à distância e explica que primeiro é preciso saber quanto o produto custa para o artesão. Confira as dicas:

- Calcular o valor do produto: somar a matéria-prima, o pano, linhas, crochê, e mais a mão de obra. “Um jeito simples de calcular essa mão de obra é pensar: se eu fosse contratar alguém pra fazer isso no meu lugar, quanto isso custaria? Ou se eu estivesse escolhendo fazer qualquer outra coisa, trabalhar em algum lugar, ter um emprego formal, quanto eu conseguiria receber pelas minhas horas de trabalho?”, sugere Renato.

- Calcular as despesas do negócio: tem as despesas variáveis, como comissão do vendedor, taxa de cartão de crédito e impostos, e as despesas fixas, como aluguel, telefone e luz. Muito artesão que trabalha em casa se esquece das despesas fixas, que costumam representar cerca de 50% dos custos do produto. “Esse é o principal erro mais comum que o artesão comete. Não considerar aluguel, luz, internet, não considerar coisas que aquelas despesas vão acontecer, independente de qualquer coisa”, alerta o especialista.

- Acrescentar a margem de lucro, em torno de 10%: “O lucro é uma margem que vai ficar pra empresa, não é o dinheiro que o artesão vai colocar no bolso. É o dinheiro que vai ser reinvestido no próprio negócio, pra que o negócio cresça”. 

- Somar tudo: matéria-prima, mão de obra, custos fixos e variáveis e mais a margem de lucro e dividir esta soma pelo número de peças que foram produzidas. O resultado desta conta é o valor unitário de uma peça, ou seja, quanto custa um pano de prato, por exemplo.

Esta conta é a básica. Então, quanto mais peças são produzidas, menor o preço unitário, porque dilui o custo fixo. Também dá para negociar com o fornecedor um preço menor da matéria-prima, comprando em grande quantidade.

Um pano de prato que pegamos para exemplo teve os seguintes custos: matéria-prima (R$ 3), mão de obra (R$ 4), despesas variáveis e fixas (R$ 11), lucro (R$ 2). A soma dá R$ 20,00.

E um alerta do consultor: desconto demais pode ser um tiro no pé. O limite é a sua margem de lucro. Em vez de derrubar o preço, é preciso aprender a valorizar o produto.

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