domingo, 16 de fevereiro de 2020

Rio e São Paulo disputam pelo carnaval milionário







      





Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 2020, o evento deverá movimentar cerca de R$ 8 bilhões em todo o país, sendo R$ 2,68 bilhões no Estado do Rio, que se destaca neste cenário durante a festa de Momo. Em São Paulo serão quase R$ 1 bilhão jogados no comércio, conforme noticiamos no Qsacada.

A participação nos blocos que desfilam pelas ruas do Rio é gratuita, mas quem cai na folia acaba tendo muitos gastos com fantasias, adereços, bebidas, petiscos e transportes. Os turistas ainda precisam pagar passagens de ônibus ou avião mais caras nesta época, além de hospedagem. A despesa fica maior ainda se quiserem ver de perto o desfile das escolas de samba ou participar de festas privadas. Não à toa o carnaval passou, nos últimos anos, a render mais do que o Natal para diversos segmentos, como o de turismo.

— O Rio tem o principal carnaval do país, em relação ao impacto financeiro. É difícil imaginar um turista atravessando o oceano para passar o carnaval em São Paulo. Então, é preciso estar menos preocupado com a concorrência e mais interessado em melhorar a infraestrutura oferecida. É a precariedade dos serviços públicos, como fornecimento de água e segurança, que pode afastar o turista — diz Fabio Bentes, economista da CNC.

No país, o volume de receitas deste ano deve ser o maior desde 2015, consolidando o terceiro ano consecutivo de aumento real, com 1% a mais em relação a 2019. No Rio, a alta esperada é de 2,3%, no segundo ano de crescimento seguido, após quedas ocasionadas pela crise econômica.

— O segmento de turismo é, naturalmente, o último a sair da crise, por não envolver gastos essenciais para as famílias. O carnaval é um alívio — avalia Bentes.

A movimentação financeira também conta com o setor público e as empresas. Para atender o aumento sazonal de demanda por serviços, por exemplo, a CNC estima a contratação de 25.400 trabalhadores temporários entre janeiro e fevereiro, em todo o país. No Estado do Rio, a previsão é de sejam gerados 8.521 postos temporários.

A folia carioca mostra ainda mais fôlego este ano porque foi estendida e vai durar 50 dias. A Riotur promoveu a abertura oficial da agenda de eventos carnavalescos na cidade em 12 de janeiro.

"Não há interesse em ficar fechado durante o evento"

João Marcello Barreto, presidente da Orla Rio, que administra 309 quiosques fez essa afirmação:

Por ser um período com um fluxo maior de visitantes, os quiosques acabam tendo que investir em mais mantimentos e bebidas, além de contratar mão de obra extra. Mas, no geral, há um crescimento de 20% no faturamento em relação aos demais meses do ano. O Juannas, que fica em Copacabana, por exemplo, tem um crescimento de 30% a 40%. Tendo mais turistas e mais gente nas ruas, consequentemente, os estabelecimentos acabam se beneficiando. Não há interesse de nenhum operador em ficar fechado durante este evento.

"Conseguimos reajustar os preços das diárias", alerta Alfredo Lopes, presidente do Sindicato dos Meios de Hospedagens do Rio:

No município do Rio, os hotéis estão com 79% de ocupação, e os levantamentos mostram que muitos estabelecimentos cinco estrelas estão totalmente ocupados, ou seja, teremos turistas com alto poder aquisitivo. A decisão da Riotur de fazer um carnaval de 50 dias colaborou muito para isso, porque acabou com o hiato na ocupação dos hotéis depois do réveillon. Ainda estimamos chegar a 98% e conseguimos reajustar os preços das diárias de 6% a 8%. Isso é muito bom, porque (as diárias) estavam muito depreciadas pela crise. Precisamos recuperar isso.

A contrapartida é boa para o setor privado e, seguramente, por causa dos impostos, para o setor público também.

Os segmentos que responderão por mais de 88% de toda a receita nesta época, em todo o país, serão os de alimentação fora de casa em bares e restaurantes (R$ 4,8 bilhões), empresas de transporte de passageiros (aéreo e rodoviário) e de locação de veículos (R$ 1,3 bilhão) e serviços de hospedagem em hotéis e pousadas (R$ 861,3 milhões). No Estado do Rio, esses setores deverão responder por 68,5% do total faturado durante o carnaval.

O Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio) espera um crescimento de 5% em seu faturamento, em comparação com o carnaval de 2019.

— Reafirmamos nosso integral apoio à realização do carnaval, como a maior festa popular, fundamental para o turismo na cidade — afirma o presidente da entidade, Fernando Blower.

Bebidas alcoólicas, fantasias e adereços também fazem parte das listas de gastos dos foliões. Na Saara, a boa fama do evento, inclusive, fez com que vários lojistas que não vendem esses itens no dia a dia, como os comerciantes de utilidades domésticas e lingeries, passassem a investir na data. O polo comercial do Centro do Rio espera um aumento de vendas de 8% a 10% sobre o total de 2019.

A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) não divulga números, mas afirma que “as cervejas mainstream, mais populares, costumam registrar uma alta no consumo durante esse período”. O mesmo pode ser observado com as bebidas prontas para consumo e com a cachaça, ingrediente indispensável para a caipirinha.

Fonte Extra/Qsacada

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