terça-feira, 26 de setembro de 2017

Cosméticos ajudam a promover autoestima

À primeira vista, o ritual cotidiano de escovar os dentes, pentear os cabelos, hidratar o corpo ou passar maquiagem pode parecer apenas um ato rotineiro. O que não é simples na opinião de especialistas.

               Imagem relacionada

O uso desses produtos está intimamente associado ao fortalecimento da nossa identidade particular e segurança emocional. Com a autoconfiança afiada, fica mais fácil encarar desafios diários e interagir socialmente.

A empresária carioca Cristiane Zimetbaum, 50 anos, compreende bem essa relação. Proprietária de um restaurante no Rio de Janeiro, ela precisa lidar diariamente com o público e, por esta razão, capricha ainda mais no visual. Cristiane leva a sério a máxima de que o “sorriso é o melhor cartão de visitas”. Para a empresária, os dentes dizem muito sobre uma pessoa e mantê-los em ordem faz com que consiga se expressar com segurança. “Sempre os escovo depois das refeições, durante vinte minutos, e passo fio dental antes. No final, uso solução para bochecho”, descreve.

Diretor de marketing de uma das gigantes do setor de beleza e cuidados pessoais, Alessandro Rodrigues destaca o poder que artigos do gênero têm de mexer com o amor-próprio dos consumidores. Ele cita estudo recente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), que mostrou, em números, o que já se imaginava: produtos do tipo exercem grande influência nas relações pessoais e profissionais.

E não é só isso. Eles também são aliados potentes no bem-estar de pessoas em tratamento de doenças variadas. Responsável pelo serviço de psicologia de uma clínica oncológica no Rio de Janeiro, Natalia Gil enfatiza esse aspecto: “Para além de esconder possíveis imperfeições, o uso de maquiagem, por exemplo, pode ser uma estratégia de enfrentamento da doença, auxiliando na apropriação desta nova identidade.”

A psicóloga comenta que o diagnóstico de enfermidades, como o câncer, exige do paciente recursos psíquicos que o ajudem a lidar com a nova realidade. “Resgatar o autocuidado, incluindo na rotina o uso de cosméticos e a preocupação com a vaidade é um processo de restauração. A maquiagem traz ânimo, contribui para o aumento da autoestima e encoraja o paciente a lidar com o momento delicado.”

A supervisora de livrarias Ana Paula Bicalho, 49 anos, é outra que vê nos cosméticos um companheiro importante de “batalha”. Para minimizar o ressecamento da pele que o tratamento quimioterápico costuma provocar, ela recorre a um creme à base de ureia e semente de uvas. Na visão de um incauto, é apenas um hidratante. Para Ana Paula, é sinônimo de alívio. “Funciona até mesmo como suporte psicológico. No meu caso, uso o creme nas mãos e nos pés. E não é uma ‘frescurinha’. A quimioterapia pode causar uma fenda na pele, por causa do ressecamento.”

Ao evitar o desconforto, o produto acaba ajudando no enfrentamento da situação.“Você deixa de ter uma preocupação a mais, o que é muito importante. É como se você tivesse menos uma coisa para lidar. Dá um confortinho bom.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário