Aulas de dança inspirada em coreografias de clipe lotam academias do Rio. Modalidade 'vídeo dance' promete a queima de 500 calorias em uma hora. Adeptos relatam que atividade ajuda a vencer inibições e promove o empoderamento feminino.
Dançar como ninguém estivesse te olhando. A ordem é essa nas salas das academias e dos estúdios de dança que, cada vez mais, lotam com as aulas de video dance. Inspirada nas coreografias das divas da música internacional, como Beyoncé e Shakira, a modalidade já é muito mais do que uma “febre" de verão.
Pioneiro no estilo de dança no Brasil, o professor Justin Neto foi buscar nos musicais da Broadway, em Nova York, sua inspiração. “Fiz essa aula para que as pessoas saíssem de suas vidas ‘normais’ para entra em outra dimensão, a do videoclipe. Na primeira aula eu só queria imitar a Beyoncé. Só que fui percebendo que poderia transformar a vida dessas mulheres para que elas se tornassem pessoas melhores, desinibidas”, relembra ele.
A modalidade vídeo dance promete a queima de 500 calorias em uma hora. "A atividade também promove o empoderamento feminino de maneira diferente, tomando posições que, de fato, elas merecem, mas que no passado não ocupavam. E eu fui acompanhando essa tendência, baseado no que essas cantoras falavam em suas músicas”, completa Justin.
E foram nas nuances da sala de aula que a publicitária Patrícia Siqueia Campos encontrou o seu prazer na modalidade. “Acho que a dança mexe muito com a auto-estima da mulher e do homem. A dança está no nosso dia a dia e em tudo que você pode observar. Está no próprio alongamento, quando você vai abaixar para pegar alguma coisa no chão. O movimento está presente na nossa vida sem que você se dê conta. Então, quando você faz uma aula de dança, você trabalha auto-estima: você se olha no espelho, aperfeiçoa seus movimentos, você olha no outro aquilo que você acha belo. Eu acho muito sensual e muito feminino.”
Para a economista Cláudia Kelner, que já pratica a dança há um ano, o video dance é muito mais do que uma atividade física. “É totalmente diferente de uma musculação, totalmente diferente de uma corrida. Isso daqui é um prazer. A gente sua a camisa, a gente perde caloria, mas se diverte e com o corpo em movimento. Em casa, meus filhos ficam querendo aprender comigo a dança que eu aprendi aqui. E eu me entrego. Fico acabada e feliz da vida”, se diverte.
E se engana quem acha que nas aulas de video dance só estão as mulheres. Mesmo minoria, os homens estão ali. E é nesse universo predominantemente feminino que o dançarino Ricaro Xaiver se insere como aluno. “Já danço hip hop há quatro anos e a dança para mim representa tudo. A dança é a minha vida, a minha fuga. Eu danço para esquecer os meus problemas. Tem gente que acha que a dança é mais feminina, mas não é assim, não tem escolha de sexo”, conta.
Para homens ou mulheres, segundo os professores, o importante é vencer as inibições. "O desafio para os alunos é essa auto-superação, eles se enxergarem no espelho e verem que estão dançando. Todo mundo que chega aqui vem acuado, não sabendo dançar. Mas, a partir do momento que a didática é empregada de uma forma sutil, amistosa para o corpo e eles se veem dançando, quebra totalmente essa barreira. Mas, o importante é a sutileza, a calma, a técnica que essa dança oferece,” diz o professor Luã Lima.
Com Beyoncé, Shakira, funk, pop ou hip hop tocando na aula, uma coisa é certa: a dança vai do início ao fim. E, para muitas alunas, funciona como uma terapia. Como é o caso da empresária Paula Moreira. “A dança para mim é uma terapia. É uma hora que o meu telefone não funciona e eu não penso em nenhum problema. Se eu estiver com a cabeça em outra coisa eu não faço a aula de forma alguma. Eu acho que é um momento que eu tirei para mim e não abro mão de forma alguma. Fico cansada no final da aula, mas fico feliz da vida. Cansada e feliz.”
Fonte G1
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