segunda-feira, 6 de julho de 2015

Bondinhos de Lisboa, uma boa dica de férias


                         
 
Transporte tem mais de um século de história. Bondes ligam as partes alta e baixa da cidade. A menor passagem custa cerca de R$ 12. No Rio, enquanto o VLT não é inaugurado vale uma boa esticada até o outro lado do Atlântico.

Já imaginou passear por uma cidade inteira usando só um tipo de transporte, que tem mais de um século de história? Lisboa, a capital de Portugal, tem uma rede de bondinhos, que liga as partes alta e baixa. A tradição atrai moradores e turistas. Os correspondentes André Luiz Azevedo e Eduardo Torres passearam nos velhos bondinhos. Veja a crônica:

“Eles estão aí funcionando em Lisboa sem parar desde quando o Brasil ainda era um Império. O mais antigo é de 1884. E podem ter muitos nomes: ascensor, funicular, bonde, elétrico, plano inclinado, elevador ou só trenzinho mesmo… Não importa. É o transporte inventado pelos portugueses no final do século 19 para vencer as ladeiras da cidade de Sete Colinas e até hoje ele está firme e forte.

Eles foram feitos para unir a cidade, um transporte público para ligar a parte alta à baixa de Lisboa, e economizar um pouco as pernas dos moradores.

No documentário dos anos 40 do século passado, os carros são até diferentes, a roupa pode chamar a atenção. E até hoje o ascensor está lá. Igualzinho. Ou quase igualzinho, porque antigamente não tinha o grafite e as pixações que agora colorem todos eles. Essa pintura não é da empresa. É um grafite feito pelos artistas locais, sem autorização.

Vamos passear no trenzinho. Vamos começar pelo mais antigo e menos movimentado de todos, o da Lavra, para ver como funciona. O motorneiro Luis Antonio garante que os freios, ou travões como se diz aqui, estão funcionando muito bem. Mas também ninguém precisa se preocupar muito com a velocidade…

O ascensor mais movimentado de todos é o da Glória. Tem 130 anos. Ninguém pensa em conforto. Os bancos são os antigos, laterais de madeira.  Dois minutos para vencer 265 metros. E no comando está Paula Gomes. Ela explica que 80% dos passageiros são turistas. Alguns brasileiros.

Mas é claro que têm portugueses também. Para a população idosa de Lisboa, os bondinhos são mesmo uma mão na roda. Se bem que nem todo mundo quer ajuda, nem dar entrevista.

A fachada parece mesmo a entrada de uma estação de trem.  E o caminho é uma pintura. Ninguém resiste a uma foto. Esse é mesmo um transporte para ser aproveitado com calma porque o trenzinho sobe e desce bem devagar. Até o cachorro parece saber que não precisa ter pressa para cruzar o trilho, mas é hora de embarcar no meu preferido, porque vai encher logo.

Com o humor típico, a portuguesa reclama do excesso de turistas. É só chinês. Chinês e indiano diz ela. Mas no nosso minúsculo vagãozinho o que tinha mais mesmo era francês. E os franceses adoram.  Dizem que é espetacular, que é muito típico e autêntico.

Porque quem pode resistir ao charme de passar assim pertinho das casas, dessas fachadas, varandas, sobrados, ver a roupa estendida no varal, tudo tão português. E depois é só aproveitar ainda mais na chegada porque cada um sobe uma colina. E em cada fim de linha é um encantamento com a vista deslumbrante de Lisboa. E depois é só partir para o próximo ascensor”.

O bondinho de Lisboa custa 3,60 euros para um trajeto curto, de mais ou menos 200 metros. O valor corresponde a uns R$ 12.

Nenhum comentário:

Postar um comentário